Humberto Coutinho inicia exonerações em massa para evitar escândalo no Fantástico
Política

Humberto Coutinho inicia exonerações em massa para evitar escândalo no Fantástico

Na Presidência, existe até uma folha fantasma premium, que garante a alguns dos atuais e ex-deputados até 300 cargos fantasmas

Quem tem seu padrinho que trate de correr para se segurar - e para ser segurado. Desde o início desta semana, o presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, o coronel oligarca Humberto Coutinho (PDT), começou uma operação de exonerações em massa na Casa. Motivo: com a volta do recesso parlamentar, Coutinho teme a abertura da caixa-preta de sua gestão, como forma de retaliação à abertura da CPI da Saúde pela bancada governista, da qual faz parte.

Aterrorizado com a possibilidade do Legislativo maranhense ser o próximo protagonista da série "A farra com o dinheiro público no Brasil", que mostra o inchamento dos cofres por meio de nomeações de funcionários fantasmas nas assembleias legislativas do país, Coutinho se antecipou e autorizou que a própria Presidência da Casa fosse o primeiro setor a ser atingido pela medida.

Segundo conversas de bastidores que se repetem desde o tempo em que a antiga sede da Assembleia ainda era na Rua do Egito, Centro de São Luís, a Presidência é o setor onde há deputados, ex-deputados e, principalmente, ex-presidentes com mais de 300 funcionários fantasmas na folha secreta do Legislativo estadual, especie de folha fantasma premium.

Embora aparentemente Coutinho esteja realizando uma ação moralista, a verdade é que nem todos os fantasmas ficarão penando por aí. Alguns já estão sendo remanejados para secretarias do governo estadual e outros permanecerão onde já estão. Somente os que não têm padrinho forte serão cortados.

Já na Comunicação, segunda a entrar no rolo compressor, a situação será diferente, o que já começou a gerar algumas intrigas e ameaças.

Por lá, pelo menos três, das 15 que já estão com a cabeça na guilhotina, ameaçam abrir a boca caso sejam realmente exoneradas, e, pior ainda, caso elas caiam e permaneça na Casa um grupo de sete pessoas que entrou na folha da Assembleia sob a missão de defender o governador Flávio Dino na internet.

No meio do bolo, há ainda os profissionais que cobrem as ações do Legislativo, que passaram a exigir o aumento de seus salários para valor igual a esse grupo de sete pessoas. Atualmente, estes profissionais ganham apenas 3.200 reais, enquanto os integrantes do grupo de defensores de Dino na internet faturam entre 6 e 12 mil reais, cada.

Para tentar apagar o fogo, uma reunião com o diretor de Comunicação da Assembleia Legislativa maranhense, Carlos Alberto, está marcada para acontecer na próxima segunda-feira (3).



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