Paulo Marinho
Por sobrevivência, Braide decai e já senta com Waldir Maranhão e Paulo Marinho
Política

Deputado precisa trocar de legenda ou coligar o minusculo PMN com grandes partidos para poder continuar na vida pública. Em 2016, ele rebatia esse tipo de prática política

Ninguém muda de ideologia e personalidade de um ano para o outro. Nem de dois anos. Passadas as eleições de 2016, quando, com o discurso de candidato independente e que renegava caciques políticos, conseguiu a proeza de despontar como outsider embora já no segundo mandato parlamentar e filho do célebre ex-presidente da Assembleia Legislativa Carlos Braide, o deputado estadual Eduardo Braide decaiu e voltou às origens em busca de sobrevivência política.

Presidente estadual de uma legenda minúscula, o Partido da Mobilização Nacional (PMN), e fora da aconchegante base do Palácio dos Leões, Braide precisa se coligar com agremiações de musculatura partidária ou pular para outro partido, independente do cargo que venha concorrer em outubro próximo, para permanecer na vida pública. Seja para a disputa pela reeleição de estadual, aventura para a Câmara Federal ou, principalmente, para arriscar o governo estadual.

Ciente da necessidade, ele já passou a novamente se associar com caciques e erros da política, como o deputado federal Waldir Maranhão (Avante) e o ex-prefeito de Caxias, Paulo Marinho.

Segundo rumores de bastidor, com Maranhão as conversas giram em torno de formação da chapa majoritária. Se vingar, Braide confirmará seu nome na disputa pelo Palácio dos Leões, tendo Maranhão como seu primeiro candidato ao Senado Federal.

O próprio novo — ou velho!? — Braide confirma as confabulações.

Ao ATUAL7, por meio de sua assessoria, o parlamentar afirmou que “conversas, especialmente no período pré-eleitoral, fazem parte da política”.

Sobre os detalhes dos diálogos com Maranhão, Marinho e outros caciques e erros da política, porém, ele nega que já tenha fechado algum acordo. “Não há nada formalizado sobre chapa majoritária”. “Qualquer decisão será informada ao povo maranhense, de acordo com o calendário eleitoral”, garante.

Nem parece o Eduardo Braide que até outro dia surpreendeu nas urnas por alardear aos quatro cantos que não faria acordo com grandes partidos e nem com ninguém para não ter de alugar secretarias, e que precisava apenas chegar ao debate e do voto do eleitor.

Política

Vereador, que é o mais bem colocado nas pesquisas de intenção de votos para a prefeitura, deu a vice para o clã Marinho, que disputa comando da cidade com os Coutinho há decádas

No município de Caxias, localizado no leste do Maranhão, a 360 km de distância da capital, independente de quem vença as eleições em outubro de 2016, a população local deve permanecer sob o domínio de uma oligarquia rural: a Coutinho ou a Marinho.

Gentil, abraçado com seu provável vice na disputa pela Prefeitura de Caxias, Paulo Marinho Júnior
Facebook/Fábio Gentil Deixando vaidade de lado Gentil, abraçado com seu provável vice na disputa pela Prefeitura de Caxias, Paulo Marinho Júnior

A previsão foi confirmada nessa quarta-feira 6, após publicação feita pelo vereador oposicionista Fabio Gentil (PSDC) na rede social Facebook, em que, já para sondar opiniões, antecipa aos eleitores que uniu-se a Oligarquia Marinho – clã comandado pelo ex-prefeito e ex-deputado federal Paulo Marinho (PMDB) –, para derrotar a Oligarquia Coutinho, que atualmente administra os cofres de Caxias por meio do prefeito Leonardo Barroso, o Léo (PDT), sobrinho do presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, Humberto Coutinho (PDT), chefe do clã.

"Precisamos deixar as vaidades de lado e mostrar o que mais nos importa: O AMOR POR NOSSA CAXIAS", justificou-se Gentil ao divulgar a foto ao lado, em que aparece abraçado ao filhote da oligarquia Marinho: o candidato derrotado a deputado federal Paulo Marinho Júnior (PMDB).

Questionado pelo Atual7 se a aliança não representa a união com uma oligarquia para tentar derrotar outra, o vereador – que sem essa aliança é o pré-candidato com as maiores chances de vitória de acordo com as últimas pesquisas eleitorais divulgadas no ano passado - não se avergonhou, já declarando que o vice de sua chapa será um Marinho: "Deveremos nos unir com todos, principalmente com o povo, para que possamos derrotar os Coutinho! Eles deverão indicar o vice. Sou consciente de minhas responsabilidades, amo minha cidade e por ela farei de tudo. Queremos fazer um governo participativo onde o povo será o principal responsável nas decisões tomadas por nosso governo!", respondeu.

Para que se tenha uma ideia do que a população de Caxias vai enfrentar por mais quatro anos a partir de 2017, quando as urnas apontarem o oligarca vitorioso, basta entender a dificuldade de encontrar o início do extenso período em que as duas famílias se alternam sobre o controle da cidade. O ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Seccional maranhense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Luis Antônio Pedrosa, ao comentar sobre o assunto, foi quem mais bem resumiu essa dificuldade: "pergunta para [um] antropólogo. Esses fósseis estão por lá há anos".

Polícia prende Paulo Marinho, ex-prefeito de Caxias
Política

Prisão se deu por atraso em pagamento de pensão alimentícia. Não é a primeira vez que ex-gestor vai para as grades pelo mesmo motivo

A Polícia Civil prendeu, na tarde desta terça-feira 22, o ex-deputado federal e ex-prefeito do município maranhense de Caxias, Paulo Marinho, em cumprimento a um mandado de prisão preventiva expedido pela 4ª Vara de Família de Brasília, por conta de um débito de pensão alimentícia que já alcança valor próximo de R$ 290 mil.

Veículo em que Paulo Marinho estava acabou batendo num muro de uma casa ao tentar empreender fuga
Os dois lados da moeda Perdeu! Veículo em que Paulo Marinho estava acabou batendo num muro de uma casa ao tentar empreender fuga

Ao perceber a aproximação dos agentes, o motorista de Marinho chegou a esboçar reação e tentou empreender fuga, batendo num muro de uma residência, como mostra as imagens ao lado. Ao ser interceptado, ele alegou que, como o carro dos policiais estava descaracterizado, pensou se tratar de um assalto.

De acordo Regional de Caxias, Jair Lima de Paiva Júnior, responsável pela operação que prendeu do ex-gestor, por se tratar de crime inafiançável, Marinho só será liberado com uma ordem judicial, que só deve ser expedida após a confirmação de pagamento da pensão alimentícia, em valor que deixe restos a pagar de menos de três prestações.

Caso não efetue o pagamento, Paulo Marinho deve permanecer atrás das grades por dois meses. Findo este prazo, mesmo que não quite o débito, deve ser posto em liberdade, e não pode ser preso novamente pela inadimplência das mesmas parcelas. Contudo, pode ser recolhido às grades novamente, caso deixe de pagar mais três meses de pensão alimentícia.

Reincidente

Vale lembrar que esta não é a primeira vez que o Paulo Marinho enfrenta as grades pelo mesmo motivo. Em meados de novembro de 2011, ele teve a prisão decretada pelo juiz Paulo Afonso Vieira Gomes, da 3ª Vara da Comarca de Caxias. Na época,o motivo do pedido de detenção se deu pela falta de pagamento de pensão alimentícia num valor de pouco mais de R$ 10 mil.