Zito Rolim
Baseado em denúncia de Zito, Fachin derruba decisão do TRE-MA e torna Nagib inelegível
Política

Abuso de poder econômico e compra de votos foram denunciados em 2012 pela coligação do hoje aliado e candidato a prefeito de Codó pelo clã do PDT

O ministro Edson Fachin, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), suspendeu efeito de decisão do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Maranhão e tornou inelegível o prefeito de Codó, Francisco Nagib (PDT), por abuso de poder econômico e compra de votos nas eleições de 2012.

A decisão, em caráter liminar, é da última sexta-feira 18, mas foi divulgada pelo Ministério Público Eleitoral apenas nesta terça 22. Se confirmada pelo pleno do TSE, Nagib ficaria inelegível por oito anos a partir do fato, ou seja, até o pleito de 2020.

Para não correr o risco de ficar fora da disputa ou concorrer sub judice, por orientação do presidente do PDT no Maranhão, senador Weverton Rocha, o prefeito de Codó não tentará à reeleição. Por ironia do destino e incoerência da política, o escolhido pelo clã do PDT para o pleito é o deputado estadual Zito Rolim, cabeça da coligação que em 2012 fez a denúncia contra Francisco Nagib e seu pai, o empresário Francisco Carlos de Oliveira, da FC Oliveira.

De acordo a denúncia, acolhida por Fachin com base em gravação e depoimento de testemunhas tomados pelo MP Eleitoral, nas eleições daquele ano, durante uma reunião com centenas de empregados e familiares na FC Oliveira, houve promessa de pagamento de 14º salário caso Francisco Nagib fosse eleito.

Zito Rolim senta no banco dos réus nesta quarta por ‘farra dos caixões’
Política

Deputado é alvo de ação penal por irregularidades em licitação destinada a aquisição de urnas funerárias para pessoas carentes

O ex-prefeito de Codó José Rolim Filho, o Zito Rolim (PDT), terá de justificar a falta que levará na Assembleia Legislativa do Maranhão, onde exerce o cargo de suplente no exercício do mandato na cadeira pertencente à Ana do Gás (PCdoB), por não poder participar da sessão desta quarta-feira 3.

Logo cedo pela manhã deste dia, ele deve estar na 2ª Vara da Comarca de Codó, onde senta no banco dos réus em audiência de instrução marcada pelo juiz Carlos Eduardo Mont'Alverne, no bojo de uma ação penal em que responde por irregularidades em licitação destinada a aquisição de urnas funerárias para pessoas carentes do município, ao custo de R$ 582,8 mil ao erário.

O caso, alvo inicial de procedimento investigatório criminal do Ministério Público, é conhecido na Região do Cocais como ‘farra do caixões’.

Além do pedetista, também são réus na ação penal Cinthya Torres Rolim de Sousa, filha de Zito e secretária de Assistência Social à época da contração; Francisco da Silva Araújo, proprietário da empresa funerária; e Francisco Denilson de Sousa Teodoro, então pregoeiro do município.

Todos já se manifestaram nos autos, suscitando, dentre outras coisas, a inépcia da denúncia, e negando a acusação de que teriam fraudado, mediante ajuste, o caráter competitivo de procedimento licitatório, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto de licitação.

Movimentação de Flávio Dino acomoda três suplentes na Alema
Política

Titulares se licenciaram do mandato para assumir pastas no primeiro escalão do Palácio dos Leões. Desejo do governador era ajeitar mais um

A movimentação feita pelo governador Flávio Dino (PCdoB) no comando de pastas do primeiro escalão do Palácio dos Leões conseguiu acomodar pelo menos três suplentes na Assembleia Legislativa do Maranhão. Um a menos do que desejava o comunista.

Com a saída de Marcelo Tavares (PSB) para a Casa Civil, assumiu o exercício do mandato Edivaldo Holanda (PTC); Márcio Honaiser (PDT) para o Desenvolvimento Social, assumiu Ariston Ribeiro (Avante); e Ana do Gás (PCdoB) para a Mulher, assumiu Zito Rolim (PDT).

Dino não conseguiu, apenas, tirar Hélio Soares (PR) do exercício do mandato. O dono da vaga na Alema, deputado federal e presidente do Partido da República do estado, Josimar Maranhãozinho, decidiu manter o afilhado na Casa e emplacou na chefia da Sagrima uma sobrinha.

O projeto do governador era abrir espaço para Valéria Macedo (PDT), mas com a recusa de Maranhãozinho, entregou para o clã que possui resquício de feudo eleitoral na Região Tocantina a presidência da Gasmar.

Dos suplentes acomodados, apenas Edivaldo Holanda ganhou a vaga por duplo desejo de Flávio Dino. O comunista queria queria Marcelo Tavares de volta à Casa Civil, como homem forte de seu governo; e Holandão, como também é chamado, é pai do prefeito de São Luís Edivaldo Holanda Júnior (PDT).

Já Ariston Ribeiro entrou por articulação dos Leões para amarrar seu padrinho político, o prefeito de Santa Rita e presidente do Avante no Maranhão, Hilton Gonçalo; e Zito Rolim como cumprimento de promessa de campanha feita em Codó pelo ex-secretário estadual de Comunicação e Assuntos Políticos, Márcio Jerry (PCdoB), hoje deputado federal.

MP abre 12 inquéritos para investigar elo entre Máfia de Anajatuba e Zito Rolim
Política

Investigações apontam que Orcrim atuou em pelo menos 70 municípios do Maranhão. Cabeça e laranja do esquema eram fantasmas no gabinete de Eduardo Braide

O Ministério Público do Maranhão instaurou pelo menos que 12 inquéritos civis públicos para apurar o possível assalto aos cofres públicos do município de Codó, pela célebre Máfia de Anajatuba, durante a gestão do ex-prefeito da cidade, Zito Rolim (PV). A informação do Blog do Acélio Trindade.

As investigações estão ao cuidado da promotora de Justiça Linda Luz Matos Carvalho, e foram iniciadas ao longo das últimas semanas.

Operada por meio das empresas de fachada Vieira e Bezerra Ltda – Epp (atual F. C. B. Produções e Eventos) e A4 Produções e Entretenimento Ltda, a organização criminosa teria recebido soma ainda não divulgada para realizar as festividades de Carnaval, São João e de aniversário de Codó, a partir de 2009.

Todos os inquéritos abertos pelo Parquet visam apurar diversos contratos entre a administração de Zito Rolim com duas empresas, por inexibilidade ou dispensa de licitação — mesma forma de atuação da Orcrim em Anajatuba, até ser desbaratada em operação conjunta do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas) e da Polícia Federal.

Fantasmas

Conforme revelado em série de reportagens do ATUAL7, tanto a Vieira e Bezerra quanto a A4 Produções e Entretenimento tinham como real proprietário o empresário Fabiano de Carvalho Bezerra, então funcionário-fantasma do gabinete do deputado estadual Eduardo Braide (PMN). O parlamentar, inclusive, é alvo de investigação sobre o emprego irregular a Fabiano e outros membros da quadrilha, e por suposta lavagem de dinheiro e apropriação indevida de recursos públicos, possivelmente oriundo do esquema, segundo a PF.

Braide nega as suspeitas, e conseguiu na Justiça a censura a algumas publicações a respeito das investigações.

O proprietário do Instituto de Pesquisas Escutec, Antonio José Fernando Júnior Batista Vieira, também é apontado como integrante da organização criminosa, tendo sido preso no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, por decisão da Justiça estadual. Ele teve ainda decretado a indisponibilidade de seus bens. A participação de Fernando Júnior no esquema, segundo as investigações, teria sido por meio da empresa A.J.F. Júnior Batista Vieira, a Altis Comunicação, de sua propriedade, que atua nos mesmos moldes das empresas de fachada de Fabiano Bezerra.

Todos, inclusive o instituto e as empresas, também são alvos da PF na mesma investigação sobre Braide.

Esquema operou em 70 cidades

Além de Anajatuba e Codó, outras 68 cidades maranhenses também teria sido operados pela Máfia de Anajatuba, de acordo com as investigações da Polícia Federal. Algumas outras delas, como Bom Jardim, Barra do Corda, CaxiasOlho d’Água das Cunhãs, Timbiras, Parnarama, Trizidela do Vale, Tuntum, Itapecuru-Mirim, Alcântara e Mirinzal já estão também sob investigação do MP maranhense.

Mais de R$ 60 milhões teriam sido subtraído dos cofres públicos em apenas 30 desses municípios. Diversos outros empresários, prefeitos, ex-prefeitos e até deputados federais também são suspeitos de operar por meio da quadrilha.

 

19 prefeitos do MA eleitos em 2012 ainda podem ser cassados este ano
Política

Prefeito de São Luís é acusado de compra de votos no caso conhecido como 'Milícia 36'. Prefeitos de Codó e de Governador Munes Freire aguardam julgamento de processos que estão sob segredo de Justiça

Apesar da corrida do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Maranhão, que só em 2015 julgou 946 processos em plenário e os seus membros emitiram 104 decisões monocráticas, pelo menos 10 prefeitos eleitos em 2012 ainda precisam ser julgados pela Corte maranhense e outros nove pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), restando apenas nove meses para as eleições de 2016.

O levantamento foi feito pelo Atual7 em consulta diretamente ao TRE-MA e a dados abertos do sistema de consulta processual da Corte, após constatação de que pré-candidatos de oposição neste pleito passaram a usar, há pouco mais de um mês, reportagem do dia 6 de fevereiro de 2015, quando a lista dos prefeitos passíveis de cassação de mandato chegava a 27, para fazer terrorismo eleitoral nos municípios.

Na resposta à consulta, a Justiça Eleitoral maranhense afirmou que, diferente do que informa a lista do ano passado, os prefeitos de São Bento, Porto Franco, Icatu, São Domingos do Maranhão, Itapecuru-Mirim, Colinas, Riachão, Buriticupu, Santa Luzia, Chapadinha, Balsas, Bacabal, João Lisboa e São Mateus não possuem qualquer processo de cassação de mandato por crimes como abuso de poder econômico e captação ilícita de votos.

São Luís

Um dos processos que ainda tramitam no Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão é referente à disputa pela Prefeitura de São Luís, tendo como impetrante a coligação “Pra Fazer Muito Mais”, que tinha o ex-prefeito João Castelo (PSDB) como candidato à reeleição.

Segundo a coligação de Castelo, Edivaldo Holanda Júnior (PDT) teria se utilizado meio de comunicação de forma irregular e ainda comprado votos. Para justificar o pedido de cassação de Edivaldo, é citado o evento que ficou conhecido como “Milícia 36”, como exemplo em que se que pagou por apoio político.

O julgamento estava marcado para acontecer na semana passada, mas foi adiado para esta semana.

Segredo de Justiça

Embora não aparecem em pesquisa feita a partir de dados disponíveis no sistema de consulta processual do TRE-MA, alguns prefeitos do Maranhão ainda aguardam julgamento do tribunal, mas com processos sob segredo de justiça – embora o julgamento seja público –, por se tratarem de Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (Aime), conforme dispõe o parágrafo 11 do artigo 14 da Constituição Federal, que abre o capítulo dos Direitos Políticos.

Um desses prefeitos, segundo apurou o Atual7, é o Codó, Zito Rolim (PV). Embora vitorioso em dois processos abertos, ele tem pelos menos duas Aimes para serem julgadas pela Justiça Eleitoral do Maranhão. Um dos campeões de processos eleitorais, Marcelo Curió (PV), de Governador Munes Freire, além de dois processos abertos ainda não julgados, ainda aguarda a decisão de uma Aime.

Ao todo, sem contar com os processos abertos, o TRE-MA ainda deve julgar pelo menos 10 Ações de Impugnação de Mandato Eletivo.

Cassados, mas nos cargos

Além dos julgamentos que deverão ser feitos pelo TRE-MA, em outros nove casos, os gestores e seus respectivos vices chegaram a ser cassados em 1º grau, com confirmação da cassação no 2º grau – ou o TRE-MA decidiu por negar provimento ao recurso ou mesmo julgou improcedente os pedidos – mas ainda aguardam por julgamento de novo recurso junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), permanecendo no cargo de prefeito.

Abaixo, a lista completa dos 19 municípios onde os prefeitos estão na corda bamba:

1 – Alto Alegre do Pindaré (TSE)
2 – Brejo (TSE)
3 – Buriti (TSE)
4 – Cândido Mendes (TSE)
5 – Cedral (TSE)
6 – Codó (TRE-MA)
7 – Fortuna (TRE-MA)
8 – Governador Nunes Freire (TRE-MA)
9 – Humberto de Campos (TRE-MA)
10 – Itinga do Maranhão (TSE)
11 – Lagoa do Mato (TSE)
12 – Maranhãozinho (TRE-MA)
13 – Raposa (TSE)
14 – São Francisco do Brejão (TSE)
15 – São Luís (TRE-MA)
16 – São Raimundo das Mangabeiras (TRE-MA)
17 – São Roberto (TRE-MA)
18 – Sítio Novo (TRE-MA)
19 – Viana (TRE-MA)

Cassação do prefeito de Buriti aponta que TRE também cassará Zito Rolim
Política

Prefeito e vice-prefeito de Codó permanecem subjudice aguardando apenas parecer no Corte Eleitoral

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Maranhão confirmou, nessa terça-feira 15, a cassação do prefeito de Buriti, Rafael Mesquita Brasil, o Gordinho, e de seu vice, Raimundo Nonato Mendes Cardoso, o Raimundo Camilo, ambos do PRB, por corrupção eleitoral nas eleições de 2012.

Com a cassação de Zito Rolim, o segundo colocado nas eleições de 2012, Biné Figueiredo, é quem assume a Prefeitura de Codó
Reprodução Mais próximo de assumir Com a cassação de Zito Rolim, o segundo colocado nas eleições de 2012, Biné Figueiredo, é quem assume a Prefeitura de Codó

Como a cassação do mandato de Rafael e Camilo se deu com base no depoimento de apenas uma testemunha, o então radiologista Gilberto Carlos de Sousa, popularmente Gilbert, a decisão da Corte do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Maranhão aponta para a mesma ação também será tomada em relação ao prefeito subjudice de Codó, Zito Rolim (PV), e de seu vice, e Guilherme Ceppas Archer (PMDB), cujo processo contém não somente depoimentos, mas vídeos de Zito dando uma de Sílvio Santos, apresentador de TV conhecido por distribuir dinheiro.

De maior porte que o ilícito praticado pelo prefeito cassado de Buriti, a diferença entre o prefeito de Codó e o dono do SBT, porém, é que o dinheiro repassado à populares, segundo a acusação e reportagem exibida em cadeia nacional pelo programa Fantástico, da Rede Globo, foi feita para captação ilícita de sufrágio, a famosa compra de votos, o que revela maior prática de corrupção, fraude eleitoral e abuso de poder econômico.

Desde o final de março desde ano, o prefeito e o vice-prefeito de Codó permanecem subjudice nos cargos, por já terem sido cassados pela juíza Gisele Ribeiro Rondon, da 7ª Zona Zona Eleitoral do município, que julgou procedentes os dois Recursos Conta Expedição de Diploma (RCED) – posteriormente convertidos em Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME) – ajuizados pela coligação partidária “A Vontade do Povo”.

Zito Rolim aguarda agora apenas o parecer do Ministério Público Eleitoral e da decisão da Corte que, assim como fez com o prefeito de Buriti, também deve cassá-lo em definitivo, além de determinar que assuma o segundo colocado nas eleições de 2012, Biné Figueiredo (PDT), que inclusive já apresentou dois mandados de segurança no TRE-MA para assumir a Prefeitura de Codó.

Abaixo, matéria do Fantástico que mostra que o caso do prefeito subjudice de Codó é bem mais grave que o de Buriti:

Codó: Zito Rolim perde prazo de defesa e Biné Figueiredo deve assumir prefeitura
Política

Prefeito de Codó tinha três dias para apresentar recurso a ação que pede a cassação de seu mandato por corrupção eleitoral

Cassado por duas vezes pela juíza eleitoral Gisele Ribeiro Rondon em ações de corrupção eleitoral, respectivamente os processos 46146 e 46231, o prefeito de Codó, Zito Rolim (PV), já pode pedir música no Fantástico e aguardar as algemas com a perda do foro privilegiado.

Com a cassação de Zito Rolim, Biné Figueiredo aguarda apenas o deferimento de agravo regimental para assumir a Prefeitura de Codó
Reprodução Ainda esta semana Com a cassação de Zito Rolim, Biné Figueiredo aguarda apenas o deferimento de agravo regimental para assumir a Prefeitura de Codó

Mantido temporariamente no cargo por conta de embargos, Zito não apresentou nova defesa em tempo hábil, que foi de três dias e tinha como prazo final o dia 29 de junho passado, e por isso deve ser afastado da Prefeitura de Codó, no decorrer desta semana, pela Corte do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Maranhão.

Diferente das outras vezes, quando conseguiu escapar da cassação, inelegibilidade e do enquadramento na Lei da Ficha Limpa, nem mesmo a manobra impetrada pelos advogados do já quase ex-prefeito de Codó, de pedir a republicação de novo prazo, será suficiente para livrar Zito da queda da prefeitura por captação ilícita e sufrágio, popularmente conhecida como compra de votos.

Ocorre que, de acordo com o artigo 6º, parágrafo 3º, da Resolução n.º 7857, de 22 de julho de 2010, que regulamenta a composição do acórdão e resoluções no âmbito do Justiça Eleitoral do Maranhão, não havia mais a possibilidade de republicação do novo prazo, conforme solicitado na manobra pelo vice de Zito, Guilherme Archer (PMDB), já que na publicação do referido processo já constava o expediente completo, isto é: a identificação do processo, os nomes das partes e de seus advogados. Em detalhes, não havia a necessidade do juiz Ailton Gutemberg, que substituiu a juíza Gisele Rondon na 7ª Zona Eleitoral, incluir o nome de Archer na publicação do Embargo e Declaração no Diário da Justiça Eletrônico, já que na entrada dos embargos, constava apenas o nome de Zito Rolim. De resto, como o prefeito, o vice e seus advogados dormiram durante todo o fim de semana e feriado de São Pedro, o caso pode ser resumido na expressão jurídica em latim dormientibus non succurrit jus, o Direito não socorre aos que dormem.

No lugar de Zito, assume o segundo colocado nas eleições de 2012, Biné Figueiredo (PDT), que já apresentou dois mandados de segurança no TRE-MA para assumir a Prefeitura de Codó, e aguarda apenas o deferimento do agravo regimental.

Beto Pixuta repassou quase R$ 5 milhões para empresa operada por Pacovan
Política

Empreiteira era usada parar garfar contratos milionários e não executar os serviços. Outras três prefeituras devem aumentar a lista da "Máfia da Agiotagem"

É complicada a situação do prefeito de Matinha, Marcos Robert Silva Costa, o “Beto Pixuta”, um dos 52 gestores arrolados na lista da Polícia Civil e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) por envolvimento no esquema de agiotagem e desvio de recursos públicos em prefeituras do Maranhão.

De acordo com as investigações, Pixuta repassou quase R$ 5 milhões para uma das construtoras operadas pelo agiota Josival Cavalcante da Silva, mais conhecido como “Pacovan”, preso durante as operações “Morta Viva” e “Marajá”, há cerca de uma semana.

Toda a verba pública escoou dos cofres da Prefeitura de Matinha por meio de mais de dez aditivos a um contrato para execução de obras e serviços de recapeamento asfáltico de única rua no município, que até hoje não recebeu qualquer camada de breu, e de construção de uma praça e um posto de saúde, que até hoje não foram construídos.

Com sede em São Luís, a empreiteira utilizada pelo agiota “Pacovan” para receber dinheiro emprestado durante a campanha eleitoral também garfou verba pública em outras oito prefeituras, sendo cinco comandadas por investigados pela Polícia Civil e Gaeco por agiotagem e outros três prefeitos que também podem entrar na lista da máfia.

Preso com certidão e tudo

A informação baseada em suposta fonte da Polícia Civil, divulgada por blogs da capital de que Beto Pixuta, a ex-prefeita de Olinda Nova do Maranhão, Conceição Campos (PMDB), e do prefeito Codó, Zito Rolim (PV), não estariam sendo investigados, é facilmente derrubada pelo fato dos prefeitos de Marajá do Sena, Edivan Costa (PMN) , e o atual prefeito de Coelho Neto, Soliney Silva (PRTB), terem conseguido certidões negativas da própria Comissão de Investigação de Agiotagem.

Prefeito de Marajá no Sena tentou se livrar da cadeia com base em uma certidão emitida estrategicamente pela Polícia Civil
Blog do Carlinhos Filho Atrás das Grades Prefeito de Marajá no Sena tentou se livrar da cadeia com base em uma certidão emitida estrategicamente pela Polícia Civil

Mesmo de posse da certidão assinada pelos delegados Roberto Wagner Leite Fortes, Maymone Barros Lima, e Roberto Mauro S. Larrat, o prefeito de Marajá do Sena não só foi parar na cadeia como ainda teve seu pedido de prisão prorrogado pela Justiça.

O mesmo deve ocorrer com o prefeito de Coelho Neto, e com a sua ex-secretária municipal de Saúde, Rosângela Curado, atualmente ocupando o posto de subsecretária de Saúde do Maranhão.

A emissão das certidões, emitidas à pedidos dos prefeitos, tem sido feita pela Polícia Civil apenas para despistar os gestores enrolados com agiotas, além de evitar atrapalhos nas investigações.

A mesma estratégia de negar a inclusão dos gestores na lista de investigação também foi utilizada pela Seic e Gaeco, após o vazamento da primeira lista da Comissão de Investigação de Agiotagem, na época ainda com apenas 41 prefeituras sendo investigadas.

Aumenta para 52 número de investigados por agiotagem no Maranhão; veja a lista
Política

Outros 11 gestores passaram a ser investigados após desdobramentos das operações “Imperador”, “Morta Viva” e “Marajá”

Subiu oficialmente para 52 gestores - entre prefeitos e ex-prefeitos - o número de investigados pela polícia por participação direta no esquema de agiotagem e desvio de recursos públicos da merenda escolar, medicamentos, e do aluguel de máquinas e carros no Maranhão.

Documentos apreendidos nas operações “Morta Viva” e “Marajá”, contra agiotagem e desvio de verba pública em prefeituras do Maranhão
Honório Moreira/OIMP/D.A Press Máfia da Agiotagem Documentos apreendidos nas operações “Morta Viva” e “Marajá”, contra agiotagem e desvio de verba pública em prefeituras do Maranhão

O aumento no número de investigados se deu após desdobramentos das operações “Imperador”, “Morta Viva” e “Marajá”, que descobriu o envolvimento de mais três prefeitos com a máfia dos agiotas Gláucio Alencar; Eduardo Costa Barros, o Eduardo DP; e Josival Cavalcante da Silva, mais conhecido como “Pacovan”. Até o balanço da Operação Detonando, que originou as três últimas, apenas 41 prefeitos e ex-prefeitos eram suspeitos de participar da quadrilha que pode ter desviado mais de R$ 100 milhões dos cofres municipais.

Os novos suspeitos de locupletar dinheiro público para pagar empréstimos a juros contraídos em campanha, segundo investigações da Polícia Civil e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), são os prefeitos e ex-prefeitos de: São Mateus, Miltinho Aragão; Bacuri, Richard Nixon; Riachão, Crisogono Vieira; Pedro do Rosário, Irlan Serra; Marajá do Sena, Perachi Roberto Farias; Matinha, Beto Pixuta; Governador Nunes Freire, Indalécio Fonseca; São Bento, Carrinho; Coroatá, Luis da Amovelar; Olinda Nova do Maranhão, Conceição Campos; e de Codó, Zito Rolim.

Ambos tiveram encontrados cheques em posse do trio de agiotas ou celebraram contratos milionários com duas construtoras e uma distribuidora de medicamentos registradas em nome de laranjas. Eles devem ser chamados para depor nos próximos dias ou terem o pedido de prisão temporária decreta em seu desfavor.

Confirmação de lista

Apesar do surgimento de novos nomes, a prisão da ex-prefeita de Dom Pedro, Arlene Barros; e do prefeito de Marajá do Sena, Edivan Costa (PMN) - além do pedido de prisão do ex-prefeito de Zé Doca, Natim -, confirma a veracidade da lista vazada da Seic e da Gaeco.

Segundo a lista, que continha apenas 41 nomes, os gestores investigados na máfia da agiotagem e desvio de recursos comandaram os municípios arrolados durante o período de 2009 a 2012, ou estão no poder atualmente.

Abaixo, a nova lista de 52 prefeitos e ex-prefeitos suspeitos de escamoteamento de dinheiro pública por meio da Máfia da Agiotagem,:

1 – Sebastião Lopes Monteiro (Apicum­-Açu)
2­ – Leão Santos Neto (Arari)
3 – Richard Nixon Monteiro dos Santos (Bacuri)
4 – Raimundo Nonato Lisboa (Bacabal)
5 – José Farias de Castro­ (Brejo)
6 ­– Francisco Xavier Silva Neto (Cajapió)
7 – José Haroldo Fonseca Carvalho­ (Cândido Mendes)
8 – José Martinho dos Santos Barros­ (Cantanhede)
9 – Humberto Ivar Araújo Coutinho­ (Caxias)
10 – José Rolim Filho ­(Codó)
11 – Soliney de Sousa e Silva ­(Coelho Neto)
12 – Luís Mendes Ferreira ­(Coroatá)
13 – José ­Francisco Pestana (Cururupu)
14 – Maria Arlene Barros Costa­ (Dom Pedro)
15 – Indalecio Wanderley Vieira Fonseca (Governador Nunes Freire)
16 – ­Raimundo Almeida (Lago Verde)
17 – Jorge Eduardo Gonçalves de Melo­ (Lagoa Grande)
18 ­–João Cândido Carvalho Neto (Magalhães de Almeida)
19 ­– Manoel Edvan Oliveira da Costa (Marajá do Sena)
20 ­– Perachi Roberto Farias (Marajá do Sena)
21 ­– Marcos Robert Silva Costa (Matinha)
22 ­– Joacy de Andrade Barros (Mirador)
23 – José Lourenço Bonfim Júnior­ (Miranda do Norte)
24 –­ Ivaldo Almeida Ferreira (Mirinzal)
25 – Iara Quaresma do Vale Rodrigues (Nina Rodrigues)
26 –­ Conceicao de Maria Cutrim Campos (Olinda Nova do Maranhão)
27 –­ Glorismar Rosa Venancio (Paço do Lumiar)
28 – Enoque Ferreira Mota Neto (Pastos Bons)
29 – Tancledo Lima Araújo (Paulo Ramos)
30 –­ José Irlan Souza Serra (Pedro do Rosário)
31 –­ Maria José Gama Alhadef (Penalva)
32 –­ Henrique Caldeira Salgado (Pindaré Mirim)
33 ­– José Arlindo Silva Sousa (Pinheiro)
34 – Crisogono Rodrigues Vieira (Riachão)
35 – Marconi Bimba Carvalho de Aquino (Rosário)
36 ­– Márcio Leandro Antezana Rodrigues (Santa Luzia)
37 – José Nilton Marreiros Ferraz (Santa Luzia do Paruá)
38 – Carlos Alberto Lopes Pereira (São Bento)
39 – Sebastião Fernandes Barros (São Domingos do Azeitão)
40 – Kleber Alves de Andrade (São Domingos do Maranhão)
41 – Alexandre Araújo dos Santos­ (São Francisco do Brejão)
42 – Luiza Moura ­da Silva Rocha (São João do Sóter)
43 – João Castelo Ribeiro Gonçalves (São Luís)
44 – Hamilton Nogueira Aragão (São Mateus)
45 –­ Leocádio Olímpio Rodrigues (Serrano do Maranhão)
46 –­ Juvenal Leita de Oliveira (Sucupira do Riachão)
47 ­– Maria do Socorro Almeida Waquim (Timon)
48 –­ Domingos Sávio Fonseca Silva (Turilândia)
49 – Raimundo Nonato Abraão Baquil­ (Tutoia)
50 – Abnadab Silveira Léda­ (Urbano Santos)
51 –­ Miguel Rodrigues Fernandes (Vargem Grande)
52 –­ Raimundo Nonato Sampaio (Zé Doca)

Justiça Eleitoral cassa mandato de Zito Rolim e Guilherme Archer
Política

Em sua decisão, magistrada sugeriu que presidente da Câmara dos Vereadores assuma o comando da Prefeitura de Codó

A Justiça Eleitoral do Maranhão cassou, no último dia 26, o mandato do prefeito e do vice -prefeito de Codó, José Rolim Filho, o Zito Rolim (PV), e Guilherme Ceppas Archer (PMDB), respectivamente, por captação ilícita de sufrágio - a famosa compra de votos -, e por abuso de poder econômico nas eleições municipais de 2012.

Em sua decisão, a juíza Gisele Ribeiro Rondon, da 7ª Zona Zona Eleitoral do município, julgou procedente a Recurso Conta Expedição de Diploma (RCED) - posteriormente convertido em Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME) - ajuizado pela coligação partidária “A vontade do povo”, e cassou os diplomas de Rolim e Archer, decretando ainda a perda dos mandatos eletivos da dupla, além declará-los inelegíveis para os próximos oito anos, e condená-los ao  pagarem multa de 20 mil UFIRs.

Em razão de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral ter também declarado nulos os votos obtidos, respectivamente, pelos candidatos a prefeito e vice-prefeito Francisco Nagib Buzar de Oliveira e José Francisco Lima Neres, atingindo dessa forma mais de 50% (cinquenta por cento) dos votos válidos, a magistrada determinou que o TRE-MA marque data para a realização de nova eleição para prefeito de Codó.

Ainda na decisão que cassou os mandatos de Zito Rolim e Guilherme Archer, a titular da 7ª Zona Zona Eleitoral de Codó sugeriu que o presidente da Câmara de Vereadores do município, vereador Francisco de Assis Paiva Brito, o Chiquinho do Saae (PV), é o único legitimado a, interinamente, assumir a chefia do Poder Executivo municipal até a realização do novo pleito.