Truculência da Policia Militar MA
PM-MA invade casa sem mandado judicial e destrói tudo
Maranhão

Denúncia é do advogado Diogo Cabral. Ele cobrou do governador Flávio Dino o fim desse tipo de ação

Pelo menos quatro agentes da Polícia Militar do Maranhão invadiram a casa de uma mulher na periferia de São Luís, na noite dessa quinta-feira 12, sem mandado judicial e destruíram a residência. A denúncia foi publicada no Twitter pelo militante e advogado da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH), Diogo Cabral, em postagem direcionada ao governador Flávio Dino (PCdoB).

“Flávio Dino, determine que a PMMA cumpra os preceitos do Estado Democrático de Direito e que não invada casas de cidadãos de bem da periferia. Ontem 4 policiais invadiram a casa de uma trabalhadora, negra, da periferia de São Luís. Destruíram tudo, sem mandado judicial”, postou.

Segundo julgamento mais recente do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre esse tipo de situação, de novembro de 2015, a invasão pode ter sido ilegal. Pelo entendimento firmado, a possibilidade da polícia invadir residências sem a necessidade de mandados pode ser executado apenas em situações que envolvam depósito ou porte de drogas, extorsão mediante sequestro e cárcere privado, ou seja, situações que exigem ação imediata da polícia.

Ainda em publicações direcionadas ao governador do Maranhão, Cabral denunciou que invasões da PM-MA em residências na periferia da capital, sem posse de mandados judiciais, são práticas constantes. Para ele, além de refém das facções criminosas, a população fica, ainda, à mercê a truculência policial.

“Essa prática é cotidiana na periferia de SLZ e as pessoas que ali moram são reféns de facções e da truculência policial. Flávio Dino, a lógica de guerra às drogas, além de encarcerar em massa, viola direitos, solapa garantias individuais e Mata”, disse o advogado.

Flávio Dino evita condenar agressão de PMs a estudantes no Liceu Maranhense
Política

Em nota, SSP-MA informou que conduta dos policiais só será investigada se houver denúncia formal na sede da Corregedoria de Segurança Pública

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), fez corpo mole e evitou condenar a ação de um grupo de policiais militares do “Esquadrão Tornado” que, nessa terça-feira 1º, agrediu alunos da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), durante uma tentativa frustada dos estudantes em ocupar o prédio onde funciona o Liceu Maranhense, no Centro de São Luís.

A ocupação era uma forma de protesto dos jovens contra a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) n.º 241, a chamada PEC do Teto, que limita gastos do governo federal por até 20 anos; e contra a reforma do Ensino Médio.

“Sobre atuação policial, após apuração e ser ouvido o diretor da escola, a Secretaria de Segurança vai se pronunciar, como já informado. Nenhum secretário de Estado foi informado previamente dos fatos. Muito menos eu próprio, obviamente. Mas não posso ser precipitado e irresponsável para sair julgando condutas de servidores públicos sem que eles sejam ouvidos. Assim será”, esquivou-se o comunista, no Twitter.

De fato, minutos apos a manifestação de Dino, a SSP-MA lançou nota sobre a confusão, e reprovou a ação truculenta da PM-MA. Contudo, a pasta passou a bola para a Corregedoria do Sistema de Segurança Pública, e informou que qualquer investigação para apurar a conduta dos policiais só será aberta caso seja feita alguma denúncia formal ao órgão.

“A Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP) esclarece que denúncias que envolvam a conduta de profissionais do Sistema de Segurança Pública devem ser feitas diretamente na Corregedoria de Segurança Pública, que funciona na sede do órgão, na Vila Palmeira. O Comando Geral da Polícia Militar do Maranhão ressalta, ainda, que reprova qualquer atitude que viole o respeito à dignidade humana; e eventuais excessos serão devidamente apurados”, diz a nota.

Nas redes sociais, a repressão policial contra o estudantes da UEMA tem sido comparada ao protesto da Meia Passagem, também ocorrido no Centro da capital maranhense, em 1979. O episódio também ficou marcado devido à forte brutalidade policial empreendida contra os estudantes que participavam da manifestação. O Estado era comandado na época pelo atualmente deputado federal pelo PSDB, João Castelo, aliado de Flávio Dino.