Polícia Civil MA
Polícia investiga ligação de assassinato em São Luís com divisão de dinheiro de contrato com prefeitura de Icatu
Cotidiano

Suspeita é de que três sócios da vítima teria participação no crime para não ter de repartir pagamento de obra orçada em R$ 400 mil. À época do homicídio, imprensa divulgou caso como briga de trânsito

A Polícia Civil do Maranhão investiga a suspeita de ligação de um assassinato ocorrido em São Luís com a divisão de pagamentos de um contrato celebrado por empreiteiras com a prefeitura de Icatu, a 111 km a capital, para revitalização de uma estrada vicinal no município.

Sigiloso, o inquérito foi instaurado no mês passado e tramita na Superintendência de Homicídios e Proteção a Pessoa (SHPP), no âmbito do Departamento de Homicídios da Capital (DHC).

O assassinato ocorreu na noite de 18 de março último, em plena via pública do bairro do São Francisco, tendo como vítima de arma de fogo Aldo Antônio de Souza, de 47 anos.

À época, a imprensa local divulgou que ele seria advogado, depois corretor de imóveis, e que o caso teria relação com briga de trânsito. Segundo noticiado, ele foi alvejado com três tiros que atingiram a região do tórax e no braço, e morreu no local. Os disparos teria sido efetuados por uma pessoa não identificada que estava utilizando capacete e fugiu em uma motocicleta, de marca e placas também não identificadas.

De acordo com fontes do ATUAL7 com acesso à investigação, porém, o crime foi orquestrado em virtude da vítima ter se envolvido em um contrato cujo objeto teria sido serviços de desobstrução e melhorias de via vicinal de 20 km no município de Icatu.

A obra, ainda segundo a apuração da Polícia Civil, teria sido iniciada em novembro do ano passado, orçada em R$ 400 mil, com previsão de entrega para janeiro de 2022.

A suspeita é de que três sócios da vítima teriam participação no assassinato para não ter de repartir o dinheiro recebido da prefeitura, atualmente sob o comando do engenheiro Walace Azevedo Mendes, do Republicanos.

Josimar é alvo de megaoperação midiática do Ministério Público e Polícia Civil após romper com Dino
Política

Maranhão Nostrum cumpriu mais de 60 mandados de busca e apreensão em 14 municípios e contou com apoio até do CTA, em possível demonstração de força pelo Palácio dos Leões

Um mês após passar de amigo a inimigo político do governador Flávio Dino (PSB), o deputado federal Josimar Maranhãozinho (PL) foi alvo de megaoperação deflagrada na manhã desta quarta-feira (6) pelo Ministério Público e Polícia Civil maranhense.

Batizada de Maranhão Nostrum, a ação já era especulada nos bastidores e contou com a participação até do CTA (Centro Tático Aéreo), reforçando possível motivação política diante do espetáculo midiático de demonstração de força pelo Palácio dos Leões.

Mais de 60 mandados de busca e apreensão foram cumpridos por agentes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate às Organizações Criminosas) e da Seccor (Superintendência Estadual de Prevenção e Combate à Corrupção), sendo 13 em municípios maranhenses e um no Ceará.

A medida foi autorizada pela 1ª Vara Criminal de São Luís, privativa para processamento e julgamento dos crimes de organização criminosa.

Ao detalhar a operação, o Ministério Público informou que o procedimento investigatório foi iniciado em 2018, com objetivo de apurar possíveis fraudes em processos licitatórios para contratação das empresas, que teriam o parlamentar como sócio-proprietário, pelas prefeituras de Araguanã, Carutapera, Centro do Guilherme, Maranhãozinho, Pedro do Rosário e Zé Doca até quatro anos antes, movimentando quase R$ 160 milhões.

Líder do PL, legenda de maior força política no Maranhão, Josimar vem se cacifando para a disputa pelo Palácio dos Leões em 2022, podendo ser o candidato de Jair Bolsonaro no estado. Nas últimas semanas, confirmou musculatura ao promover atos de pré-campanha em que reuniu centenas de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores anilhados ao seu projeto político.

Polícia Civil do MA prende suposto hackers suspeitos de prejuízo de R$ 13 mi ao Nubank
Cotidiano

Mais de R$ 3 milhões em bens foram bloqueados dos investigados

A Polícia Civil do Maranhão cumpre, na manhã desta quarta-feira 16, 58 mandados de prisão e 98 mandados de busca e apreensão contra supostos hackers suspeitos de causarem um prejuízo de R$ 13 milhões ao Nubank.

Por determinação da Justiça, foram bloqueados bens dos investigados em mais de R$ 3 milhões.

Batizada de Operação Ostentação, a ação ocorre na capital São Luís e nas cidades maranhenses de Imperatriz, Governador Nunes Freire, Açailândia, Carolina, São João do Paraiso, Cidelândia, Davinópolis, Paço do Lumiar, São José de Ribamar e João Lisboa.

Também estão sendo cumpridos mandados na cidade de Aparecida de Goiânia, em Goiás, e nas cidades de Augustinópolis e São Bento, no Tocantins.

Cerca de 280 policiais civis do Maranhão participam da operação, uma das maiores já deflagradas no estado.

Polícia Civil faz buscas em endereços de Abdon Murad Júnior
Cotidiano

Médico é investigado em suposto esquema de fraude financeira. Desde junho, ele está sob monitoramento por tornozeleira e com passaporte retido

A Polícia Civil do Maranhão cumpriu, na manhã desta sexta-feira 10, três mandados de busca e apreensão em endereços do médico Abdon José Murad Junior, um dos cirurgiões bariátricos mais conceituados do estado.

A ação foi deflagrada no bojo da Operação Ramsés, que investiga suposto esquema de fraude financeira.

Segundo a Polícia Civil, foram apreendidos documentos, iPads, CPUs e notebooks, em apartamentos localizados na Península da Ponta d'Areia, considerada a área mais nobre de São Luís, e na sede da empresa AMJ Participações, também investigada.

Abdon Murad Junior é suspeito de liderar o suposto esquema.

Desde junho, conforme revelou o ATUAL7, ele está sob monitoramento por tornozeleira eletrônica e com o passaporte retido.

Procurada pelo ATUAL7, a defesa do médico declarou que, como o processo é sigiloso, qualquer manifestação será feita apenas em juízo.

Polícia Civil faz busca e apreensão contra Vera Lúcia e na Câmara de Chapadinha
Política

Operação Arroba apura suposta fraude em licitação e peculato pela presidente da Casa, vereadora Vera Lúcia

A Polícia Civil Maranhão cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em Chapadinha, nesta quarta-feira 10, durante a deflagração da Operação Arroba, que apura suposta fraude em licitação e peculato.

A presidente da Câmara de Vereadores, Vera Lúcia Aguiar (PTB), e o próprio Palácio Francisco Carneiro Almeida, sede do Poder Legislativo do municipal, figuram entre os alvos.

Na ação, foram apreendidos diversos aparelhos eletrônicos, como celulares, notebooks, computadores e tablet. Não há informações sobre apreensão de documentos.

O inquérito, segundo a Polícia Civil, permanece sob sigilo.

Em nota, Vera Lúcia disse que a Câmara de Chapadinha “possui certificado de transparência”, e que a investigação policial, instaurada a partir de denúncia formulada por vereadores que fazem oposição à sua gestão, tem o “intuito único e exclusivo” de atacá-la. “Todos os dados oriundos de folha de pagamento, pagamento de fornecedores entre outros encontram-se inseridos no portal da transparência”, garantiu.

Gaeco e Polícia Civil deflagram ação contra desvio de emendas de vereadores de São Luís
Política

Operação Faz de Conta tem entre alvos as entidades Instituto Social Renascer e Instituto Periferia

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas), do Ministério Público do Maranhão, e as superintendências de Prevenção e Combate à Corrupção (Seccor) e de Polícia Civil da Capital (SPCC), da Polícia Civil do Maranhão, deflagraram, na manhã desta terça-feira 5, a Operação Faz de Conta.

Estão sendo cumpridos dez mandados de busca e apreensão e um de prisão temporária, em decisão proferida pela 1ª Vara Criminal de São Luís, exclusiva para processamento e julgamento de crimes cometidos sob o contexto de organização criminosa.

De acordo com a assessoria do MP, os alvos da operação são as entidades Instituto Social Renascer e Instituto Periferia, e seus responsáveis legais, Izadora Pestana Rocha e Márcio Rogério Leonardi; os contadores Ney Almeida Duarte, Paulo Roberto Barros Gomes e Neuber Dias Ferreira Júnior e seus respectivos escritórios de contabilidade; e o despachante Márcio Jorge Berredo Barbosa.

A ação contra a suposta orcrim foi deflagrada para evitar a destruição ou ocultação de provas, e para instruir o procedimento investigatório criminal instaurado pela 1ª Promotoria de Justiça Criminal de São Luís, que apura a possível falsificação do Atestado de Existência e Regular Funcionamento, emitido pelas Promotorias de Justiça de Fundações e Entidades de Interesse Social da Capital.

Segundo as investigações, o Instituto Renascer e o Instituto Periferia teriam utilizado o Atestado de Existência e Regular Funcionamento para se beneficiarem mediante a celebração de convênios junto a secretarias municipais de São Luís, com aplicação de recursos de emendas de vereadores da Câmara Municipal da capital.

Polícia Civil do MA deflagra operação contra quadrilha milionária de pirâmide financeira
Cotidiano

Esquema movimentou R$ 50 milhões, no período de dois anos. Seis mandados de prisão e 36 de busca e apreensão estão sendo cumpridos no Maranhão, Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo

A Polícia Civil do Maranhão deflagou, na manhã desta quinta-feira 10, megaoperação para desbaratar quadrilha milionária de pirâmide financeira suspeita de crimes de estelionato, contra a ordem econômica e das relações de consumo e lavagem de dinheiro.

A ação está sendo conduzida conjuntamente pela Superintendência maranhense de Polícia Civil do Interior, com apoio da Superintendência de Polícia Civil da Capital, e pelo DGCOR-LD (Departamento Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro) da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Também há participação da Coordenadoria de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil do Distrito Federal e da Polícia Civil de São Paulo.

Estão sendo cumpridos seis mandados de prisão temporária e 36 de busca e apreensão no Maranhão, Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo.

Também estão sendo sequestrados bens e contas bancárias - físicas e jurídicas - no valor aproximado de R$ 50 milhões. O valor corresponde ao movimentado pela quadrilha, no período de dois anos, segundo relatórios de Inteligência Financeira do Coaf (Conselho de Controle de Atividade Financeira).

A investigação apura o envolvimento dos empresários Roniel Cardoso dos Santos, Gabriel Almeida Piquet de Oliveira, Luciene Assunção Silva e Luana Cardoso e outros sete acusados de estelionato e lavagem de dinheiro. O crime consistia em captar servidores públicos e outras vítimas para que estes fizessem empréstimos consignados e aplicassem o valor em investimentos fictícios, com ganhos vultuosos e incompatíveis com a realidade do mercado.

A quadrilha pagava às vítimas pequenos lucros do suposto investimento nos primeiros meses, mas depois os lesava sem devolver todo o montante aplicado. Para atrair clientes, o grupo exibia suas empresas em redes sociais os atraía com ofertas de aplicações sedutoras.

Segundo as investigações, o grupo planejava se fortalecer politicamente no Maranhão, onde tinha ramificações com o lançamento de candidaturas a cargos eletivos, com a finalidade de se beneficiar financeiramente e dar respaldo e imunidade à quadrilha.

TCE julga nesta quarta processo que aponta irregularidades no concurso da Polícia Civil
Cotidiano

Representação do MP de Contas pede que certame seja tornado nulo a partir da etapa de avaliação psicológica

Está na pauta do Pleno do TCE (Tribunal de Contas do Estado), desta quarta-feira 14, pedido do Ministério Público de Contas para anular o concurso da Polícia Civil do Maranhão, a partir da etapa de avaliação psicológica, por diversas supostas irregularidades no certame.

O processo tem como relator o conselheiro Raimundo Oliveira Filho, que deve apresentar o voto durante a sessão.

Formulada no ano passado contra com a SEGEP (Secretaria de Estado de Gestão, Patrimônio e Assistência aos Servidores), a representação requer que seja celebrado um TAG (Termo de Ajustamento de Gestão) com a pasta, com o objetivo de sanar irregularidades identificadas pelo MPC no edital do concurso para provimento de vagas imediatas e formação de cadastro de reserva nos cargos de escrivão de polícia, investigador de polícia, médico legista, odontolegista e perito criminal do Grupo Ocupacional de Atividades de Polícia Civil estadual.

O MP de Contas diz, também, que as falhas ocorrem na falta de parâmetros que possam ser balizadores para determinar se o candidato é com compatível ou não com os requisitos psicológicos do cargos.

Além disso, segundo o MPC, num outro trecho do edital, é informado quais os requisitos psicológicos que serão avaliados, contudo não há qualquer esclarecimento sobre o critério que será utilizado para considerar o requisito psicológico atendido ou não. Ou seja, o item prevê o que será avaliado, entretanto silencia quanto ao referencial objetivo para determinar se o critério avaliado foi satisfeito ou não pelo candidato.

Polícia Civil do MA tende a suspender inquéritos baseados no Coaf, diz coordenador do LAB-LD
Cotidiano

Delegado Gabriel Neves afirma que, até que o STF se manifeste sobre a decisão de Toffoli, tendência é seguir a medida já adotada pela PF

Coordenador do Laboratório de Tecnologia Contra a Lavagem de Dinheiro (LAB-LD) da Polícia Civil do Maranhão, o delegado Gabriel Neves afirmou que a tendência da polícia maranhense é seguir a medida já adotada pela Polícia Federal e suspender todos os inquéritos em tramitação que utilizem dados do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e demais órgãos de controle, como Receita e Banco Central.

Em entrevista ao ATUAL7 por e-mail, ele falou sobre o trabalho do LAB-LC/PCMA, quais os principais crimes apurados pelo setor e a respeito da decisão do ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), de suspender todas as investigações e ações penais que tenham usado dados pormenorizados dos órgãos de controle sem prévia autorização judicial — atendendo a um pedido da defesa do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

Segundo ele, os inquéritos devem ser interrompidos pela Polícia Civil até que o plenário do STF se manifeste em definitivo sobre a decisão de Toffoli. Até lá, diz, não é possível mensurar quantos processos serão paralisados.

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Basicamente com o que e como trabalha o LAB-LD-PCMA?

O LAB-LD se dedica ao assessoramento das unidades da Polícia Civil que necessitem de apoio técnico especializado em matéria financeira. Toda e qualquer Delegacia ou Departamento especializado da PCMA pode acionar o LAB-LD.

As análises são normalmente complexas e demandam conhecimento técnico especializado e o uso de ferramentas tecnológicas de análises que auxiliarão os profissionais no manuseio de grandes volumes de dados. O uso de tecnologia na análise resulta em segurança para as análises e celeridade na conclusão dos feitos. Uma análise que antes poderia levar 1 ano pelos métodos tradicionais, hoje pode ser concluída em pouco mais de 2 meses.

A atuação do LAB-LD repousa basicamente na análise dos RIFs enviados pelo COAF, bem como na análise de dados bancários e fiscais. Havendo necessidade no caso concreto, o LAB-LD realiza também a análise de dados telemáticos e dados telefônicos, cruzando as várias bases de dados disponíveis a fim de identificar sinais da prática dos crimes em apuração pela unidade demandante.

Em quase 4 anos de existência, o LAB-LD já identificou aproximadamente qual valor originado de atividades com suspeitas de irregularidades?

Durante o período de existência estima-se que o LAB-LD já analisou um total de valor na casa das centenas de milhões de reais de movimentações financeiras com suspeitas de ilicitude. É dizer, valores investigados com possível relação com a prática de crimes.

Já houve ou há análises de movimentações financeiras envolvendo políticos, pirâmides e organizações criminosas ligadas ao tráfico de drogas?

Havendo autorização judicial e provocação por parte de uma unidade policial, existe a possibilidade do LAB-LD analisar dados decorrentes de investigações de quaisquer crimes e alcançar quaisquer pessoas.

Os principais crimes apurados pelas unidades policiais que resultaram em pedido de assessoramento pelo LAB-LD incluem: fraudes em geral, lavagem de dinheiro, organização criminosa, tráfico de drogas, furto e roubo de grande complexidade, peculato e corrupção.

De que modo a decisão do ministro Dias Toffoli, proferida no último dia 15, suspendendo inquéritos criminais instruídos por relatórios do Coaf que exponham, sem autorização judicial prévia, detalhes da vida financeira dos investigados, afeta os trabalhos do LAB-LD-PCMA?

Os relatórios do COAF não expõem detalhes da vida financeira dos investigados.

Só quem tem acesso à detalhes de movimentações financeiras de clientes do sistema financeiro nacional são as Instituições Financeiras com quem o investigado possui relacionamento bancário. Todas essas informações são protegidas pelo sigilo bancário e só podem ser compartilhadas com a polícia através de decisão judicial.

O COAF transmite em seus relatórios apenas informações repassadas pelos denominados setores obrigados. Esses setores da economia que devem obrigatoriamente informar ao COAF sobre movimentações financeiras suspeitas de lavagem de dinheiro ou financiamento do terrorismo foram definidos no artigo 9º da Lei nº 9.613/98, que criou o COAF.

Alguns exemplos desses setores obrigados são:
• Instituições financeiras;
• Empresas seguradoras;
• Previdência complementar;
• Mercado de Valores Mobiliários;
• Joalherias;
• Comércios de bens de luxo ou de alto valor;
• e outros.

Perceba que os setores obrigados transmitem ao COAF apenas operações suspeitas com indícios de lavagem de dinheiro ou de financiamento do terrorismo ou de outros ilícitos ou que envolvam movimentações em espécie acima de determinado valor estabelecido em norma.

É um mecanismo que visa identificar a prática de crime e permitir que a polícia e os demais órgão de persecução responsabilizem criminosos.

Unidades de Inteligência Financeira (UIF) análogas ao COAF existe na maioria dos países do mundo e o Brasil se comprometeu a fazer o mesmo (criar uma UIF) quando passou a compor o GAFI (Grupo de Ação Financeira Internacional). Foi exatamente o que o Brasil fez através da Lei de Combate à Lavagem de Dinheiro, de 1998 (Lei nº 9.613/1998), que criou o COAF.

Impedir o funcionamento desse mecanismo é colaborar para a prática de crimes e permitir a impunidade. É permitir que criminosos acreditem que o crime de base financeira no Brasil pode compensar.

Quando o dinheiro desviado com a corrupção deixa de chegar aonde deveria (investimento em educação, saúde, saneamento básico, crescimento comercial e consequente geração de empregos etc) acaba por gerar uma elevação na prática dos ditos crimes violentos do dia a dia: roubos; homicídios; incentivo ao ingresso dos jovens às facções criminosas e outros.

Espera-se que o plenário do STF reverta a decisão proferida pelo Min. Dias Toffoli.

Com relação aos inquéritos em tramitação no âmbito da Polícia Civil do Maranhão, é importante destacar que a decisão do Min Dias Toffoli é apenas temporária. É apenas uma suspensão da tramitação até que até que o STF se manifeste em definitivo através de manifestação de sua Corte composta pelos 11 Ministros prevista para ocorrer em novembro deste ano.

Contudo, até lá a tendência será a mesma já adotada pela Polícia Federal: a suspensão de todos os Inquéritos Policiais em tramitação que estejam abrangidos pela decisão:

“a suspensão do processamento de todos os inquéritos e procedimentos de investigação criminal (PIC’s), atinentes aos Ministérios Públicos Federal e estaduais, em trâmite no território nacional, que foram instaurados à míngua de supervisão do Poder Judiciário e de sua prévia autorização sobre os dados compartilhados pelos órgãos de fiscalização e controle (Fisco, COAF e BACEN), que vão além da identificação dos titulares das operações bancárias e dos montantes globais, consoante decidido pela Corte (v.g. ADI’s nsº 2.386, 2.390, 2.397 e 2.859, Plenário, todas de minha relatoria, julg. 24/2/16, DJe 21/10/16);

Não é possível mensurar quantos inquéritos serão atingidos no âmbito da Polícia Civil, mas o LAB-LD foi inaugurado no MA no ano de 2015.

O RIF do COAF é o ponta pé inicial da maioria das investigações de cunho financeiro que tramitam na Polícia Civil do Maranhão. Através do RIF a PCMA levanta a existência de indícios da prática de crimes, especialmente a corrupção, o estelionato e o tráfico de drogas, até então desconhecidos da polícia. É o fio do novelo que a polícia precisa muitas vezes para desnudar uma investigação muito maior.

A nulidade de um RIF poderá acarretar a nulidade de todas as provas decorrentes dela. É a chamada Teoria dos Frutos da Árvore Envenenada. A expectativa é pela reversão da decisão e a retomada imediata da tramitação de todos os inquéritos suspensos.

Polícia Civil quer acesso ao Sacop para investigações sobre lavagem de dinheiro
Cotidiano

Solicitação foi feita formalmente ao TCE no mês passado. Liberação de senha aguarda autorização do presidente da corte

A Polícia Civil do Maranhão tenta ter acesso à área restrita do sistema Sistema de Acompanhamento Eletrônico de Contratação Pública (Sacop), do Tribunal de Contas do Estado (TCE), para acelerar e tornar mais eficiente investigações sobre lavagem de dinheiro e combate à corrupção no estado.

Segundo documento obtido com exclusividade pelo ATUAL7, a solicitação foi feita formalmente à corte no final do mês passado, pelo delegado de Polícia Civil Gabriel Carvalho e Neves (foto), coordenador do Laboratório de Tecnologia Contra a Lavagem de Dinheiro (LAB-LD) da Polícia Civil maranhense.

Além dele próprio, no ofício, Neves pede que seja cadastrado no sistema dois investigadores e dois escrivães do LAB-LD/PCMA. “Ações colaborativas interinstitucionais como a que se propõe seguem uma tendência nacional de intensificação de ações voltadas ao combate à corrupção e à lavagem de dinheiro, aproximando e integrando vários atores atribuídos nesta missão”, justifica num dos trechos.

O ATUAL7 apurou que, como já existe no sistema um usuário específico para atendimento aos parceiros da Rede de Controle da Gestão Pública, a Secretaria de Controle Externo (Secex) do tribunal aguarda agora apenas a autorização do presidente da corte, conselheiro Nonato Lago, para o fornecimento de senha ao LAB-LD da Polícia Civil.

Inaugurado em dezembro de 2015, o LAB-LD/PCMA é uma unidade de inteligência financeira vinculada ao Centro de Inteligência da Polícia Civil do Maranhão, responsável pelo assessoramento das unidades operacionais em análise de dados financeiros de maior complexidade, especialmente decorrentes da quebra de sigilo bancário, fiscal e relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), mediante aplicação de metodologia própria.

PF passa investigação da Operação Draga para a Polícia Civil do MA
Política

Decisão acolheu parecer no MPF pela incompetência da Justiça Federal para processar e julgar o caso. Relatório aponta fraude em fiscalização de obras de dragagem no Porto do Itaqui

A Polícia Federal (PF) encaminhou os autos e os bens apreendidos pela Operação Draga à Central de Inquéritos de São Luís, para que a investigação possa prosseguir com a Polícia Civil do Maranhão. O despacho foi assinado pelo delegado Dhiego Melo Job de Almeida, em fevereiro último, relatando a decisão que acolheu o parecer do Ministério Público Federal pela incompetência da Justiça Federal para processar o julgar o caso.

Segundo o documento e o relatório das investigações elaborado por Job – divulgados pelo blog do Gilberto Léda, a PF confirmou as suspeitas iniciais sobre fraudes pela empresa Fotogeo no processo de fiscalização das obras de dragagem de aprofundamento do P-100 ao P-104 do Porto do Itaqui, gerenciado pela Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap).

Ainda de acordo com o relatório, a Fotogeo não realizou os serviços de batimetria, limitando-se a copiar dados da empresa que realizou a dragagem, a Jan Nul do Brasil Dragagem Ltda.

A dragagem custou aos cofres públicos R$ 62,1 milhões. A fiscalização fraudada, R$ 1,5 milhão.

O relatório da PF aponta também o envolvimento de pelo menos dois diretores da Emap no suposto esquema: José Eugênio Mendonça de Araújo Cavalcante, diretor de engenharia; e José Antônio Magalhães, diretor de operações. A PF diz que eles teriam participado da reunião em que se tratou sobre as irregularidades na fiscalização da obra.

A Operação Draga foi deflagrada pela PF em julho de 2017, penúltimo ano do primeiro mandato de Flávio Dino (PCdoB) à frente do Palácio dos Leões. À época, pelo Facebook, o diretor de engenharia da Emap alegou ser vítima de “denúncias infundadas de um ex-funcionário da empresa, que de forma inconsequente faz afirmações que não condizem com a realidade dos fatos”.

Esposo da promotora de Justiça da Comarca de São José de Ribamar, Elisabeth Albuquerque – que saiu em defesa do marido sob o discurso de perseguição pessoal e política –, José Eugênio Mendonça chegou a ser afastado cautelarmente do cargo, ficou impedido de acessar a Emap e foi alvo de mandado de busca e apreensão em sua residência, mas voltou à vida plena após ter as medidas cautelares revogadas por decisão do juiz Flávio Roberto Ribeiro Soares, da mesma Central de Inquérito para onde os autos e bens apreendidos foram encaminhados pela PF.

Gaeco e Polícia Civil cumprem mandado de prisão contra Edna Andrade
Política

Advogada é suspeita de ser a mandante do assassinato de Rolmerson Robson, ex-secretário municipal de Saúde de Cândido Mendes

Ação conjunta deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e pela Polícia Civil do Maranhão, na manhã desta terça-feira 26, cumpriu um mandado de prisão temporária contra a advogada Edna Maria Cunha de Andrade.

Segundo o Ministério Público, a decisão é do desembargador José Luís Almeida, do Tribunal de Justiça do Maranhão.

Edna Andrade é suspeita de ser a mandante do assassinato de Rolmerson Robson, ex-secretário municipal de Saúde de Cândido Mendes. Ela era casada com ele, à época com assassinato.

Conforme revelou o ATUAL7 no ano passado, as investigações apuram também o envolvimento do próprio prefeito de Cândido Mendes, Mazinho Leite, no crime. Há suspeitas de descoberta de um possível caso extraconjugal.

O assassinato

Rolmerson Robson foi assassinado a tiros, na manhã do dia 21 de fevereiro de 2014, na estrada que liga a sede do município de Cândido Mendes ao povoado Águas Belas.

Em janeiro deste ano, Nei Moreira Costa, apontado nas investigações como o executor do crime, foi preso temporariamente. Sua prisão foi prorrogada.

As investigações sobre o crime foram deflagradas pelo Núcleo de Investigação do Ministério Público do Maranhão, com a participação do Gaeco e da Polícia Civil maranhense.

MP de Contas aponta irregularidade em edital de concurso da Polícia Civil do MA
Política

Procurador-geral requer que certame seja tornado nulo a partir da etapa de avaliação psicológica, caso haja confirmação de irregularidade insanável

O Ministério Público de Contas (MPC) solicitou ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) a celebração de um Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) com a Secretaria de Estado da Gestão, Patrimônio e Assistência aos Servidores (Segep), com o objetivo de sanar irregularidades identificadas pelo órgão no edital do concurso público para provimento de vagas imediatas e formação de cadastro de reserva nos cargos de escrivão de polícia, investigador de polícia, médico legista, odontolegista e perito criminal do Grupo Ocupacional de Atividades de Polícia Civil estadual.

Realizado no início deste ano, o concurso é alvo de questionamentos do Tribunal de Justiça do Maranhão por mais da metade dos 48 candidatos eliminados na etapa de avaliação psicológica. Para o MPC, essas contestações ocorrem em razão de previsões incompreensíveis do item 15 do edital, que estabelece a submissão de todos os candidatos à forma de realização dessa etapa, fragilizando o certame — baixe o documento.

Procurado pelo ATUAL7, o Governo do Maranhão retornou o contato.

Na representação, assinada pelo procurador-geral do órgão, Jairo Cavalcante Vieira, o Parquet de Contas sustenta que as falhas ocorrem na falta de parâmetros que possam ser balizadores para determinar se o candidato é com compatível ou não com os requisitos psicológicos do cargos. Além disso, num outro trecho do mesmo item 15 do edital, é informado quais os requisitos psicológicos que serão avaliados, contudo não há qualquer esclarecimento sobre o critério que será utilizado para considerar o requisito psicológico atendido ou não. Ou seja, o item prevê o que será avaliado, entretanto silencia quanto ao referencial objetivo para determinar se o critério avaliado foi satisfeito ou não pelo candidato.

“Exemplificando, um dos requisitos psicológicos para o cargo de Escrivão de Polícia é assertividade em comunicação. Ao avaliar se o candidato apresenta assertividade em comunicação, em que situação candidato será considerado compatível com as exigências do cargo? Qual é o nível de assertividade em comunicação exigida para o cargo? Parece-nos que na forma em que está redigido o Edital não é possível estabelecer”, ressalta Jairo Cavalcanti.

Trechos de editais de outros concursos públicos realizados no país, que fixam critérios objetivos para realização de avaliação psicológica, bem como jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) acerca dos mesmos pressupostos foram apresentados pelo MC de Contas no documento, para análise por meio de comparação. É alertado, ainda, que diversas medidas judiciais estão sendo concedidas, algumas anulando a avaliação, outras determinando a inclusão dos candidatos na lista de aprovados, fragilizando o processo seletivo e reforçando a falha apontada.

Para o MPC, após defesa e resposta à proposta de TAG pela secretária da Segep Lilian Guimarães, caso haja confirmação de irregularidade insanável nos termos do edital, o concurso público deve ser tornado nulo a partir da etapa de avaliação psicológica.

Gaeco, CGU e Civil deflagram operação contra quase 20 prefeituras no MA
Política

Prefeitos teriam contratado a cooperativa COOPMAR por meio de licitações fraudulentas. Prejuízo ao erário pode chegar a R$ 170 milhões

A 1ª Promotoria de Justiça de Paço do Lumiar e o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Maranhão, em parceria com a Controladoria Geral da União (CGU) e a Polícia Civil, deflagraram, desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira 13, uma mega operação contra fraude em licitações em quase 20 prefeituras maranhenses.

De acordo com as investigações, as administrações municipais são acusadas de contratar as mesmas empresas para prestação de serviços terceirizados, em contratos viciados e direcionados.

Uma residencia no bairro do Bequimão e um escritório do Edifício Multi Empresarial no bairro do Renascença, ambos em São Luís, foram alvos de busca e apreensão.

Entre as prefeituras investigadas estão a de Grajaú, Viana, Timon, Caxias, Coroatá , São José de Ribamar, Peritoró, Rosário, Presidente Dutra, Arari, São Mateus, São Domingos do Maranhão, Santa Helena, Santa Rita, Chapadinha e Matinha.

A operação ocorre após três anos de investigação. O dinheiro movimentado pela quadrilha, somente com uma empresa, chega à ordem de R$ 230 milhões e o prejuízo causado aos cofres públicos pela organização criminosa pode chegar ao montante de R$ 170 milhões.

O nome da operação é Cooperar, em referência à Cooperativa Maranhense de Trabalho e Prestação de Serviços (COOPMAR), que teria sido a principal beneficiada no esquema.

“ByZu”: Polícia Civil do MA lança aplicativo para recebimento de denúncias anônimas
Maranhão

App está disponível inicialmente apenas para o sistema Android. Versão para IOS será lançada em breve

A Polícia Civil do Maranhão, por meio da Delegacia Geral e da Superintendência de Polícia Civil da Capital (SPCC), lançou oficialmente, na tarde desta terça-feira 26, o aplicativo “ByZu”, desenvolvido para auxiliar as investigações relacionadas ao tráfico de drogas, porte ilegal de armas de fogo e para auxiliar na localização de foragidos da Justiça e autores de crimes.

Idealizado pelo delegado Alessandro Barreto e pelo agente Mardem Lincow, que pertencem à Polícia Civil do Piauí, o App está disponível inicialmente apenas para o sistema Android. Em breve, uma versão para o sistema IOS também estará disponível.

O objetivo principal do ByZu é o recebimento de denúncias anônimas, que serão analisadas por uma equipe especializada. Após a avaliação das denúncias, elas serão encaminhadas a delegacias especializadas para a continuidade das investigações.

Polícia Civil identifica autoria da morte de blogueiro em Buriticupu
Maranhão

Segundo a Superintendência de Homicídios, o autor dos tiros que mataram Roberto Lano, em Buriticupu, em outubro, poderá ser preso em breve

A Polícia Civil, por meio da Superintendência de Homicídios do Maranhão, identificou o autor dos disparos que culminaram com o assassinato do blogueiro Orislândio Timóteo Araújo, o Roberto Lano, ocorrido no município maranhense de Buriticupu no dia 21 de outubro deste ano. A informação é de O Estado. Apesar da identificação do crime, segundo a polícia, não é possível preliminarmente afirmar se o crime é de encomenda e divulgar o nome o autor.

De acordo com o delegado Leonardo Diniz, que coordena as investigações conduzidas pela Superintendência de Polícia Civil do Interior, a polícia já pediu a prisão preventiva do autor, que não estaria mais na cidade de Buriticupu. “Estamos com dificuldades devido ao feriado do Natal e o recesso da Justiça. No entanto, estamos avançando nas apurações e, em breve, deveremos apresentar concretamente o resultado deste trabalho à sociedade”, afirmou.

Segundo a SHPP, a apuração do autor do crime somente foi possível após intenso trabalho na cidade onde ocorreu o crime. “A polícia foi mobilizada, com o encaminhamento de equipes até o local do delito para se saber as ligações da vítima com pessoas da região e quem, de fato, está ligado ao assassinato”, disse o delegado.

Sobre o caso da morte do também blogueiro Ítalo Diniz Barros, de 30 anos, na cidade maranhense de Governador Nunes Freire, no dia 13 de outubro deste ano, até o momento, a polícia ainda não tem informações sobre os autores do crime. “O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios, sob a responsabilidade do delegado Guilherme Sousa Filho. As investigações avançaram, no entanto, ainda não temos informações sobre a autoria”, confirmou o delegado Leonardo Diniz.

Por fim, o delegado entende a cobrança feita pela sociedade, no sentido de elucidar o crime. No entanto, ele faz um alerta quanto, segundo ele, à complexidade dos assassinatos. “É preciso entender que se tratam de crimes complexos, que necessitam de apurações para que se possa informar sobre os autores”, informou.

Relembre

De acordo com as informações da polícia, Roberto Lano foi atingido por disparos por um suspeito em uma motocicleta e morreu ainda no local do crime, em Buriticupu. Ainda segundo testemunhas, o autor fugiu logo em seguida. A polícia confirmou que no momento do crime, Roberto Lano estava em uma motocicleta com a esposa quando foi interceptado pelo suspeito.

No dia do crime, a Polícia Militar esteve no local do crime e realizou buscas pelo suspeito, no entanto, ninguém foi encontrado. Além de blogueiro, Roberto Lano era conhecido na cidade de Buriticupu por trabalhar em campanhas políticas locais e promover eventos, especialmente na Região Tocantina.

As características do assassinato de Roberto Lano se assemelham às de Ítalo Diniz que foi morto por dois homens que estavam em uma moto, que efetuaram os disparos e fugiram. Mesmo tendo sido levado para o hospital da região, o blogueiro Ítalo Diniz morreu logo em seguida.

No perfil de seu blog, Ítalo Diniz – além de destacar o início de sua página (que teria sido ativado a partir do dia 3 de julho de 2011) – também afirmou (sem citar diretamente nomes) que a página serviria para “desvendar muitos desmandos da atual administração” da cidade de Governador Nunes Freire.

Soltura de Pacovan pela quarta vez desqualifica operações contra a agiotagem
Política

Apontado pela PF, Polícia Civil e Gaeco como o maior agiota do Maranhão já foi preso em 2011, 2013 e duas vezes em 2015

A nova decisão da Justiça pela soltura do agiota Josival Cavalcante da Silva, mais conhecido por políticos e empresários como Pacovan, pôs dúvidas à utilidade das operações contra a máfia da agiotagem no Maranhão, que segundo a Polícia Federal, a Polícia Civil e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público estadual surrupia recursos públicos da merenda escolar, medicamentos, e do aluguel de máquinas e carros nos municípios maranhenses.

No plantão judicial do último sábado 12, Pacovan foi solto pelo desembargador Jorge Rachid Mubarak Maluf, sob a alegação de que possui residência fixa, ocupação, e que o crime pelo qual ele é acusado, peculato-furto na forma tentada, não caracteriza a necessidade de manutenção de sua prisão.

Esta é a quarta vez que Josival Cavalcante da Silva é solto pela Justiça após ser preso, baseado em robustez de provas, por agiotagem.

PF desqualificada

Apontado pela PF, Polícia Civil e Gaeco como o maior agiota do Maranhão, Pacovan conheceu as grades pela primeira vez em maio de 2011, no bojo da Operação Usura, da Polícia Federal. Na época, segundo as investigações, ele havia movimento cerca de R$ 25 milhões em apenas dois anos, em organização criminosa que envolvia oito prefeitos, entre eles Raimundo Lisboa (Bacabal); Raimundo Galdino Leite, o Boca Quente (São João do Paraíso); Nilton Ferraz (Santa Luzia do Paruá); e Raimundo Sampaio, o Natim (Zé Doca). Somente da Prefeitura de São João do Paraíso, a PF encontrou o total de 91 cheques no cofre de Pacovan.

Já solto, em setembro de 2013, a Polícia Federal voltou a prender o agiota, durante a Operação Usura II, após quebra de sigilos bancários de três contas movimentadas por ele apontarem que pelo menos R$ 12 milhões das prefeituras de Bacabal e Zé Doca foram parar em uma outra conta sua. Na época, além Pacovan, a PF também levou Edna Cavalcanti, sua esposa. De oito, a lista de prefeituras operadas subiu para 20, incluindo como principais movimentadoras as de Bacabal, Cururupu, Zé Doca, Caxias e Paço do Lumiar.

Depoimentos pra cá, depoimentos pra lá, e poucos dias depois Pacovan voltou às ruas, por onde permaneceu livre até maio de 2015.

Polícia Civil e Gaeco desqualificados

Em ação conjunta da Polícia Civil do Maranhão e o Gaeco, Josival Cavalcante da Silva voltou a ser preso durante as operações Morta-Viva e Maharaja, por operações com recursos - desta vez não federais - movimentados pelos prefeitos Richard Nixon (Bacuri) e Edvan Costa (Marajá do Sena), e os ex-prefeitos Perachi Roberto de Farias Morais (Marajá do Sena) e Raimundo Nonato Sampaio (Zé Doca), além de empresários.

A lista de prefeituras envolvidas na organização criminosa subiu novamente, passando para 42 - e já deveria ter subido para 52 -, mais cheques e documentos de prefeituras e empresas foram encontrados do cofre de Pacovan, que foi solto novamente pela Justiça após poucos dias de depoimentos. Nesta operação, somente da Prefeitura de Santa Inês foram encontrados 23 cheques no cofre do agiota.

Preso outra vez em meados de novembro passado, novamente pela Polícia Civil - juntamente com outro agiota, Eduardo Barros, o Imperador; e o ex-prefeito de Bacabal, Raimundo Lisboa -, ele voltou a passar alguns dias detido para prestação de depoimento, mas já está solto de novo, por o desembargador Jorge Rachid entender que, conforme a decisão que também soltou o ex-tesoureiro da Prefeitura de São Mateus, Washington José Oliveira Costa, não houve crime algum da quadrilha pelo fato dos cheques roubados da prefeitura não terem sido sacados.