Operação Lava Jato
PGR pede abertura de inquérito contra José Sarney, Jucá e Renan
Política

Em conversas gravadas por delator, peemedebistas discutem forma de conter a Lava Jata por meio acordo no STF

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira 6, a abertura de inquérito contra o ex-presidente e ex-senador José Sarney (PMDB-AP), e os senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Renan Calheiros (PMDB-AL), sob a acusação de embaraço às investigações na Operação Lava Jato.

As informações foram divulgadas no site da Procuradoria-Geral da República (PGR). Baixe a petição.

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O pedido tem como base a delação premiada do ex-diretor da Transpetro, Sérgio Machado, também alvo do mesmo pedido de inquérito dentro da Operação Lava Jato.

Na delação premiada, o ex-diretor da Transpetro explicou o conteúdo de cerca de seis horas de conversas gravadas com os outros envolvidos, que demonstram a motivação de estancar e impedir, o quanto antes, os avanços da Operação Lava Jato em relação a políticos, especialmente do PMDB, do PSDB e do próprio PT, por meio de acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF) e da aprovação de mudanças legislativas.

Plano

Segundo o procurador-geral, o objetivo dos congressistas era construir uma ampla base de apoio político para conseguir, pelo menos, aprovar três medidas de alteração do ordenamento jurídico em favor da organização criminosa: a proibição de acordos de colaboração premiada com investigados ou réus presos; a proibição de execução provisória da sentença penal condenatória mesmo após rejeição dos recursos defensivos ordinários, o que redunda em reverter pela via legislativa o julgado do STF que consolidou esse entendimento; e a alteração do regramento dos acordos de leniência,  permitindo celebração de acordos independente de reconhecimento de crimes.

Janot argumenta que há “elementos concretos de atuação concertada entre parlamentares, com uso institucional desviado, em descompasso com o interesse público e social, nitidamente para favorecimento dos mais diversos integrantes da organização criminosa”, buscando, por via legislativa, atingir decisão da Suprema Corte sobre cumprimento das penas após a decisão de 2ª instância e enfraquecer o instrumento da colaboração premiada, amplamente empregado na Operação Lava Jato.

Outra forma de obstrução, segundo o pedido de inquérito, consistia na redução de poderes do Judiciário e do Ministério Público mediante a realização de nova constituinte. Para Janot, trata-se de atos estatais que visam a sabotar o próprio Estado, na sua vertente de repressão ao crime organizado. “É chocante, nesse sentido, ouvir o senador Romero Jucá admitir, a certa altura, que é crucial ‘cortar as asas’ da Justiça e do Ministério Público, aduzindo que a solução para isso seria a Assembleia Constituinte que ele e seu grupo político estão planejando para 2018”, diz.

Já no Judiciário, eles buscariam cooptar ministros do STF para anistiar envolvidos na investigação ou para assegurar a manutenção da validade das proposições legislativas almejadas, de forma que a Suprema Corte não as declarasse, posteriormente, inconstitucionais. “Não bastasse a trama para mudar a legislação, os senadores Renan Calheiros e Romero Jucá e o ex-presidente José Sarney ainda revelam o plano de incluir o Supremo Tribunal Federal, reserva necessária de sobriedade institucional, na costura política de um grande acordo espúrio para evitar o avanço do complexo investigatório”, afirma o PGR.

Jucá diz que codinome em planilha da Odebrecht é de Edison Lobão
Política

Codinome 'Caju' seria uma referência à tinta que o senador maranhense usa no cabelo

O líder do governo no Congresso, senador Romero Jucá (PMDB-RR), espalha pela Casa que o apelido “Caju”, que aparece atribuído a ele na delação da Odebrecht, no âmbito da Lava Jato, na verdade é um codinome do senador maranhense Edison Lobão (PMDB).

A informação é do articulista Gabriel Mascarenhas, publicada na coluna Radar On-Line, de Veja.

O codinome “Caju”, segundo a publicação, seria uma referência à tinta que Lobão usa no cabelo.

Sorteio define Edson Fachin como novo relator da Lava Jato no STF
Política

Ele vai assumir função que pertencia ao ministro Teori Zavascki, morto em acidente aéreo no último dia 19

O ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), foi sorteado, nesta quinta-feira 2, como o novo relator da Lava Jato na corte. Ele vai assumir função que pertencia ao ministro Teori Zavascki, morto em acidente aéreo no último dia 19. A informação é da Folha de S.Paulo.

Então relator da Lava Jato, Teori pautava na Segunda Turma os casos que chegavam ao Supremo relativos à operação, como, por exemplo, recebimento de denúncia contra senador ou deputado federal.

Caberá ao novo relator, por exemplo, conduzir agora a delação de 77 executivos da Odebrecht, homologada pela presidente Carmén Lúcia na segunda-feira 30.

A escolha transformou-se em uma das principais discussões dentro do STF depois da morte de Teori. Dentre as opções debatidas, com base no regimento, a presidente Carmén Lúcia optou pela menos polêmica, o sorteio na turma onde Teori atuava.

Participaram do sorteio os quatro ministros que compõem a Segunda Turma: Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello, além de Edson Fachin, que se ofereceu para migrar da Primeira para esta Turma.

Ficaram de fora Marco Aurélio Mello, Luiz Fux, Luís Roberto Barroso e Rosa Weber, além da presidente Cármen Lúcia.

Como juiz do processo, o relator toma decisões importantes, entre elas mandar prender uma pessoa, arquivar uma investigação ou decidir se a Polícia Federal deve cumprir mandados de busca e apreensão em um endereço, por exemplo.

É ele quem define, inicialmente, se o acusado é condenado ou absolvido.

O sorteio foi feito por meio de distribuição eletrônica, realizado dentro de um sistema em um software criado no tribunal.

Colaboração de Eike Batista à Lava Jato pode envolver políticos do Maranhão
Política

Empresário doou dinheiro para partidos da ex-governadora Roseana Sarney e do governador Flávio Dino

A possibilidade do empresário Eike Batista colaborar com a Operação Lava Jato pode trazer revelações envolvendo agentes políticos do Maranhão.

De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), entre 2006 e 2012, ele destinou R$ 12,6 milhões a políticos e diretórios regionais de 13 partidos em oito estados.

Até agora, já é sabido que os partidos que receberam recursos foram PT, PMDB, PSDB, PP, PSD, PSB, DEM, PR, PDT, PV, PCdoB, PTB e PTC. Os estados dos políticos também são conhecidos: Rio, Minas Gerais, Santa Catarina, Ceará, Mato Grosso do Sul, Amapá, Distrito Federal e, é claro, como sempre, o Maranhão.

Contudo, alguns dos nomes dos beneficiários desse dinheiro ou a motivação das doações milionárias ainda são um mistério. Se Eike Batista resolver abrir a boca, porém, o destino desses recursos e a motivação das doações podem se tornar públicas.

E, se isso acontecer, há a possibilidade real de alguns agentes políticos no Maranhão ficarem de fora, antecipadamente, da disputa de 2018 — inclusive por possibilidade de prisão pela PF.

Roseana Sarney

Em 2006 o PFL (atual DEM) do Maranhão, que tinha à frente a ex-governadora Roseana Sarney, foi beneficiado por Eike com R$ 1 milhão. Quatro anos depois, em 2010, o PMDB maranhense, onde Roseana já estava abrigada, recebeu R$ 500 mil do empresário.

Apesar de terem sido feitas de forma legal, há dúvidas, porém, das reais intenções por trás da vontade de Eike em fazer as doações para os partidos da ex-governadora.

PCdoB

Ainda em 2010, Eike Batista foi um dos mecenas do PCdoB, partido do governador Flávio Dino. Segundo TSE, naquele ano, ele repassou R$ 300 mil à direção nacional da legenda, à época já comandada por seu atual presidente, Renato Rabelo.

Como na época a legislação não obrigava a identificar para qual campanha foram destinados os recursos, os comunistas beneficiados com o dinheiro doado pelo empresário ainda permanecem ocultos.

Homologação de delação da Odebrecht vai esclarecer se Flávio Dino recebeu caixa 2
Política

Conteúdo está sob sigilo. Material será encaminhado para a PGR

A homologação feita pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, das 77 delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht, vai finalmente esclarecer se o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), recebeu ou não dinheiro por fora da construtura.

O conteúdo das delações continua sob segredo de Justiça e será encaminhado para a Procuradoria-Geral da República (PGR), que vai analisar os documentos para decidir sobre quais pontos irá pedir abertura de investigação. O sigilo só deverá ser derrubado após a abertura de investigação sobre os fatos informados pelos delatores.

O suposto caixa dois de Flávio Dino foi revelado em agosto do ano passado pelo colunista Guilherme Amado, no blog do jornalista Lauro Jardim, de O Globo.

De acordo com Amado, durante delação premiada, os executivos da Odebrecht teriam citado o governador do Maranhão como recebedor de R$ 200 mil de caixa dois na campanha eleitoral de 2010. O caso foi amplamente repercutido pela imprensa nacional e local. Dino e o PCdoB negam.

Se o nome do comunista realmente estiver entre os beneficiados com o esquema criminoso desbaratado pela Lava Jato, por prerrogativa de foro, o processo deverá ser encaminhado para o Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Sigilo

Assim que foi noticiada a homologação das delações, o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Cláudio Lamachia, escreveu em sua conta no Twitter que defende a quebra do sigilo do conteúdo do material.

“Defendo a quebra do sigilo. É preciso que fique claro a toda sociedade o papel de cada um dos envolvidos. A luz do sol é o melhor detergente”, escreveu o presidente da OAB.

 

Deputado mais votado do MA foi beneficiado com R$ 150 mil de investigada na Lava Jato
Política

Dinheiro é oriundo das contas da Ecovix. Josimar de Maranhãozinho é conhecido como Moral da BR por fechar a rodovia que corta o município para fazer festas

O deputado estadual Josimar de Maranhãozinho (PR), mais votado nas eleições de 2014, foi beneficiado em pelo menos R$ 150 mil oriundos de uma das investigadas pela Polícia Federal (PF) e Ministério Público Federal (MPF) pelas denúncias de corrupção na Lava Jato: a Ecovix, uma das empresas do grupo Engevix Construções Oceânicas S/A.

A informação e levantamento é do Blog do Maldine Vieira. O ATUAL7 solicitou por e-mail à assessoria do parlamentar um posicionamento sobre o assunto e aguarda retorno.

De acordo com a reportagem, em dados obtidos no Sistema de Prestação de Contas Eleitorais (SPCE) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi constado que o valor, depositado inicialmente em cheque para o diretório nacional do Partido Republicano, foi repassado dias depois para a conta de campanha de Maranhãozinho, que é preside a legenda no Maranhão.

Ex-prefeito do município de Maranhãozinho — de onde vem o alcunha —, Josimar é conhecido no Alto Turi como Moral da BR, por ter costume de fechar a BR que corta a cidade de Maranhãozinho para a realização de festas e por controlar praticamente todas as prefeituras da região, elegendo e reelegendo de irmã a até mesmo motorista.

Em 2014, ele alcançou a expressiva votação de quase 100 mil votos, após ter avançado em lideranças políticas de dezenas de municípios até então controlados por raposas antigas da política maranhense. Ao TSE, Josimar, que é empresário do ramo da construção civil, distribuição de medicamentos e pecuária, informou ter desembolsado quase um milhão de reais para conseguir o feito nas urnas.

Lava Jato: Adriano critica demora de Janot na decisão sobre Roseana
Política

Inquérito contra ex-governadora foi arquivado por falta de provas. PF já havia solicitado, por duas vezes, o encerramento das investigações

O deputado estadual Adriano Sarney (PV) criticou, no início desta semana, a demora do chefe da Procuradoria Geral da República (PGR), Rodrigo Janot, em acolher pedidos feitos pela Polícia Federal para o arquivamento de inquérito contra a sua tia e ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), na Lava Jato.

Segundo o parlamentar, Janot sustentou o inquérito mesmo após a PF ter solicitado, por duas vezes, o arquivamento das investigações contra a peemedebista por falta de provas. Ele lembrou que a decisão da PGR de pedir o arquivamento ao Supremo Tribunal Federal (STF) ocorreu somente após dois períodos eleitores, 2014 e 2016.

“Eu não posso crer que haja ingerência política, de parente do governador Flávio Dino, que hoje exerce a sub-procuradoria na PGR. Acredito na instituição, mas tenho que admitir que achei uma decisão tardia e coincidentemente tomada após dois períodos eleitorais”, avaliou.

Adriano elogiou o trabalho feito pela Polícia Federal, que cultiva como procedimento ético a investigação minuciosa dos fatos, dos crimes, antes de levar à Justiça as pessoas investigadas, uma postura que, segundo o parlamentar, se contrapõe à atitude da PGR. Para ele, a procuradoria tem exposto nomes de personalidades públicas ao julgamento popular e midiático baseando-se apenas em delações de criminosos.

“Fato é que a Polícia Federal não concorda com o método da PGR. A PF investiga crimes, não pessoas”, disse.

Ainda durante o discurso, Adriano Sarney comemorou o fato da STF, menos de 24 horas após receber a manifestação da PRG, ter decidido pelo arquivamento do inquérito, inocentando e tirando Roseana da Lava Jato. “A justiça prevaleceu”, declarou.

STF arquiva inquérito contra Roseana Sarney e Lobão na Lava Jato
Política

Ex-governadora declarou que sempre esteve tranquila diante da acusação de que havia recebido R$ 2 milhões do esquema de desvios da Petrobras

O relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Teori Zavascki, arquivou, nesta sexta-feira 25, o inquérito que investigava a ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney, e o senador Edson Lobão, ambos do PMDB. Agora, Lobão continua respondendo na Lava Jato apena em outro inquérito – além de a um outro, por desvios em Belo Monte. Já contra Roseana não há outros processos no tribunal. Os dois investigados respondiam por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O inquérito arquivado por Zavascki apurava a suspeita de que Roseana teria recebido R$ 2 milhões do esquema de desvios da Petrobras para financiar a campanha de 2010. O dinheiro teria solicitado por Lobão, à época ministro de Minas e Energia, ao então diretor da estatal Paulo Roberto Costa. O suposto pagamento da quantia à ex-governadora foi dito por Costa em delação premiada.

No pedido enviado ao STF, nesta semana, o chefe da Procuradoria Geral da República (PGR), Rodrigo Janot, afirma que não foram colhidas provas suficientes para justificar a continuidade das apurações. “A despeito do esforço investigativo empreendido no presente feito, não se vislumbra, no momento, substrato probatório apto a demonstrar que os fatos nele narrados tenham relação direta com o cometimento de delitos criminais”, escreveu o procurador-geral.

Para Janot, apenas a afirmação de Costa de que pagou a quantia “não se mostra suficiente para comprovar a prática de delitos criminais por parte das pessoas referenciadas pelo colaborador”. E, segundo o procurador, “não há nos autos notícia de elementos de prova” para comprovar a acusação do delator.

Em publicação divagada por sua assessoria nas redes sociais, Roseana Sarney afirma que sempre esteve com a consciência tranquila diante da investigação que enfrentou na Lava Jato.

“Me senti agredida e julgada, mas sempre mantive a minha fé em Deus. (...) Eu acreditei que a Justiça seria feita, e como afirmei, em todos os momentos, minha consciência estava tranquila, pois agi de forma correta e nunca fiz nada que pudesse desabonar a minha conduta como governadora do meu estado. A Justiça reconheceu a verdade, e é a verdade que sempre prevalecerá”, declarou a ex-governadora.

Janot tira Roseana Sarney e Lobão da Lava Jato
Política

PRG pediu o arquivamento de investigação sobre suposto repasse de R$ 2 milhões para a campanha de 2010 da peemedebista

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o arquivamento de um inquérito que investiga a ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney, e o senador Edson Lobão, ambos do PMDB, na Operação Lava Jato. A Polícia Federal já havia pedido, por duas vezes, o arquivamento dos autos. Ambos respondiam por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O inquérito, aberto em março de 2015, apurava a suspeita de que Roseana teria recebido R$ 2 milhões do esquema de desvios da Petrobras para financiar a campanha eleitoral de 2010. O dinheiro teria sido solicitado por Lobão, à época ministro de Minas e Energia, ao então diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa. O relator da Lava Jato no tribunal, ministro Teori Zavascki, deverá formalizar o arquivamento nas próximas semanas.

No pedido enviado ao STF, Janot afirma que não foram colhidas provas suficientes para justificar a continuidade das apurações. “A despeito do esforço investigativo empreendido no presente feito, não se vislumbra, no momento, substrato probatório apto a demonstrar que os fatos nele narrados tenham relação direta com o cometimento de delitos criminais”, escreveu o procurador-geral.

Para o chefe da PGR, apenas a afirmação de Costa de que pagou a quantia “não se mostra suficiente para comprovar a prática de delitos criminais por parte das pessoas referenciadas pelo colaborador”. E, segundo o procurador, “não há nos autos notícia de elementos de prova” para comprovar a acusação do delator.

Este é o único inquérito contra Roseana na Lava Jato, que agora ganha mais força para concorrer ao Palácio dos Leões, em 2018. Já Lobão, por sua vez, continua sendo investigado em um outro inquérito da Lava Jato e por suspeita de participar dos desvios de Belo Monte.

Antes do pedido de arquivamento do inquérito feita pela PGR, a Polícia Federal já havia pedido, por duas vezes, o arquivamento dos autos.

Flávio Dino é repreendido por Cármen Lúcia ao propor controle à Lava Jato
Política

Relato é do jornalista Ilimar Franco, de O Globo. Governador é um dos políticos que recebeu doação das empreiteiras OAS e UTC

Íntegra da coluna que relata sobre repreensão da ministra Cármen Lúcia à Flávio Dino
Ilimar Franco/O Globo Não é minha praia Íntegra da coluna que relata sobre repreensão da ministra Cármen Lúcia à Flávio Dino

O governador Flávio Dino (PCdoB) foi duramente repreendido pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, nessa terça-feira 13, durante encontro da nova chefe do STF com governadores de 25 estados do país. A informação é do jornalista Ilimar Franco, de O Globo.

Segundo Franco, Dino argumentou que que há excessos na Operação Lava Jato, de responsabilidade do juiz Sérgio Moro, e sugeriu algum tipo de controle pelo Supremo.

No entanto, “após ouvir a crítica […] Cármen Lúcia disse que a política não era sua praia”, relatou o jornalista.

Ainda segundo ele, a presidente do STF finalizou a repreensão ao comunista dizendo que “entendia o medo da criminalização do financiamento eleitoral e dos políticos, mas que, como ministra e presidente do STF, seu dever é fazer Justiça”.

Flávio Dino, como se sabe, é um dos governadores eleitores em 2014 que teve sua campanha eleitoral financiada por pelo menos duas empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção que desviava dinheiro da Petrobras, a OAS e a UTC.

A íntegra da publicação de Ilimar Franco em O Globo pode ser lida ao lado.

Denúncia contra Collor completa dez meses no gabinete de Teori
Política

Acusação contra senador por corrupção e lavagem de dinheiro no esquema Petrobrás foi protocolada por Janot no Supremo desde agosto do ano passado

O ESTADO DE S.PAULO

A denúncia contra o ex-presidente Fernando Collor (PTC-AL) por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobrás está há 10 meses no gabinete do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. A acusação contra o senador e ex-presidente (1990/1992) foi protocolada no dia 21 de agosto de 2015, está sob sigilo na Corte e ainda não tem previsão de liberação para ser julgada pela Segunda Turma do Supremo, responsável por analisar as denúncias da Lava Jato.

Diferente da denúncia já aceita contra o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que envolve apenas dois réus, a acusação contra Collor cita ainda outros oito acusados que apresentaram suas defesas e manifestações para serem analisadas por Teori. Metódico, o relator da Lava Jato tem se debruçado sobre os desdobramentos da maior operação de combate à corrupção do País que atinge dezenas de políticos com foro privilegiado. Recentemente, ele liberou a segunda denúncia contra Cunha, envolvendo as contas secretas do peemedebista no exterior, para julgamento da Segunda Turma no próximo dia 22.

As investigações indicam que Collor teria recebido R$ 26 milhões em propina, entre os anos de 2010 e 2014, através de um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo a BR Distribuidora, subsidiária da Petrobrás onde o ex-presidente mantinha sua influência e, como revelou a Lava Jato, também foi palco de um megaesquema de corrupção nos moldes do que ocorreu na estatal petrolífera.

A Procuradoria-Geral da República atribui aos outros oito acusados corrupção e lavagem de dinheiro. Rodrigo Janot, o procurador-geral, aponta que o parlamentar teria utilizado um ‘sofisticado esquema’ de lavagem através da compra de pelo menos cinco carros de luxo, com verba supostamente oriunda de propina. Os carros chegaram a ser apreendidos pela Polícia Federal, mas devolvidos ao senador em outubro. O Supremo admitiu Collor como fiel depositário de quatro dos cinco carros – um Lamborghini, um Bentley, um Range Rover e uma Ferrari.

Collor é investigado em cinco inquéritos na Lava Jato, incluindo o processo pelo qual ele e a mulher foram denunciados. Todos eles tramitam atualmente em sigilo no Supremo. O senador tem rechaçado categoricamente sua participação no esquema de corrupção e acusado Rodrigo Janot de perseguição. A reportagem entrou em contato com o gabinete do parlamentar na sexta à noite, mas não havia ninguém.

Janot pede a prisão de Renan, Cunha, José Sarney e Jucá
Política

Em relação a Sarney, o pedido é de prisão domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica, em razão de sua idade – 86 anos

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedido de prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do senador Romero Jucá (PMDB-RR), ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) e do deputado afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A informação é da Folha de S.Paulo.

É a primeira vez que a PGR pede a prisão de um presidente do Congresso e de um ex-presidente da República.

O caso será analisado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo. No caso de Renan, Sarney e Jucá, a base para os pedidos de prisão tem relação com as gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado envolvendo os peemedebistas. As conversas sugerem uma trama para atrapalhar as investigações do esquema de corrupção da Petrobras.

Os pedidos de prisão foram divulgados nesta terça-feira 7, pelo jornal O Globo, e confirmados pela Folha. Em relação a Sarney, o pedido é de prisão domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica, em razão de sua idade – 86 anos.

Janot também pediu ao STF o afastamento de Renan da Presidência do Senado.

No diálogo gravado por Machado, Jucá chegou a falar em um pacto que seria para barrar a Lava Jato. Doze dias após a posse dele no Ministério do Planejamento, a Folha revelou a gravação, e Jucá deixou o cargo voltando ao Senado.

Outro diálogo revelou que Renan chamou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de mau caráter e disse que trabalhou para evitar a recondução dele para o comando do Ministério Público, mas ficou isolado.

Em sua delação premiada, o ex-presidente da Transpetro afirmou que pagou ao menos R$ 70 milhões desviados de contratos da subsidiária da Petrobras para líderes do PMDB no Senado.

A maior parte da propina teria sido entregue para o presidente do Senado, sendo R$ 30 milhões. Renan é considerado o padrinho político de Machado e principal responsável por dar sustentação a ele no cargo, que ocupou por mais de dez anos.

O ex-presidente apontou ainda aos investigadores que Jucá e Sarney levaram do esquema R$ 20 milhões cada um. Não há detalhes sobre como Machado teria feito esses repasses, que foram desviados da empresa que é responsável pelo transporte de combustível no país.

A colaboração traria ainda indicações de recursos para os senadores Edison Lobão (PMDB-MA) e Jader Barbalho (PMDB-PA).

A delação de Machado já foi homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e a Procuradoria-Geral da República avalia os depoimentos para as investigações. Os depoimentos indicaram o caminho do dinheiro passado para os peemedebistas.

Entre as suspeitas está a de que os peemedebistas teriam recebido parte da propina em forma de doações eleitorais, para facilitar a vitória de um consórcio de empresas em uma licitação para renovar a frota da Transpetro.

Diante das colocações do ex-presidente da Transpetro, a expectativa é de que a Procuradoria ofereça as primeiras denúncias contra os integrantes da cúpula do PMDB no Senado. Segundo pessoas próximas às investigações, os depoimentos de Machado são um dos melhores entre as delações fechadas, porque revela detalhes e não apenas indicações ou referências do que teria ouvido sobre o esquema.

Machado fechou delação depois que as investigações contra ele e sua família avançaram. Seus três filhos também colaboram com a Procuradoria. Machado teve seus sigilos bancário e fiscal quebrados pelo juiz Sergio Moro.

Eduardo Cunha

Já o pedido de prisão de Cunha foi revelado pela TV Globo nesta manhã.

Segundo a Folha apurou, a Procuradoria avalia que a determinação de suspender o peemedebista do mandato e da Presidência da Câmara não surtiram efeito, sendo que ele continuaria tentando atrapalhar as investigações contra ele na Justiça e no Conselho de Ética da Câmara, que discute sua cassação.

Há ainda relato de um integrante do conselho à Procuradoria de que estaria sendo ameaçado pelo grupo de Cunha.

Cunha foi suspenso do mandato no dia 5 de maio, por decisão unânime do Supremo. Ele já é réu na Lava Jato pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, além de ser alvo de uma denúncia por conta secreta na Suíça, além de outros quatro procedimentos que apuram o uso do mandato para beneficiar aliados e ainda suposto desvios na obra do Porto Maravilha. Um outro pedido de abertura de inquérito segue em sigilo.

Sem ligação com os desvios na Petrobras, o STF também abriu um inquérito para apurar se o peemedebista foi beneficiado por esquema de corrupção em Furnas.

Homenageado como herói por Flávio Dino quer restringir delação premiada
Política

Ideia de deputado petista beneficia Lula e Sarney. Wadih Damous quer ainda restabelecer foro privilegiado a ex-presidentes e a anulação da Lava Jato

Num momento em que o país assiste a uma varredura e moralização na política por meio da Operação Lava Jato da Polícia Federal, pelo menos duas iniciativas surgiram no PT para conter o avanço da PF e podem livrar da prisão gente com os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e José Sarney: mudar a lei que regula a delação premiada e restabelecer foro privilegiado a ex-presidentes.

As ideias são do ex-presidente da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro e deputado federal Wadih Damous (PT-RJ), homenageado pelo governador Flávio Dino (PCdoB) em evento ocorrido há dois meses nas dependências da Assembleia Legislativa do Maranhão. Embora tenha recebido uma placa de herói ‘anti-golpe’ entregue por Dino e por seu secretário de Comunicação e Articulação Política, Márcio Jerry Barroso, em ‘Ato em Defesa da Democracia e da Constituição’, Damous apresentou um projeto na Câmara para alterar a lei da delação premiada. A proposta já foi protocolada na CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania) da Casa e aguarda a nomeação das comissões para começar a tramitação.

Uma das mudanças propostas por Damous com o PL 4372/2016 é que a delação premiada só seja aceita quando o delator estiver em liberdade. Segundo o deputado, “a delação aproveita o abuso da prisão preventiva. Ou seja, prende-se para forçar a depoimento”.

Para o herói ‘anti-golpe’ do governador do Maranhão, a medida se justifica para preservar o caráter voluntário do instituto e para evitar que a prisão cautelar seja utilizada como instrumento psicológico de pressão sobre o acusado ou indiciado, o que fere a dignidade da pessoa humana, alicerce do estado democrático de direito.

Acusado por delatores presos na Lava Jato de se locupletar de dinheiro desviado da Petrobras, Sarney curtiu o projeto.

Em conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, obtidos com exclusividade pela Folha de S. Paulo, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), menciona o projeto do petista e sugere que ele seja rapidamente aprovado pelo Congresso.

A eventual mudança na legislação atingiria, por exemplo, a própria Operação Lava Jato, que se baseou em relatos de delatores presos para avançar na apuração do esquema de corrupção que atuava na Petrobras.

Foro privilegiado para Lula e Sarney

Dizendo-se preocupado com o que chamou de ilegalidades crescentes cometidas na Lava Jato, o deputado Wadih Damous disse ao GLOBO março passado que estudava apresentar um projeto de lei restabelecendo foro privilegiado para ex-presidentes. Com Lula e José Sarney no centro da operação da Polícia Federal, o petista e o cacique peemedebista podem escapar de um possível julgamento pelo juiz Sérgio Moro caso seja beneficiado pelo projeto.

“Se um ex-presidente será julgado por atos que cometeu enquanto ocupava o cargo, que seja pela Corte Suprema. A Lava-Jato é uma operação ilegal, com um festival de práticas arbitrárias. O (Sérgio) Moro não é um juiz, é um inquisidor”, criticou Damous, ao defender a ideia.

Em entrevista concedida ao Congresso em Foco em junho de 2015, o herói ‘anti-golpe’ do governador Flávio Dino chegou também a defender a anulação da Lava Jato e declarou que o juiz federal Sérgio Moro que capitaneia os inquéritos da Lava Jato em primeira instância, em Curitiba (PR), “tem traços de paranoia”. “O delator, para mim, chegou ao ponto mais baixo da espécie humana. Tenho ojeriza a delatores, a dedo-duro. Quem lutou contra a ditadura sabe o que é ser um dedo-duro, um delator. O juiz Sérgio Moro acha isso essencial, mostrando a impotência e a incapacidade de fazer uma investigação mais aprofundada. Quem está delatando provavelmente está mentindo, total ou parcialmente”, fustigou o petista.

Lava Jato mira nos 100 maiores recebedores e captadores da Lei Rouanet
Política

Delegado da Polícia Federal pediu ao Ministério da Transparência os dados dos últimos dez anos

A força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba quer avançar sobre o financiamento de iniciativas culturais do país por meio da Lei Rouanet. O delegado da Polícia Federal Eduardo Mauat encaminhou ofício ao Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle solicitando detalhes sobre os 100 maiores recebedores/captadores de recursos via Lei Rouanet nos últimos dez anos. A informação é do Estadão Conteúdo.

O pedido da PF foi enviado no dia 30 de maio a Fabiano Silveira, que até aquele dia ainda ocupava a cadeira de ministro da Transparência – ele caiu após a divulgação de áudio em que aparece criticando a Lava Jato e a Procuradoria-Geral da República. Silveira orientou o presidente do Senado, Renan Calheiros, alvo de 12 inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF).

A Lei Rouanet foi criada no governo Fernando Collor, em 1991. A legislação permite a captação de recursos para projetos culturais por meio de incentivos fiscais para as empresas e pessoas físicas. Na prática, a Lei Rouanet permite, por exemplo, que uma empresa privada direcione parte do dinheiro que iria gastar com impostos para financiar propostas aprovadas pelo Ministério da Cultura para receber recursos.

O delegado da PF pede ao Ministério da Transparência que detalhe os valores recebidos pelos 100 maiores beneficiários naquele período discriminando a origem (Fundo Nacional de Cultura ou Fundos de Investimento Cultural e Artístico), os pareceristas responsáveis por aprovar a liberação de verbas e também se houve prestação de contas dos projetos aprovados.

O pedido do delegado da Lava Jato foi feito no inquérito principal da operação, aberto em 2013 para investigar quatro grupos de doleiros e que acabou revelando um grande esquema de corrupção na Petrobras e em outras estatais e áreas do governo federal envolvendo as maiores empreiteiras do País.

Na solicitação, o delegado não informa quais as suspeitas estão sendo apuradas ou mesmo qual a linha de investigação que possa envolver iniciativas que captaram recursos via Lei Rouanet. Consultado pela reportagem, o Ministério da Cultura informou que não foi procurado pela PF.

Sarney diz que delação da Odebrecht seria ‘metralhadora de ponto 100’
Política

Ex-senador foi gravado comentando a Operação Lava Jato

O Globo

A possibilidade de a empreiteira Odebrecht fazer uma delação premiada na Operação Lava Jato foi considerada “uma metralhadora de [calibre] ponto 100” pelo ex-presidente José Sarney em conversa gravada por Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro.

Sarney relacionou a empresa a uma ação que a presidente Dilma Rousseff, afastada do mandato pelo Senado, teria feito durante a campanha eleitoral.

“Nesse caso, ao que eu sei, o único em que ela [Dilma] está envolvida diretamente é que falou com o pessoal da Odebrecht para dar para campanha do... E responsabilizar aquele [inaudível]”, diz Sarney na conversa.

O ex-presidente também comentou que os escândalos na Petrobras revelados pela Lava Jato eram responsabilidade do governo:

“Esse negócio da Petrobras, só os empresário que vão pagar, os políticos? E o governo que fez isso tudo, hein?”, questionou.

Em resposta, Sérgio Machado disse que Lula havia acabado. “O Lula acabou, o Lula, coitado, deve estar numa depressão”, concordou Sarney que, na sequência, disse que Lula não recebeu solidariedade de Dilma: e criticou o juiz Sergio Moro: “Nenhuma, nenhuma. E com esse Moro perseguindo por besteira”.

Os trechos do diálogo entre Sarney e Machado foram publicados pelo jornal Folha de S.Paulo. O ex-presidente é o terceiro político a ser gravado por Machado, depois do senador Romero Jucá (PMDB-RR), que foi exonerado do ministério do Planejamento quando o áudio tornou-se público, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

A eventual delação premiada da Odebrecht já havia sido mencionada por Renan, em áudio, após ser instigado por Machado. O presidente do Senado concordou com a afirmação de Machado de que a empresa “vai tacar tiro no peito dela, não tem mais jeito”, em referência à Dilma. Renan respondeu: “Tem não, porque vai mostrar as contas”.

Leia a seguir a transcrição das conversas entre José Sarney e Sérgio Machado publicada pela Folha de S.Paulo.

Primeira conversa

SARNEY - Olha, o homem está no exterior. Então a família dele ficou de me dizer quando é que ele voltava. E não falei ontem porque não me falou de novo. Não voltou. Tá com dona Magda. E eu falei com o secretário.

MACHADO - Eu vou tentar falar, que o meu irmão é muito amigo da Magda, para saber se ele sabe quando é que ela volta. Se ele me dá uma saída.

MACHADO- Presidente, então tem três saídas para a presidente Dilma, a mais inteligente...

SARNEY - Não tem nenhuma saída para ela.

MACHADO -...ela pedir licença.

SARNEY - Nenhuma saída para ela. Eles não aceitam nem parlamentarismo com ela.

MACHADO - Tem que ser muito rápido.

SARNEY - E vai, está marchando para ser muito rápido.

MACHADO - Que as delações são as que vem, vem às pencas, não é?

SARNEY - Odebrecht vem com uma metralhadora de ponto 100.

MACHADO - Olha, acabei de sair da casa do nosso amigo. Expliquei tudo a ele [Renan Calheiros], em todos os detalhes, ele acha que é urgente, tem que marcar uma conversa entre o senhor, o Romero e ele. E pode ser aqui... Só não pode ser na casa dele, porque entra muita gente. Onde o se nhor acha melhor?

SARNEY - Aqui.

MACHADO - É. O senhor diz a hora, que qualquer hora ele está disponível, quando puder avisar o Romero, eu venho também. Ele [Renan] ficou muito preocupado. O sr. viu o que o [blog do] Camarotti botou ontem?

SARNEY- Não.

MACHADO - Alguém que vazou, provavelmente grande aliado dele, diz que na reunião com o PSDB ele teria dito que está com medo de ser preso, podia ser preso a qualquer momento.

SARNEY- Ele?

MACHADO - Ele, Renan. E o Camarotti botou. Na semana passada, não sei se o senhor viu, numa quinta ou sexta, um jornalista aí, que tem certa repercussão na área política, colocou que o Renan tinha saído às pressas daqui com medo dessa condição, delações, e que estavam sendo montadas quatro operações da Polícia Federal, duas no Nordeste e duas aqui. E que o Teori estava de plantão... Desculpe, presidente, não foi quinta não. Foi sábado ou domingo. E que o Teori estava de plantão com toda sua equipe lá no Ministério e que isso significaria uma operação... Isso foi uma... operação que iria acontecer em dois Estados do Nordeste e dois no sul. Presidente, ou bota um basta nisso... O Moro falando besteira, o outro falando isso. [inaudível] ‘Renan, tu tem trinta dias que a bola está perto de você, está quase no seu colo’. Vamos fazer uma estratégia de aproveitar porque acabou. A gente pode tentar, como o Brasil sempre conseguiu, uma solução não sangrenta. Mas se passar do tempo ela vai ser sangrenta. Porque o Lula, por mais fraco que esteja, ele ainda tem... E um longo processo de impeachment é uma loucura. E ela perdeu toda... [...] Como é que a presidente, numa crise desse tamanho, a presidente está sem um ministro da Justiça? E não tem um plano B, uma alternativa. Esse governo acabou, acabou, acabou. Agora, se a gente não agir... Outra coisa que é importante para a gente, e eu tenho a informação, é que para o PSDB a água bateu aqui também. Eles sabem que são a próxima bola da vez.

SARNEY - Eles sabem que eles não vão se safar.

MACHADO - E não tinham essa consciência. Eles achavam que iam botar tudo mundo de bandeja... Então é o momento dela para se tentar conseguir uma solução a la Brasil, como a gente sempre conseguiu, das crises. E o senhor é um mestre pra isso. Desses aí o senhor é o que tem a melhor cabeça. Tem que construir uma solução. Michel tem que ir para um governo grande, de salvação nacional, de integração e etc etc etc.

SARNEY- Nem Michel eles queriam, eles querem, a oposição. Aceitam o parlamentarismo. Nem Michel eles queriam. Depois de uma conversa do Renan muito longa com eles, eles admitiram, diante de certas condições.

MACHADO - Não tem outa alternativa. Eles vão ser os próximos. Presidente: não há quem resista a Odebrecht.

SARNEY - Mas para ver como é que o pessoal..

MACHADO - Tá todo mundo se cagando, presidente. Todo mundo se cagando. Então ou a gente age rápido. O erro da presidente foi deixar essa coisa andar. Essa coisa andou muito. Aí vai toda a classe política para o saco. Não pode ter eleição agora.

SARNEY - Mas não se movimente nada, de fazer, nada, para não se lembrarem...

MACHADO - É, eu preciso ter uma garantia

SARNEY - Não pensar com aquela coisa apress... O tempo é a seu favor. Aquele negócio que você disse ontem é muito procedente. Não deixar você voltar para lá [Curitiba]

MACHADO - Só isso que eu quero, não quero outra coisa.

SARNEY - Agora, não fala isso.

MACHADO- Vou dizer pro senhor uma coisa. Esse cara, esse Janot que é mau caráter, ele disse, está tentando seduzir meus advogados, de eu falar. Ou se não falar, vai botar para baixo. Essa é a ameaça, presidente. Então tem que encontrar uma... Esse cara é muito mau caráter. E a crise, o tempo é a nosso favor.

SARNEY - O tempo é a nosso favor.

MACHADO - Por causa da crise, se a gente souber administrar. Nosso amigo, soube ontem, teve reunião com 50 pessoas, não é assim que vai resolver crise política. Hoje, presidente, se estivéssemos só nos três com ele, dizia as coisas a ele. Porque não é se reunindo 50 pessoas, chamar ministros.. Porque a saída que tem, presidente, é essa que o senhor falou é isso, só tem essa, parlamentarismo. Assegurando a ela e o Lula que não vão ser... Ninguém vai fazer caça a nada. Fazer um grande acordo com o Supremo, etc, e fazer, a bala de Caxias, para o país não explodir. E todo mundo fazer acordo porque está todo mundo se fodendo, não sobra ninguém. Agora, isso tem que ser feito rápido. Porque senão esse pessoal toma o poder... Essa cagada do Ministério Público de São Paulo nos ajudou muito.

SARNEY - Muito.

MACHADO - Muito, muito, muito. Porque bota mais gente, que começa a entender... O [colunista da Folha] Janio de Freitas já está na oposição, radicalmente, já está falando até em Operação Bandeirante. A coisa começou... O Moro começou a levar umas porradas, não sei o quê. A gente tem que aproveitar ess... Aquele negócio do crime do político [de inação]: nós temos 30 dias, presidente, para nós administrarmos. Depois de 30 dias, alguém vai administrar, mas não será mais nós. O nosso amigo tem 30 dias. Ele tem sorte. Com o medo do PSDB, acabou com el,e no colo dele, uma chance de poder ser ator desse processo. E o senhor, presidente, o senhor tem que entrar com a inteligência que não tem. E experiência que não tem. Como é que você faz reunião com o Lula com 50 pessoas, como é que vai querer resolver crise, que vaza tudo...

SARNEY - Eu ontem disse a um deles que veio aqui: ‘Eu disse, Olhe, esqueçam qualquer solução convencional. Esqueçam!’.

MACHADO - Não existe, presidente.

SARNEY- ‘Esqueçam, esqueçam!’

Machado - Eu soube que o senhor teve uma conversa com o Michel.

SARNEY - Eu tive. Ele está consciente disso. Pelo menos não é ele que...

MACHADO - Temos que fazer um governo, presidente, de união nacional.

SARNEY - Sim, tudo isso está na cabeça dele, tudo isso ele já sabe, tudo isso ele já sabe. Agora, nós temos é que fazer o nosso negócio e ver como é que está o teu advogado, até onde eles falando com ele em delação premiada.

MACHADO - Não estão falando.

SARNEY - Até falando isso para saber até onde ele vai, onde é mentira e onde é valorização dele.

MACHADO - Não é valoriz... Essa história é verdadeira, e não é o advogado querendo, e não é diretamente. É [a PGR] dizendo como uma oportunidade, porque ‘como não encontrou nada...’ É nessa.

SARNEY - Sim, mas nós temos é que conseguir isso. Sem meter advogado no meio.

MACHADO - Não, advogado não pode participar disso, eu nem quero conversa com advogado. Eu não quero advogado nesse momento, não quero advogado nessa conversa.

SARNEY - Sem meter advogado, sem meter advogado, sem meter advogado.

MACHADO - De jeito nenhum. Advogado é perigoso.

SARNEY- É, ele quer ganhar...

MACHADO - Ele quer ganhar e é perigoso. Presidente, não são confiáveis, presidente, você tá doido? Eu acho que o senhor podia convidar, marcar a hora que o senhor quer, e o senhor convidava o Renan e Romero e me diz a hora que eu venho. Qual a hora que o senhor acha melhor para o senhor?

SARNEY - Eu vou falar, já liguei para o Renan, ele estava deitado.

MACHADO - Não, ele estava acordado, acabei de sair de lá agora.

SARNEY - Ele ligou para mim de lá, depois que tinha acordado, e disse que ele vinha aqui. Disse que vinha aqui.

MACHADO - Ele disse para o senhor marcar a hora que quiser. Então como faz, o senhor combina e me avisa?

SARNEY - Eu combino e aviso.

[...]

MACHADO - O Moreira [Franco] está achando o quê?

SARNEY - O Moreira também tá achando que está tudo perdido, agora, não tem gente com densidade para... [inaudível]

MACHADO - Presidente, só tem o senhor, presidente. Que já viveu muito. Que tem inteligência. Não pode ser mais oba-oba, não pode ser mais conversa de bar. Tem que ser conversa de Estado-Maior. Estado-Maior analisando. E não pode ser um [...] que não resolve. Você tem que criar o núcleo duro, resolver no núcleo duro e depois ir espalhando e ter a soluç... Agora, foi nos dada a chave, que é o medo da oposição.

SARNEY - É, nós estamos... Duas coisas estão correndo paralelo. Uma é essa que nos interessa. E outra é essa outra que nós não temos a chave de dirigir. Essa outra é muito maior. Então eu quero ver se eu... Se essa chave... A gente tendo...

MACHADO - Eu vou tentar saber, falar com meu irmão se ele sabe quando é que ela volta.

SARNEY - E veja com o advogado a situação. A situação onde é que eles estão mexendo para baixar o processo.

MACHADO - Baixar o processo, são duas coisas [suspeitas]: como essas duas coisas, Ricardo, que não tem nada a ver com Renan, e os 500, que não tem nada a ver com o Renan, eles querem me apartar do Renan...

SARNEY - Eles quem?

MACHADO - O Janot e a sua turma. E aí me botar pro Moro, que tem pouco sentido ficar aqui. Com outro objetivo.

SARNEY - Aí é mais difícil, porque se eles não encontraram nada, nem no Renan nem no negócio, não há motivo para lhe mandar para o Paraná.

MACHADO - Ele acha que essas duas coisas são motivo para me investigar no Paraná. Esse é io argumento. Na verdade o que eles querem é outra coisa, o pretexto é esse. Você pede ao [inaudível] para me ligar então?

SARNEY - Peço. Na hora que o Renan marcar, eu peço... Vai ser de noite.

MACHADO - Tá. E o Romero também está aguardando, se o senhor achar conveniente.

SARNEY - [sussurrando] Não acho conveniente.

MACHADO - Não? O senhor que dá o tom.

SARNEY - Não acho conveniente. A gente não põe muita gente.

MACHADO - O senhor é o meu guia.

SARNEY - O Amaral Peixoto dizia isso: ‘duas pessoas já é reunião. Três é comício’.

MACHADO - [rindo]

SARNEY - Então três pessoas já é comício.

[...]

*

Segunda conversa

SARNEY - Agora é coisa séria, acho que o negócio é sério.

Machado - Presidente, o cara [Sérgio Moro] agora seguiu aquela estratégia, de ‘deslegitimizar’ as coisas, agora não tem ninguém mais legítimo para falar mais nada. Pegou Renan, pegou o Eduardo, desmoralizou o Lula. Agora a Dilma. E o Supremo fez essa suprema... rasgou a Constituição.

SARNEY - Foi. Fez aquele negócio com o Delcídio. E pior foi o Senado se acovardar de uma maneira... [autorizou prisão do então senador].

Machado - O Senado não podia ter aceito aquilo, não.

SARNEY - Não podia, a partir dali ele acabou. Aquilo é uma página negra do Senado.

Machado - Porque não foi flagrante delito. Você tem que obedecer a lei.

SARNEY - Não tinha nem inquérito!

Machado - Não tem nada. Ali foi um fígado dos ministros. Lascaram com o André Esteves.. Agora pergunta, quem é que vai reagir?

[...]

Machado - O Senado deixar o Delcídio preso por um artista.

SARNEY - Uma cilada.

MACHADO - Cilada.

SARNEY - Que botaram eles. Uma coisa que o Senado se desmoralizou. E agora o Teori acabou de desmoralizar o Senado porque mostrou que tem mais coragem que o Senado, manda soltar.

MACHADO - Presidente, ficou muito mal. A classe política está acabada. É um salve-se quem puder. Nessa coisa de navio que todo mundo quer fugir, morre todo mundo.

[...]

SARNEY - Eu soube que o Lula disse, outro dia, ele tem chorado muito. [...] Ele está com os olhos inchados.

[...]

SARNEY - Nesse caso, ao que eu sei, o único em que ela está envolvida diretamente é que ela falou com o pessoal da Odebrecht para dar para campanha do... E responsabilizar aquele [inaudível]

MACHADO - Isso é muito estranho [problemas de governo]. Presidente, você pegar um marqueteiro, dos três do Brasil. [...] Deixa aquele ministério da Justiça que é banana, só diz besteira. Nunca vi um governo tão fraco, tão frágil e tão omisso. Tem que alguém dizer assim ‘A presidente é bunda mole’. Não tem um fato positivo.

[...]

SARNEY - E o Renan cometeu uma ingenuidade. No dia que ele chegou, quem deu isso pela primeira vez foi a Délis Ortiz. Eu cheguei lá era umas 4 horas, era um sábado, ele disse ‘já entreguei todos os documentos para a Delis Ortiz, provando que eu... que foi dinheiro meu’. Eu disse: ‘Renan, para jornalista você não dá documento nunca. Você fazer um negócio desse. O que isso vai te trazer de dor de cabeça’. Não deu outra.

MACHADO - Renan erra muito no varejo. Ele é bom. [...] Presidente, não pode ser assim, varejista desse jeito.

[...]

SARNEY - Tudo isso é o governo, meu Deus. Esse negócio da Petrobras só os empresários que vão pagar, os políticos? E o governo que fez isso tudo, hein?

MACHADO - Acabou o Lula, presidente.

SARNEY - O Lula acabou, o Lula coitado deve estar numa depressão.

MACHADO - Não houve nenhuma solidariedade da parte dela.

SARNEY - Nenhuma, nenhuma. E com esse Moro perseguindo por besteira.

MACHADO - Tomou conta do Brasil. O Supremo fez a pedido dele.

Em gravação, Sarney promete ajudar ex-chefe da Transpetro na Lava Jato
Política

Nas conversas, Sarney deixa claro que concordava com a iniciativa de impedir que o caso de Sérgio Machado fosse enviado para a vara do juiz Sergio Moro

Rubens Valente / Folha de S.Paulo

O ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) prometeu ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, investigado pela Operação Lava Jato, que poderia ajudá-lo a evitar que seu caso fosse transferido para a vara do juiz federal Sergio Moro, em Curitiba (PR), mas "sem meter advogado no meio".

As conversas foram gravadas pelo próprio Machado, que nesta terça-feira 24 fechou um acordo de delação premiada no STF. Em um dos diálogos, gravados em março, o ex-senador e ex-presidente manifestou preocupação sobre uma eventual delação de Machado. "Nós temos é que fazer o nosso negócio e ver como é que está o teu advogado, até onde eles falando com ele em delação premiada", disse o ex-presidente.

Machado respondeu que havia insinuações, provavelmente da PGR (Procuradoria-Geral da República), por uma delação. Sarney explicou a estratégia: "Mas nós temos é que conseguir isso [o pleito de Machado]. Sem meter advogado no meio".

Machado concordou de imediato que "advogado não pode participar disso", "de jeito nenhum" e que "advogado é perigoso". Sarney repetiu três vezes: "Sem meter advogado".

A estratégia estabelecida por Sarney não fica inteiramente clara ao longo dos diálogos obtidos até aqui pela Folha, mas envolvia conversas com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e com o senador Romero Jucá (PMDB-RR). Sérgio Machado disse que não poderia passar por uma iniciativa apenas jurídica, teria que ser política.

Ao final de uma das conversas, Machado pediu que Sarney entrasse em contato com ele assim que estabelecesse um horário e local para reunião entre eles e Renan.

"E o Romero também está aguardando, se o senhor achar conveniente", acrescentou Machado. Sarney respondeu que não achava conveniente.

"Não? O senhor dá o tom", respondeu Machado.

O ex-presidente disse que não achava "conveniente, a gente não põe muita gente". Em seguida ele contou que o ex-senador e ex-ministro Amaral Peixoto (1905-1989) costumava dizer que "duas pessoas já é reunião. Três é comício". Medida semelhante havia sido indicada pelo próprio Jucá. Em outro áudio gravado por Machado, ele disse que não era bom todos se reunirem ao mesmo tempo, e sim que Machado falasse com cada líder político, que depois se encarregariam de conversar entre eles.

Nas conversas, Sarney deixou claro que concordava com a iniciativa de impedir que o caso de Sérgio Machado fosse enviado para a vara do juiz Sergio Moro em Curitiba.

"O tempo é a seu favor. Aquele negócio que você disse ontem é muito procedente. Não deixar você voltar para lá [Curitiba]", disse o ex-presidente.

Outro lado

Em nota divulgada na tarde desta quarta-feira 25, o ex-presidente José Sarney afirmou que, não tendo tempo nem conhecimento do teor das gravações", não tem "como responder às perguntas pontuais" feitas pela Folha.

Sarney disse que conhece o ex-senador "Sérgio Machado há muitos anos. Fomos colegas no Senado Federal e tivemos uma relação de amizade, que continuou depois que deixei o Parlamento".

"As conversas que tive com ele nos últimos tempos foram sempre marcadas, de minha parte, pelo sentimento de solidariedade, característica de minha personalidade. Nesse sentido, expressei sempre minha solidariedade na esperança de superar as acusações que enfrentava. Lamento que conversas privadas tornem-se públicas, pois podem ferir outras pessoas que nunca desejaríamos alcançar", diz a nota assinada pelo ex-presidente.

STF afasta Cunha da presidência da Câmara; Waldir Maranhão assume
Política

Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo, atendeu a pedido da PGR e concedeu liminar determinando o afastamento do deputado

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki determinou, nesta quinta-feira 5, o afastamento do presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do mandato de deputado federal.

Cunha será substituído pdeputado Waldir Maranhão (PP-MA).

Relator da Lava Jato, o ministro concedeu uma liminar em um pedido de afastamento feito pela Procuradoria-Geral da República e apontou 11 situações que comprovariam o uso do cargo pelo deputado para “constranger, intimidar parlamentares, réus, colaboradores, advogados e agentes públicos com o objetivo de embaraçar e retardar investigações”. Na peça, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, chegou a classificar o peemedebista de “delinquente”.

O peemedebista foi transformado em réu no STF, por unanimidade, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro sob a acusação de integrar o esquema de corrupção da Petrobras, tendo recebido neste caso US$ 5 milhões em propina de contratos de navios-sonda da estatal.

“Ante o exposto, defiro a medida requerida, determinando a suspensão, pelo requerido, Eduardo Cosentino da Cunha, do exercício do mandato de deputado federal e, por consequência, da função de Presidente da Câmara dos Deputados”, diz trecho da decisão.