Maternidade Carmosina Coutinho
“Maternidade da Morte”: bebê é entregue aos pais com cabeça e pescoço quebrados
Maranhão

Família diz que recebeu caixão lacrado com recomendação para não abri-lo. MP e OAB apuram morte da criança

Reportagem da TV Mirante e do G1 MA desta quinta-feira 21 mostrou que a Maternidade Municipal Carmosina Coutinho, em Caxias, pertencente a Oligarquia Coutinho e conhecida nacional e internacional como a "Maternidade da Morte", fez mais uma vítima, o que provocou a entrada do Ministério Público do Maranhão e da Seccional maranhense da Ordem dos Advogados no Maranhão (OAB) na apuração do caso, diante da brutalidade com que o bebê foi entregue morto aos seus pais.

Segundo o pai a criança, Manoel Rodrigues Filho, a família foi informada de que o bebê havia nascido morto e só recebeu o corpo já no velório, dentro de um caixão lacrado, com a recomendação de não abri-lo. "[Recomendaram] Que não abrisse o caixão, que levasse e providenciasse o sepultamento da criança. Isso aí que fica, um ponto de interrogação que eu não sei por qual motivo", contou.

Desconfiado, Manoel abriu o caixão e percebeu que havia algo errado. "Foi uma surpresa poque eu recebi meu filho com a cabeça no caixão, ele tava com a cabeça virada pro fundo do caixão, derramando muito sangue do nariz, a cabeça quebrada e, pelo que eu vi, como eu sou pai, peguei no pescoço da criança e tava quebrado também. Ele tava [com o corpo] pra cima, só que o pescoço tava virado pro fundo do caixão", contou o pai da criança.

A família registrou ocorrência na delegacia, onde foi aberto inquérito para investigar o caso. A OAB-MA em Caixas disse que vai tomar providências. "Falta de transparência, falta de informação aos pais é o que causa tudo isso, que faz a gente levantar suspeita. Acho muito estranho, de forma lamentável, falta de ética profissional. Não deve acontecer isso", disse o presidente da subseção na cidade, Agostinho Neto.

"Odor muito fétido"

A diretora do hospital municipal, Juliana Linhares, afirma que todos os procedimentos foram seguidos até que os médicos teriam detectado que o bebê já estaria morto na barriga da mãe há dias.

"Quando a Senhora Cleidiane entrou para dar à luz conosco, as duas médicas de plantão perceberam que o bebê não apresentava sinais do que nós chamamos de detecção fetal de BCF, que são sinais cardíacos fetais. Então, havia, por parte delas já, fazendo os exames de BCF e ele já apresentava sinais de um aparente óbito há mais de três dias", justifica.

Linhares explicou que o caixão foi entregue lacrado porque o bebê teria sido retirado em um "estado comprometido". "O bebê já foi retirado em um estado bem comprometido. Então, o bebezinho foi envolto, que é o nosso procedimento, e colocado dentro do caixão porque, infelizmente, ele já apresentava esse odor muito fétido. Então, quando o caixão foi entregue ao pai, essa recomendação foi dada a ele", disse.

Outros casos

Segundo o promotor Rodrigo Ferro, o Ministério Público já recebeu a denúncia e cogita a possibilidade de exumar o corpo do bebê. Ele afirma que são recorrentes os casos de óbitos e cegueiras de bebês recém-nascidos na maternidade.

"Como é de conhecimento geral, houve uma série de óbitos na maternidade no ano passado, no ano anterior, em 2014, envolvendo recém-nascidos, além de casos de cegueiras. Depois disso, o Ministério Público entrou com uma ação pedindo a reestruturação da unidade e realmente houve a contratação de pessoal e compra de novos equipamentos. Nos causa surpresa esse novo caso e isso vai exigir nosso pronto acompanhamento para saber o que houve", avisa.

Desfile de 7 de setembro em Caxias é marcado por protesto contra a “Maternidade da Morte”
Maranhão

Só em 2014, quase 200 bebês morreram e outros 20 ficaram cegos na Maternidade Carmosina Coutinho

Integrantes do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais de Caxias (Sintrap) aproveitaram o desfile de 7 de setembro no município, em comemoração ao Dia da Independência no Brasil, para protestar de forma democrática, com faixas, cruzes e cartazes, contra a morte de bebês na Maternidade Carmosina Coutinho, a "Maternidade da Morte".

Manifestantes questionam falta de interesse do MP-MA: o que estão fazendo com as denúncias?
Blog do Paulo Sousa Cadê a investigação que estava aqui? Manifestantes questionam falta de interesse do MP-MA: o que estão fazendo com as denúncias?

De acordo com reportagem exibida em rede nacional e internacional pela programa Repórter Record Investigação no final de abril deste ano, só em 2014, quase 200 bebês morreram e outros 20 ficaram cegos na unidade.

A extrema miséria na cidade controlada pela oligarquia Coutinho, onde crianças são enterradas no quintal das casas por falta de cemitérios na cidade e famílias inteiras ainda vivendo em casas de pau a pique, revoltou e chocou o país.

Embora atribua as mortes à suposta falta de repasses do governo estadual, o prefeito da cidade, Leonardo Coutinho (PDT), não enxergou falta de verba ao tomar como primeira iniciativa de sua administração a contratação de uma maternidade privada, de propriedade de seus tios e primos, por quase R$ 17 milhões.

Na próxima quarta-feira 9, o Atual7 mostrará em reportagem especial que novo levantamento aponta que a quantidade de crianças mortas e cegas na Carmosina Coutinho é ainda maior que a divulgada pelo Repórter Record Investigação, e confirmará a denúncia do Sintrap, de que a "Maternidade da Morte" continua matando e adoecendo crianças em Caxias.

Governo manipula CPI para não investigar mortes de bebês na Carmosina Coutinho
Política

Suplente Fernando Furtado esteve nos Leões para tratar com o governador sobre quais as únicas investigações que poderão ser feitas pela comissão

Fica cada vez mais claro a que tipo de mudança o governador Flávio Dino, do PCdoB, se referia quando em campanha eleitoral sob a esperança da população maranhense: quando candidato, o comunista era um. Agora, eleito, ele é outro.

Apesar de não ter como deixar de investigar as contas de empresas que faturaram na gestão do ex-secretário de Saúde Ricardo Murad e ainda faturam milhões em seu próprio governo, Dino manipulou a criação da CPI da Saúde, que já se encontra com mais assinaturas do que o necessário para ser instalada, para não investigar as mortes de quase 200 crianças, só em 2014, na Maternidade Carmosina Coutinho, a "Maternidade da Morte", em Caxias, controlada pela oligarquia Coutinho, cujo chefe é o presidente da Assembleia Legislativa e copiloto de seu governo, o coronel Humberto Coutinho, do PDT.

Embora batizada pelo próprio governo e sua base aliada no Rangedor de CPI da Saúde, a comissão de deputados pretende investigar somente os contratos assinados e pagos por Murad, ou como o texto do próprio requerimento que pede sua instalação diz, somente as "supostas irregularidades na aplicação de recursos públicos destinados à saúde pública, ATRAVÉS DA SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE, no período de abril de 2009 a dezembro de 2014".

O medo do governador do Maranhão de que a CPI acabe colocando o próprio presidente da Assembleia Legislativa na cadeia é tamanho que, de acordo com publicação do Blog do Neto Ferreira, após colher 28 assinaturas para a instalação da comissão, o suplente de deputado Fernando Furtado (PCdoB) informou que estava correndo para o Palácio dos Leões, na tarde dessa terça-feira (7), "para tratar diretamente sobre o assunto com o governador Flávio Dino".

A manipulação do comunista para livrar os seus é que, além das mortes dos inocentes carregadas pelo administração de seu sobrinho, o prefeito de Caxias Léo Coutinho (PSB), segundo denúncia do Ministério Público (MP) do Maranhão à Justiça, Humberto Coutinho desviou o total de R$ 523.479,19 enviados pelo SUS para a aquisição de equipamentos para implantação de uma UTI Pediátrica na maternidade da cidade, o que poderia ter evitado as mortes das crianças.

CPI da Saúde deve investigar mortes em maternidade de Humberto Coutinho
Política

Maternidade da Morte é palco de quase 200 mortes de bebês, só em 2014. Durante administração do presidente da Assembleia, mortes chegaram a 234

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde, que já conta com a assinatura de 22 assinaturas para ser instalada na Assembleia Legislativa do Maranhão, além de passar o rolo compressor em empresários que faturaram milhões no governo anterior e continuam bamburrando no governo Flávio Dino, deve alcançar o presidente do próprio Legislativo estadual, deputado Humberto Coutinho (PDT).

Latinhas de leite com cruzes são expostas em memória dos bebês mortos na "Maternidade da Morte"
Os Dois Lados da Moeda Dor e Revolta Latinhas de leite com cruzes são expostas em memória dos bebês mortos na "Maternidade da Morte"

Sob iniciativa dos suplentes de deputado Rafael Leitoa (PDT) e Fernando Furtado (PCdoB), a CPI deve investigar também as mortes na Maternidade Carmosina Coutinho, em Caxias, de propriedade do clã do chefão da Assembleia.

Só em 2014, quase 200 crianças morreram no local e outras 20 que conseguiram nascer ficaram cegas. Poucos anos antes, quando o prefeito do município era o próprio Humberto Coutinho, o número foi ainda maior: 234 óbitos, sendo 145 nenonatal, 87 fetal e dois materno.

Apesar de reportagens da Band e da Record noticiarem em rede nacional e internacional que, o presidente da Assembleia desviou R$ 523.479,19 enviados pelo SUS para a aquisição de equipamentos para implantação de uma UTI Pediátrica na maternidade da cidade, que poderia ter evitado as mortes das crianças, a base governista da Casa – da qual os suplentes Leitoa e Furtado fazem parte – pressionou e abafou uma visita da Comissão da Saúde, presidida pelo deputado pizzaiolo Stênio Rezende, à unidade - que era pra ser de saúde.

Caso o governo não direcione os trabalhos da CPI da Saúde somente para atingir o ex-secretário de Ricardo Murad, o presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão e o seu sobrinho, Léo Coutinho (PSB), devem se segurar até onde não podem no foro do mandato e nas jubas dos Leões para não paparem na cadeia.

Casa do Cangaço: Coronel Humberto Coutinho veta Wellington do Curso na Agência AL
Política

Presidente da Assembleia não gostou da cobrança feita pelo deputado do PPS sobre morte de quase 200 bebês em Caxias

O presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, deputado Humberto Coutinho, do PDT, transformou a "Casa do Povo" na "Casa do Cangaço". Coronel de uma das maiores e mais antigas oligarquias regionais do Maranhão, Coutinho vetou o nome do deputado estadual Wellington do Curso, do PPS, na Agência Assembleia, responsável pelas atualizações no site oficial da AL.

Desde a semana passada, por ordem de Coutinho, o parlamentar do PPS teve todas as notícias sobre o seu mandato deletadas do site da Assembleia, em ação coordenada pelo diretor de Comunicação do Poder Legislativo, Carlos Alberto. A ordem é que não seja publicada qualquer informação sobre a atuação do deputado. Publicou, é rua.

O Atual7 apurou que o veto do coronel-presidente se deu por Wellington sair em defesa das quase 200 mães e pais dos bebês mortos na Maternidade Carmosina Coutinho, a "Maternidade da Morte", em Caxias, chefiada pelo seu sobrinho, Leonardo Barroso Coutinho, o Léo, PSB. Por lá, além da morte de crianças, as que conseguem nascer ficam cegas.

Um dia após a exibição do programa Repórter Record Investigação, que denunciou ainda que a "Maternidade da Morte" funciona sem alvará da Prefeitura de Caxias, Vigilância Sanitária e Corpo de Bombeiros, Wellington do Curso apresentou requerimento solicitando uma visita in loco da Comissão de Saúde no matadouro, para apurar a responsabilidade do prefeito Léo Coutinho - e até do presidente da AL, acusado pelo Ministério Público de escamotear verba do SUS destinada para a compra dos equipamentos para a implantação da UTI na maternidade do município - na morte das crianças.

Recentemente, o parlamentar perseguido pelo presidente da Assembleia pediu um minuto de silêncio em respeito e condolências às mães caxienses vítimas do descaso na saúde pública municipal em Caxias. Como Humberto Coutinho fugiu da sessão, o vice-presidente da AL, deputado Othelino Neto, do PCdoB, tentou vetar o pedido de silêncio, mas foi repreendido por Wellington, que insistiu no pedido até ganhar a simpatia dos outros parlamentares. Ele cobrou ainda o pagamento dos terceirizados da Casa, que estão com salários atrasados há três meses.

Wellington do Curso volta a lamentar a morte de quase 200 bebês em Caxias
Política

Parlamentar chegou a insistir num pedido de silêncio em respeito às mães vítimas da "Maternidade da Morte", mas foi boicotado pelo comunista Othelino Neto

Durante discurso em homenagem ao Dia das Mães, o deputado Wellington do Curso (PPS) voltou a usar a tribuna da Assembleia Legislativa do Maranhão, na tarde desta segunda-feira (11), para lamentar e prestar condolências às mães caxienses de quase 200 crianças mortas na Maternidade Carmosina Coutinho, a "Maternidade da Morte", pertencente ao presidente da Casa, o deputado coronel Humberto Coutinho (PDT).

Mesmo a contragosto de Othelino Neto, presentes do plenário, comitê de imprensa e galaria fizeram um minuto de silêncio em respeito a dor das mães de Caxias
Divulgação Silêncio ensurdecedor Mesmo a contragosto de Othelino Neto, presentes do plenário, comitê de imprensa e galaria fizeram um minuto de silêncio em respeito a dor das mães de Caxias

A primeira manifestação foi logo após a exibição do programa Repórter Record Investigação, que mostrou ainda que, além das mortes, as crianças que conseguiram nascer na "Maternidade da Morte" ficaram cegas.

Durante o novo lamento, Wellington relembrou o protesto realizado na última sexta-feira (8) por dezenas de mães vítimas do descaso da gestão do sobrinho de Humberto, o prefeito Leonardo Barroso Coutinho, o Léo (PSB). No protesto, dezenas de cruzes foram afixadas em latas de leite vazias e espalhadas pela Praça da Matriz, além de faixas nas quais estavam escritas a chocante frase: "Quase 200 mães não poderão comemorar seu dia".

Vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, o parlamentar ainda chegou a pedir, insistentemente, que fosse feito 1 minuto de silêncio pelos presentes do plenário, imprensa e galeria, em respeito às mães de Caxias que realmente não puderam comemorar o seu dia.

A insistência se deu fato de que, apesar da gravidade do assunto, em um ato desumano e de completo desrespeito, o vice-presidente da Assembleia, deputado Othelino Neto (PCdoB), que estava comandando a sessão, tentou boicotar por três vezes o pedido de silêncio.

"Inicialmente, o pedido não foi compreendido pelo presidente em exercício, Othelino Neto, que parece não ter dado atenção ao meu pedido, e mais uma vez solicito a sensibilidade do presidente e dos demais parlamentares desta Casa, em homenagem e solidariedade às quase 200 mães que tiveram seus direitos de comemorarem o Dia das Mães abortados, que façamos 1 minuto de silêncio em respeito às dores destas mães", solicitou o deputado do PPS, fazendo ainda referência à citação bíblica contida em Mateus 2:18, que retrata o massacre de inocentes.

"Assim como em Ramá se ouviu uma voz, lamentação, choro e grande pranto de Raquel chorando os seus filhos, em Caxias se viu a dor e o desespero de Marias, Raimundas, Franciscas... que não querem ser consoladas, porque seus filhos já não existem e que levarão para sempre em suas almas, feridas profundas que jamais poderão ser tratadas", lamentou.

Protesto contra a “Maternidade da Morte” marca véspera do Dia das Mães em Caxias
Política

Quase 200 crianças morreram na Maternidade Carmosina Coutinho, em Caxias, só em 2014. Outras 20 nasceram, mas ficaram cegas

Dezenas de cruzes espalhadas pela Praça da Matriz, no município de Caxias, foi a maneira encontrada pelas mães de quase 200 crianças mortas em 2014 na Maternidade Carmosina Coutinho, a “Maternidade da Morte”, como forma de protesto contra um dos piores casos de descasos com a saúde pública no Maranhão.

Latinhas de leite com cruzes são expostas em memória dos bebês mortos na "Maternidade da Morte"
Amadeus Jr/Facebook Dor e Revolta Latinhas de leite com cruzes são expostas em memória dos bebês mortos na "Maternidade da Morte"

Além das cruzes, que foram fixadas em latas de leite vazias, o protesto foi acompanhado de faixas que carregavam a dor de uma frase chocante: "Quase 200 mães não poderão comemorar o seu dia".

Pertencente à oligarquia Coutinho, a "Maternidade da Morte" passou a abocanhar toda a verba pública para o setor após uma manobra do ex-prefeito da cidade, Humberto Coutinho, do PDT, hoje presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão e tio do atual prefeito, Leonardo Barroso Coutinho, o Léo, PSB.

Apesar de reportagens nacionais da Band e da Record noticiarem em rede nacional e internacional que, além das mortes de quase 200 bebês, outras 20 que conseguiram nascer ficaram cegas, as autoridades locais tem permanecido em silêncio, como forma de não se indispor com o presidente da AL, acusado pelo Ministério Público de ser um dos responsáveis diretos pelas mortes dos bebês: R$ 523.479,19 enviados pelo SUS para a aquisição de equipamentos para implantação de uma UTI Pediátrica na maternidade da cidade foram escamoteados por ele. Na época do desvio, houve 234 óbitos na maternidade, sendo 145 nenonatal, 87 fetal e dois materno.

Do total de 42 deputados estaduais abrigados no Palácio Manuel Beckman, apenas três (Wellington do Curso, Andrea Murad e Zé Inácio) se manifestaram, até então, sobre o matadouro de crianças em Caxias, e prometeram voltar ao assunto após uma visita in loco.

Na Câmara Federal, a falta de sensibilidade e de responsabilidade com a dignidade humana é ainda maior: nenhum dos 18 parlamentares insinuou qualquer discurso ou reação.

Já no governo estadual, comandado pelo comunista Flávio Dino, do PCdoB, diante do discurso de mudança e de libertação que o levou ao comando do Palácio dos Leões, o silêncio sepulcral chega a causar ânsia e vergonha.

Afilhado político histórico de Humberto Coutinho, a quem define como copiloto de seu governo, Dino engoliu uma dor semelhante e recente a sofrida pelas mães de Caxias e escondeu o coração e os dedos. Usuário ativo das redes sociais para criticar os descasos provocados pelo clã Sarney e seus aliados, o comunista tem feito de conta que nada aconteceu, que em Caxias crianças não morreram, não morrem, e que o prefeito Léo Coutinho é um dos melhores do país.

Governo Flávio Dino ainda não repassou um centavo para São Luís
Política

Com pouco mais de cinco meses no comando do Estado, comunista já repassou R$ 39,8 milhões para várias prefeituras, menos a da capital

O deputado estadual Edivaldo Holanda, pai do prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior, tem motivos de sobra para a cobrança feita nessa quarta-feira (6) ao governador Flávio Dino (PCdoB), de quem ele e o filho são aliados, durante a sessão na Assembleia Legislativa do Maranhão.

Flávio Dino ao lado do aliado Cleomar Tema, e de sua mulher, Daniella Jardão, beneficiados com convênio e sinecura
Divulgação Depois do ônus, o bônus Flávio Dino ao lado do aliado Cleomar Tema, e de sua mulher, Daniella Jardão, beneficiados com convênio e sinecura

Com pouco mais de cinco meses no comando do Palácio dos Leões, o comunista não repassou um centavo sequer para a ajudar a administração da capital, atolada em problemas principalmente nas áreas da saúde, infraestrutura e mobilidade urbana.

Dados do Portal da Transparência mostram que, dos R$ 39.848.128,84 (trinta e nove milhões, novecentos e quarenta e oito mil, cento e vinte e oito reais e oitenta e quatro centavos) conveniados por Dino com prefeituras maranhenses, a Prefeitura de São Luís foi uma das poucas que não recebeu qualquer repasse do governo - nem mesmo para as festas de Carnaval, onde Dino torrou mais de R$ 13,6 para garantir a política do circo [sem pão] de gestores aliados.

Uma das prefeituras foi a de São Mateus, chefiada pelo prefeito Miltinho Aragão (PSB), envolvido na "Máfia da Agiotagem" após a polícia encontrar um cheque do município, com a sua assinatura, em posse do agiota Pacovan. Por meio de convênio, o governador do Maranhão já repassou R$ 150 mil para Miltinho.

Outro prefeito que também ganhou mais importância no governo dinista foi o de Caxias, Léo Coutinho (PSB). Além de fazer o governador calar a boca e recolher os dedos - ele é viciado em redes sociais - sobre a morte de quase 200 bebês, só em 2014, na Maternidade Carmosina Coutinho, a administração de Léo já embolsou o total de R$ 600 mil em convênio assinado com o Estado.

Em Tuntum, além de presentear a mulher do prefeito Cleomar Tema, Daniella Jadão, com o cargo de diretora geral do Hospital de um Urgência e Emergência, Dino já repassou R$ 350 mil para a prefeitura, valor próximo do que também recebeu o prefeito de São Domingos do Maranhão, Kleber Tratorzão (PP), em retribuição a um título de cidadão dado ao comunista durante a campanha eleitoral de 2014.

Presidente da AL desviou verba para implantação de UTI na maternidade de Caxias
Política

Ex-prefeito do município, Humberto Coutinho ainda fechou uma maternidade pública e passou a repassar verba da saúde para uma unidade particular, de sua propriedade

Apesar da preocupação com a dignidade humana externada pelo deputado Wellington do Curso (PPS) - e por apenas mais outros dois, de 42 parlamentares abrigados na Casa do Povo -, a proposta de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apontar a causa e os responsáveis pela morte de quase 200 bebês, só em 2014, na Maternidade Carmosina Coutinho, a "Maternidade da Morte", em Caxias, não será aprovada pela Assembleia Legislativa do Maranhão.

Cópia de uma das notas fiscais apresentadas por Humberto Coutinho
Ministério Público MA Nota existe, mas equipamentos e UTIs não Cópia de uma das notas fiscais apresentadas por Humberto Coutinho

A abertura da CPI deve esbarrar no histórico de corrupção encabeçado pelo próprio presidente da Casa, deputado Humberto Ivar Araújo Coutinho (PDT), coronel da oligarquia que comanda o município há mais de uma década.

Durante sua passagem pela Prefeitura de Caxias, Humberto Coutinho desviou o total de R$ 523.479,19 (quinhentos e vinte três mil, quatrocentos e setenta e nove reais e dezenove centavos) do Sistema Único de Saúde (SUS) por meio de um convênio assinado entre o Estado e a prefeitura, cujo destino seria a aquisição de equipamentos para implantação da UTI Pediátrica no Hospital Materno Infantil "Sinhá Castelo". A acusação é do Ministério Público.

Além de embolsar a verba desviada da melhoria da maternidade, e que poderia ter evitado ou pelo menos diminuído a matança dos bebês, na mesma época, o presidente da Assembleia Legislativa fechou o Materno Infantil "Sinhá Castelo", para onde os equipamentos deveriam ir, e passou a destinar toda a verba da saúde pública municipal para a unidade particular, pertencente a ele próprio, a "Maternidade da Morte".

No esquema, Humberto Coutinho ainda chegou a apresentar notas na prestação de contas para justificar a compra dos equipamentos para a implantação da UTI, mais os equipamentos que supostamente foram comprados com o dinheiro do convênio nunca foram localizados.

Silêncio sepulcral

Embora possa ter se consternado com a dor dos pais e mães mostrados pelo programa Repórter Record Investigação, o governador Flávio Dino, do PCdoB, que recentemente sentiu pessoalmente a dor da perda de um filho em irresponsabilidade semelhante, mantém-sem em silêncio sepulcral.

Amigo do prefeito de Caxias e afilhado político do deputado Humberto Coutinho, a quem define como "co-piloto" de seu governo, Dino escolheu o silêncio por temer que qualquer pronúncia - até mesmo a de ajuda financeira para diminuir a mortalidade infantil no município - possa prejudicar a administração Léo Coutinho.

Abaixo uma melhor explicação, em vídeo, do porquê do silêncio do governador Flávio Dino em relação as mortes dos quase 200 bebês na "Maternidade da Morte":

Apenas três de 42 deputados se preocupam com mortes de bebês em Caxias
Política

Wellington do Curso, Andrea Murad e Zé Inácio foram os únicos a discutir o tema durante a sessão legislativa dessa terça-feira (28)

A sessão legislativa dessa terça-feira (28) serviu para mostrar que apenas três, dos 42 deputados da Assembleia Legislativa do Maranhão, demostraram humanidade e preocupação com a morte de quase 200 bebês, só em 2014, na Maternidade Carmosina Coutinho, em Caxias, de propriedade do presidente da Casa, deputado Humberto Coutinho (PDT).

Apelidada de "Maternidade da Morte" pelo Repórter Record Investigação, que exibiu ainda que a unidade funciona sem alvará da prefeitura, Vigilância Sanitária e Corpo de Bombeiros, por lá os bebês que sobrevivem aos partos ficam cegos.

Reportagem “Maternidade da Morte” revoltou e chocou todo o país e apenas três deputados do Maranhão
Montagem/Atual7 Matadouro Reportagem “Maternidade da Morte” revoltou e chocou todo o país e apenas três deputados do Maranhão

Cientes do descaso da administração do prefeito Léo Coutinho (PSB), sobrinho de Humberto, os deputados Wellington do Curso (PPS), Andrea Murad (PMDB) e Zé Inácio (PT) usaram seus tempo na tribuna e de aparte para discutir o assunto.

Andrea lembrou que, além das mortes, as crianças que conseguiram sobreviver ao parte ficaram cegas, e denunciou que durante a passagem de seu pai, o ex-secretário Ricardo Murad, pela Saúde estadual, um relatório da Vigilância Sanitária foi produzido apontando o que a reportagem da Record mostrou. A oposicionista prometeu aguardar o retorno de Humberto Coutinho à Assembleia para cobrar uma solução para a matança de crianças.

- Ontem não sei se os deputados assistiram a questão de Caxias. Mas, infelizmente, o que aconteceu nessa maternidade de Caxias, através do sobrinho do Presidente desta Casa, é uma vergonha. Eu, como mãe, assistindo aquela reportagem ontem, fiquei emocionada, olhando aquelas criancinhas cegas, que vão ver a vida no escuro. A vida vai passar e verão somente o escuro dentro delas. Quer dizer que acontece isso com várias e várias crianças e ninguém toma uma posição, nada. A vigilância sanitária na gestão de Ricardo Murad fez todo um relatório disso que está acontecendo agora em Caxias. Eu depois vou aprofundar nesse assunto até porque sou acusada de falar as coisas sem a presença das pessoas. Mas eu não considero que esse caso de Caxias, eu preciso falar na presença do deputado Humberto. É um fato que saiu em rede nacional. E depois eu vou me pronunciar sobre ele - pontuou.

Wellington do Curso externou a sua preocupação com a dignidade humana, e propôs que a Comissão de Saúde da Assembleia realize visita "in loco" à Carmosina Coutinho, para esclarecer de fato o que leva a maternidade a se transforma em um matadouro de crianças.

- O Brasil se consternou com a dignidade humana. Ontem, pela segunda vez, uma emissora de TV levou a todos os lares do Brasil uma denúncia sobre a morte de mais de 200 crianças, famílias dizimadas, gerações perdidas e um absurdo de crianças sequeladas pelo resto da vida. É através dessa proteção que se concretizará todo catálogo de direitos humanos encartado na Constituição Federal. E, em Caxias, não há essa proteção. O que vimos foi a completa falta de respeito ao que é mais caro ao ser humano: a sua dignidade - detonou.

Já o deputado Zé Inácio, durante aparte, colocou a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Assembleia, da qual preside, à disposição para também realizar uma visita "in loco" à "Maternidade da Morte".

- Já defiro o seu Requerimento pela Comissão de Direitos Humanos, para que possam fazer a visita in loco. Nós podemos fazer juntos. Se a Comissão de Saúde recuar [por conto do presidente, deputado Stênio Rezende, ser governista], mas a Comissão de Direitos Humanos não recuará. Nós iremos lá atendendo o seu Requerimento.

Nascido em outras maternidades, mas cegos

Apesar de não terem nascido na "Maternidade da Morte", três parlamentares se fizerem de cegos para o problema enfrentado pelos pais e mães de Caxias.

Durante a sessão legislativa, os deputados Eduardo Braide (PMN), Levi Pontes (SD) e Othelino Neto (PCdoB) chegaram a interromper e contestar a fala dos poucos deputados que se indignaram com a morte dos bebês na Carmosina Coutinho.

Uma vergonha!

“Maternidade da Morte” funciona sem alvará da prefeitura, Vigilância Sanitária e Bombeiros
Política

Revelação foi feita pelo programa Repórter Record Investigação, que exibiu em rede nacional e internacional o matadouro de crianças

É caso de polícia e deveria terminar em cadeia a matança de quase 200 bebês na Maternidade Carmosina Coutinho, a "Maternidade da Morte", em Caxias, em apenas um ano. Por lá, quando não morre logo após o parto - ou muitas das vezes sequer chega a nascer - o recém-nascido consegue sobreviver ao parto, mas fica cego.

A denúncia foi exibida na noite dessa segunda-feira (27), pelo programa Repórter Record Investigação, que revelou ainda que a Carmosina Coutinho, que leva o nome em homenagem à matriarca do chefão do clã do município, Humberto Coutinho, funciona de forma irregular. A unidade não possui o alvará da Prefeitura de Caxias, Vigilância Sanitária e do Corpo de Bombeiros. O crime foi comprovado com a exibição de documentos.

A reportagem também mostrou depoimentos comoventes das mães que deixaram o hospital sem seus filhos nos braços e que, até agora, não sabem a causa da mortes; e a fuga covarde do prefeito da cidade e filhote da oligarquia, Leonardo Coutinho, o Léo (PSB), que não quis responder os questionamentos da repórter sobre o matadouro de crianças.

Assista a íntegra do Repórter Record Investigação, que durante a exibição teve o sinal cortado em Caxias pela TV Sinal Verde, repetidora da TV Record na região e pertencente ao chefe do clã. As imagens são fortes e não indicadas para quem sofre de problemas cardíacos ou hipertensão:

Emissora dos Coutinho tira sinal do ar durante reportagem da “Maternidade da Morte”
Política

TV Sinal Verde teve o sinal cortado durante exibição do programa Repórter Record Investigação

A população do município de Caxias, controlado pelo oligarquia Coutinho, usou as redes sociais para denunciar o corte do sinal da TV Sinal Verde, repetidora da TV Record na região e pertencente ao chefe do clã, o presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, deputado Humberto Coutinho, do PDT, na noite dessa segunda-feira (27).

O corte do sinal ocorreu durante a exibição do programa Repórter Record Investigação, que mostrou em rede nacional e internacional a matança desenfreada de inocentes na Maternidade Carmosina Coutinho, também de propriedade da oligarquia Coutinho, além da triste dor e choro de pais e mães de quase 200 bebês que, em menos de um ano, morreram na unidade logo após o parto ou nem chegaram a nascer; e de outros 20 que, na luta pela vida, conseguiram nascer na Carmosina Coutinho, mas ficaram cegos.

Segundo a população, somente quem possui antena parabólica no município pode assistir a reportagem que chocou e revoltou todo o pais. O sinal só voltou ao ar após o termino do programa.

Lembrou os tempos dos desmandos de outra oligarquia, a Sarney.

TV Sinal Verde só retornou ao ar após o término do programa que denunciou a matança de inocentes da gestão do sobrinho de Humberto Coutinho
Facebook Crime escondido TV Sinal Verde só retornou ao ar após o término do programa que denunciou a matança de inocentes da gestão do sobrinho de Humberto Coutinho
“Maternidade da Morte” dos Coutinho em Caxias revolta e choca todo o país
Política

Em apenas um ano, quase 200 bebês morreram e outros 20 ficaram cegos na Maternidade Carmosina Coutinho

Vai aqui um aviso: os vídeos acomodados três parágrafos abaixo contêm imagens fortes. Tão fortes que não devem ser assistidas por pessoas com problemas cardíacos ou hipertensão.

As cenas foram exibidas em rede nacional e internacional pela programa Repórter Record Investigação, na noite dessa segunda-feira (27), e mostram a matança desenfreada de inocentes na Maternidade Carmosina Coutinho, em Caxias do Maranhão, além da triste dor e choro de pais e mães de quase 200 bebês que, em menos de um ano, morreram na unidade logo após o parto ou nem chegaram a nascer; e de outros 20 que, na luta pela vida, conseguiram nascer na Carmosina Coutinho, mas ficaram cegos. A extrema miséria, onde crianças são enterradas no quintal das casas por falta de cemitérios na cidade e famílias inteiras ainda vivendo em casas de pau a pique, também revolta e choca quem assiste a gravação.

Em dos vídeos, um sujeito engomadinho tenta ser entrevistado pela repórter, que como todos os familiares dos bebês vítimas da irresponsabilidade da gestão municipal, busca respostas sobre as mortes das crianças. Mas de forma mal educada, desumana, covarde e inescrupulosa, o sujeito foge. Ele é o prefeito da cidade, Leonardo Coutinho, o Léo (PSB), filhote da oligarquia chefiada por seu tio, o presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, Humberto Coutinho, do PDT, que controla há mais de 10 anos os cofres públicos da cidade por meio de reversamento familiar, e que não precisa se submeter ao sistema de saúde mal administrado por seu sobrinho por os milhões depositados em sua conta lhe garantirem viagens de tratamento à São Paulo, onde fica no Hospital Sírio Libanês, um dos mais caros do país. De novo: só assista se não tiver problemas cardíacos ou hipertensão.

Trecho do Repórter Record Investigação, no momento em que o prefeito Léo Covarde Coutinho foge da repórter e não dá qualquer explicação sobre a morte de quase 200 bebês em menos de um ano na Maternidade da Morte, a Carmosina Coutinho, administrada com verba pública e pertencente a oligarquia Coutinho, de Caxias. Ciente do descaso com a saúde pública no município, o chefe do clã e tio de Léo, Humberto Coutinho, está em São Paulo, no Sírio Libanês.

Posted by Atual7 on Segunda, 27 de abril de 2015

“Maternidade da Morte” dos Coutinho volta e envergonhar o Maranhão nesta segunda-feira
Política

Mortes de recém-nascidos na Carmosina Coutinho já havia sido denunciada por duas vezes pela Band

O programa Repórter Record Investigação exibirá, na noite desta segunda-feira (27), a desumana realidade na saúde municipal de Caxias, cidade do interior do Maranhão chefiada pela oligarquia Coutinho. O programa será exibido simultaneamente pela Record Nacional e Internacional.

Intitulada de "Maternidade da Morte", a reportagem mostrará depoimentos de mães e documentos exclusivos que revelam como a desastrosa administração do prefeito Leonardo Coutinho, o Léo (PSB), produziu um matadouro de crianças no município, que levou quase 200 bebês a morte nas primeiras horas de vida, além de outras 20 crianças que nasceram, mas ficaram cegas. Toda a tragédia ocorreu em menos de um ano na Maternidade Carmosina Coutinho, que leva o nome da mãe do chefe do clã e dono da unidade, o deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa, Humberto Coutinho, do PDT.

O Repórter Record Investigação vai mostrar ainda informações estarrecedoras sobre quem está por trás das mortes dos recém-nascidos, além de depoimentos fortes de quem viu e viveu um dos momentos mais especiais na vida de uma mulher, o dia em que ela se torna mãe, se transforma em dor e luto.

Desde que a equipe da TV Record desembarcou em Caxias, o governador Flávio Dino (PCdoB), afilhado político de Humberto Coutinho e aliado do prefeito Léo Coutinho, tem se escondido nos corredores do Palácio dos Leões para não comentar o assunto.

Mortes de crianças aumenta a cada reportagem

O matadouro de recém-nascidos em Caxias já havia envergonhado a população maranhense em rede nacional, por duas vezes, em reportagens exibidas pelo quadro "Proteste Já", do programa CQC, da Band, em novembro do ano passado.

Abaixo, confira o vídeo do resumo do programa Repórter Record Investigação:

 

Repórter Record vai mostrar morte de quase 200 bebês em maternidade dos Coutinho
Política

Mortes de recém-nascidos já havia sido abordado em quadro do programa CQC, da Band

O Maranhão voltará a ser envergonhado em todo o país. Pouco antes de completar 30 dias em que exibiu em rede nacional o drama de famílias que pouco têm o que comer nos municípios de Centro do Guilherme, Belágua, Marajá do Sena e Fernando Falcão, a equipe do programa Repórter Record Investigação voltou ao Maranhão e deve exibir, na próxima segunda-feira (27), um dos piores exemplos da falta de escrúpulo e do descaso de prefeitos do interior do estado com a coisa pública: a morte de quase 200 bebês, em menos de um ano, na Maternidade Carmosina Coutinho, em Caxias.

A "maternidade da morte" pertence a uma das oligarquias do município, a Coutinho, que comanda a prefeitura da cidade por meio do socialista Leonardo Barroso Coutinho, o Léo Coutinho (foto acima), sobrinho do chefe do clã, o presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, Humberto Coutinho (PDT).

A reportagem exibirá depoimentos fortes, comoventes e inéditos, como o de Dayane, de 17 anos, que teve parte dos sonhos soterrada com a perda da filha, e até hoje não sabe porque sua bebê morreu; e o do casal José de Ribamar e Mayane, que também desconhecem as causas da morte do filho, que nem chegou a nascer.

O Repórter Record Investigação também vai mostrar drama de crianças que nasceram prematuras na Carmosina Coutinho e ficaram cegas.

Matadouro de recém-nascidos

A morte de recém-nascido na maternidade dos Coutinho já havia sido abordado pelo Quadro Proteste Já, no programa Custe o Que Custar (CQC), da Band, em novembro do ano passado.

Na época, quando o número de crianças mortas na maternidade da família já beirava a 150, Léo Coutinho tentou atribuir a reportagem feita pelo ex-CQC Oscar Filho à disputa de poder entre a sua família e outra oligarquia do município, a Marinho.

O prefeito de Caxias ainda chegou a processar Filho por mostrar o descaso em rede nacional, mas perdeu na Justiça, que ainda acionou devido à "diversas desconformidades que, de um modo ou de outro, estão elevando o índice de mortalidade fetal e neonatal" na maternidade de sua família, que se sustenta a base de dinheiro público.

Relembre a reportagem do CQC:

Justiça absolve Oscar Filho em processo movido pelo prefeito de Caxias
Política

Repórter investigou e mostrou no programa CQC que quase 150 bebês morreram na maternidade Carmosina Coutinho

O juiz João Pereira Neto, titular do Juizado Especial Cível e Criminal da comarca de Caxias, julgou improcedente a queixa-crime movida pelo prefeito de Caxias, Leonardo Barroso Coutinho, o Léo Coutinho (PSB), contra o repórter Oscar Filho.

Léo Coutinho alegava que o então repórter do CQC teria praticado crime durante a produção de uma reportagem do quadro "Proteste Já" que mostrou que, em menos de um ano, quase 150 bebês morreram após o parto na maternidade Carmosina Coutinho. Para a Justiça, Oscar Filho trabalhou de acordo com a lei ao investigar e exibir a calamidade pública na unidade de saúde do município.

Na época em que a reportagem estava sendo produzida - e algumas semanas depois de exibida na Band -, além de mover o processo, o prefeito de Caxias patrocinou uma rede de blogs ligados ao seu tio, o deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, Humberto Coutinho (PDT), e ao governador Flávio Dino (PCdoB), para difamar o repórter, e atribuiu a divulgação das mortes dos recém-nascidos em rede nacional à querelas políticas entre a sua família e outra oligarquia da cidade, a Marinho.

Prefeito na mira da Justiça

No início de fevereiro deste ano, o juiz da Infância e da Juventude de Caxias, Antonio Manoel Araújo Velôzo, determinou que Léo Coutinho solucione "todas as não conformidades detectadas pela Vigilância Sanitária Estadual na Maternidade Carmosina Coutinho", e estipulou multa pessoal diária de R$ 5 mil ao prefeito, para o caso de descumprimento da decisão.

Entre as considerações, o magistrado ressaltou a situação de gravidade comprovada pelos documentos que instruíram o processo e que “dão conta de diversas desconformidades que, de um modo ou de outro, estão elevando o índice de mortalidade fetal e neonatal naquela unidade”.

Justiça aciona Léo Coutinho por morte de quase 150 bebês em maternidade de Caxias
Política

Infanticídio foi alvo de reportagem do quadro Proteste Já, do CQC, em novembro do ano passado

Em atendimento a uma Ação Civil Pública com Pedido de Antecipação dos Efeitos da Tutela, interposta pelo Ministério Público (MP) do Estado do Maranhão, o juiz da Infância e da Juventude de Caxias, Antonio Manoel Araújo Velôzo, determinou, na última quarta-feira (4), que o prefeito do município, Leonardo Barroso Coutinho, o Léo Coutinho (PSB), solucione "todas as não conformidades detectadas pela Vigilância Sanitária Estadual através do Relatório de Inspeção Sanitária na Maternidade Carmosina Coutinho".

Infanticídio na Maternidade Carmosina Coutinho foi alvo de serie de reportagens do CQC
CQC Calamidade pública Infanticídio na Maternidade Carmosina Coutinho foi alvo de serie de reportagens do CQC

No documento, o magistrado estipula ainda multa pessoal diária de R$ 5 mil à Léo Coutinho, para o caso de descumprimento da decisão.

Entre as considerações para a antecipação da tutela, o magistrado ressaltou a situação de gravidade comprovada pelos documentos que instruíram o processo e que “dão conta de diversas desconformidades que, de um modo ou de outro, estão elevando o índice de mortalidade fetal e neonatal naquela unidade”. Em menos de um ano , quase 150 recém-nascidos morreram na Maternidade Carmosina Coutinho.

- A rigor, se as exigências sanitárias não forem imediatamente cumpridas, os índices de mortalidade neonatal e fetal naquele nosocômio continuarão elevados, porquanto cabalmente demonstrada a manifesta relação de causalidade entre as deficiências apontadas nos diversos relatórios anexados aos autos e o grande número de mortes das crianças naquela maternidade - diz o magistrado na decisão.

Matadouro de recém-nascidos

Velôzo destaca ainda na decisão o maior fator de óbitos neonatais no estabelecimento e apontado pelo relatório da Vigilância Sanitária – a Doença da Membrana Hidalina, também conhecida como Síndrome da Angústia Respiratória (SAR), responsável por 27% dos eventos fatais.

- Acometido dessa enfermidade, segundo se extrai da literatura médica, o bebê já nasce com um certo grau de sofrimento respiratório, que vai aumentando progressivamente, podendo ser fatal se o recém nascido não obtiver tratamento precoce e especializado, ... tratamento esse que exige serviços específicos de Neonatologia nas Unidades de Cuidados Intensivos Neonatal. A oferta desse serviço pode perfeitamente recuperar os recém nascidos e salvar inúmeras vidas - ressaltou.

- Tem-se uma situação de urgência, uma corrida contra o tempo em busca da vida, necessitando de recursos hospitalares para enfrentar esses graves problemas naquela instituição, capaz de atender aos direitos dos pacientes em sua maioria crianças - conclui o juiz.

Consta ainda entre as exigências sanitárias do relatório, a “contratação de pessoal especializado" - a exemplo de médico pediatra com área de atuação em neonatologia para responsável técnico na UTIN; enfermeiro e fisioterapeuta especialistas em terapia intensiva ou outra especialização relacionada à paciente grave (neonatal); equipamentos; capacitação de pessoal e outras.

Proteste Já

A proporção assustadora de morte de bebês na maternidade Carmosina Coutinho foi alvo do quadro Proteste Já, do programa CQC, da Band, em novembro do ano passado.

Em resposta ao descaso, o prefeito de Caxias atribuiu a divulgação das mortes em rede nacional à querelas políticas entre a sua família e outra oligarquia do município, a Marinho.

Léo Coutinho chegou ainda a financiar uma rede de blogs de aluguel ligados ao seu tio, o deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, Humberto Coutinho (PDT), e ao governador Flávio Dino (PCdoB), para desqualificar o repórter Oscar Filho, autor da reportagem.