Major Ferreira
Governo livra Jefferson Portela, Cel. Alves e Major Ferreira de crime em Vitória do Mearim
Política

Uso de vigilantes de prefeituras em ações da Polícia Militar, denunciado pelo deputado Cabo Campos, foi abafado pelo Palácio dos Leões

O Governo do Maranhão livrou, na cara dura, o secretário de Segurança Pública do Estado, delegado Jefferson Portela; o comandante geral da Policia Militar, Coronel Alves; e o comandante da 13ª Companhia Independente de Viana, Major Ferreira, de responderem na Justiça como coautores da barbárie praticada pelo vigilante Luis Carlos Machado de Almeida, no dia 28 de maio passado, que executou em praça pública, com dois tiros na cabeça, o trabalhador Irialdo Batalha, já ferido e sem qualquer poder de reação.

Declaração da prefeita de Vitória do Mearim sobre o vigilante Luis Carlos (ladeado pelos PMs) volta a desmontar notas da SSP
Blog do Jorge Aragão Prática costumeira Uso de vigilantes pertencentes aos municípios em ações dá PM é algum comum em todo o estado

Contratado da Prefeitura de Vitória do Mearim, o vigilante estava cedido à Delegacia de Polícia do município - como afirmou em nota oficial a prefeita Dóris Rios -, portanto à serviço da SSP, o que caracteriza conivência de Portela, Alves e Ferreira com a prática do crime de homicídio qualificado, além de usurpação de função pública e improbidade administrativa.

O caso é grave!

Desde o dia em que a barbárie em Vitória do Mearim chocou todo o estado e o país, a pasta comandada por Jefferson Portela passou a emitir notas oficiais em que acusava a vítima e o condutor da moto que levava Irialdo, sem qualquer prova, de serem suspeitos de praticar assalto a um comércio na região, tendo inclusive mantido o condutor preso por quase uma semana - ele também foi baleado na ação.

Agora que a verdade veio à tona, e se confirmou que Irialdo e o amigo não eram bandidos, além da arrogância que não permitiu qualquer pedido de desculpas do secretário de Segurança Pública pelas mentiras, morte e atentado à vida, no comando da SSP, Portela deveria ter conhecimento prévio - inclusive do uso de vestimenta policial e da arma utilizada na execução - e por isso proibir que o vigilante Luís Carlos permanecesse cedido para a pasta que comanda, mas não o fez.

Também livrados de responder por aquilo que deixaram de fazer, o Cel. Alves e o Major Ferreira ainda ganharam as vestes de heróis após a prisão do vigilante em São Luís, ao fazerem de conta que não sabiam que o executor de Irialdo estava à serviço da Delegacia de Vitória do Mearim. Conforme denuncia do deputado Cabo Campos, porém, o uso de vigilantes municipais para a realização de serviços da Polícia Militar não se restringe somente ao caso de Vitória do Mearim, e só acontece por determinação do comando da PM, neste caso específico do Cel. Alves e do Major Ferreira.

"Nessa viatura estava o vigilante Luís Carlos, servidor do município de Vitória do Mearim. Mas por que um vigilante do município estava na viatura da PM, como se PM fosse? Vou esclarecer. Em muitos municípios onde o efetivo de PM é mínimo, é comum ter convênio entre Prefeitura e PM, pelo qual um servidor civil normalmente ajuda quando é preciso conduzir uma motocicleta apreendida, um automóvel retido, enfim. Como a quantidade de PM na viatura é de apenas dois, isso ocorre com frequência, inclusive, a autoridade competente é quem autoriza que isso ocorra, terá que responder o motivo desse arremedo, porque certamente não foram os PMs que convidaram esse vigilante para estar na viatura da Polícia, sem uma ordem superior, eles não fariam isso", denunciou.

No caso do Major Ferreira, a camaradagem comunista é ainda mais grave e envolve o pleito de 2016.

Para livrar o comandante da Companhia Independente de Viana, o Governo do Maranhão divulgou que foi o próprio Major Ferreira, acompanhado de uma equipe do município, quem se deslocou 219 quilômetros para realizar a prisão de Luis Carlos em um bairro de São Luís, como se na capital não houvesse outras equipes que pudessem realizar a diligência, além do gasto desnecessário de gasolina. O major é candidato do governo à Prefeitura de Viana nas eleições do ano que vem.

PMs presos

Passível apenas de improbidade administrativa, para livrar Jefferson Portela, Cel. Alves, Major Ferreira e sua própria gestão, o governador Flávio Dino enterrou o caso na mesma cela onde se encontram presos o sargento Miguel e o soldado Gomes, que - lado fraco da corda - atuavam na Companhia Independente de Viana, e também confirmaram em depoimento que o vigilante Luis Carlos sempre dava apoio à polícia, mesmo sendo funcionário do município.