Lava Jato
Fachin, do STF, anula todas as condenações de Lula julgadas pela Lava Jato em Curitiba
Política

Com decisão, petista mantém os direitos políticos preservados e pode disputar o Presidência da República em 2022 contra Jair Bolsonaro

O ministro Edison Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), monocraticamente, anulou todas as decisões, desde o recebimento de denúncias até as condenações, da Lava Jato de Curitiba envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Relator da Lava Jato no Supremo, Fachin concedeu habeas corpus formulado pela defesa do petista em novembro do ano passado, e declarou a incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba, da qual o ex-juiz Sérgio Moro era titular, para o processo e julgamento das três ações da Operação Lava Jato contra Lula –tríplex do Guarujá, sítio de Atibaia e Instituto Lula.

O ministro ordenou que os casos sejam reiniciados na Justiça Federal do Distrito Federal.

Como consequência, o petista não se enquadra mais na Lei da Ficha Limpa e mantém os direitos políticos preservados, podendo ser elegível e disputar o Palácio do Planalto em 2022, contra Jair Bolsonaro (sem partido).

Lava Jato: operação da PF que investiga Márcio e Edinho Lobão fez buscas na Franere
Política

PF apura a suspeita de possível crime de lavagem de dinheiro envolvendo a empreiteira e a Difusora, na negociação de um apartamento no Edifício Two Towers Residente, na capital

A poderosa Franere - Comércio, Construções e Imobiliária Ltda, com sede em São Luís, Maranhão, foi um dos alvos da Polícia Federal na Operação Vernissage, deflagrada na última terça-feira 12.

A ostensiva mirou os irmãos Márcio e Edison Lobão Filho, o Edinho, ex-senador da República pelo MDB. A operação foi autorizada pela juíza Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal de Curitiba, no âmbito da Lava Jato.

Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Angra dos Reis (RJ), nas sedes da empresa Bolsa de Arte Ltda e em endereços residenciais e profissionais de Jones Paulo Bergamin.

Em São Luís, a PF também fez buscas no Sistema Difusora –no papel ainda pertencente a Edinho, mas de fato já sob controle do senador Weverton Rocha (PDT)– e na rádio Nova FM, além de em endereços residenciais do emedebista. Nos locais, os agentes apreenderam carros de luxo e um helicóptero.

O ATUAL7 não conseguiu o contato da defesa dos investigados.

Segundo a investigação, há suspeita de possível crime de lavagem de dinheiro envolvendo a empreiteira e a Difusora, na negociação de um apartamento no Edifício Two Towers Residente, localizado na área mais nobre da capital.

A PF apura se parte considerável dos valores em espécie utilizados para a aquisição do imóvel teria sua origem em crimes de corrupção, especificamente propina, praticados em detrimento da Transpetro, subsidiária da Petrobras.

Polícia Federal faz operação no Sistema Difusora, em São Luís
Cotidiano

Batizada de Vernissage, ostensiva foi deflagrada no âmbito da Lava Jato

Em nova fase da Operação Lava Jato, a Polícia Federal cumpriu três mandatos de busca e apreensão, nesta terça-feira 12, em São Luís, com o objetivo de investigar crimes de corrupção, fraudes licitatórias, organização criminosa e lavagem de dinheiro envolvendo um grupo que pegou propinas de mais de R$ 12 milhões no âmbito de contratos celebrados com a Transpetro, subsidiária da Petrobras.

Segundo a assessoria da PF, também foram cumpridos três mandados de buscas no Rio de Janeiro, dois em Brasília, dois em São Paulo e um em Angra dos Reis. As ordens foram expedidas pela 13ª Vara Federal em Curitiba.

Na capital do Maranhão, um dos alvos foi o Sistema Difusora de Comunicação, incluindo a Nova FM.

Embora a concessão pública, no papel, tenha o ex-senador Edison Lobão Filho (MDB-MA) no quadro societário da Difusora, desde 2016, o sistema é controlado pelo senador Weverton Rocha (PDT-MA). Apesar dessa ligação, diferentemente do afirmado equivocadamente pelo ATUAL7 mais cedo, não há confirmação sobre o envolvimento do pedetista e do advogado Willer Tomaz de Souza, que seria sócio de Weverton no empreendimento, na investigação.

A operação foi batizada de Vernissage, e contou com a participação do Ministério Público Federal e da Receita Federal.

Tanto Lobão Filho quanto o irmão deste, Márcio Lobão, que chegou a ser preso, já haviam sido alvos da Lava Jato, em operação relacionada ao suposto pagamento de propinas em contratos da Transpetro.

Advogado de Lula e ex-defensor de Bolsonaro são alvos de operação da Lava Jato
Política

Investigação apura suposto esquema de tráfico de influência no STJ e no TCU com desvio de R$ 355 milhões do Sistema S

A força-tarefa da Lava Jato no Rio deflagrou, na manhã desta quarta-feira 9, operação contra suposto esquema de tráfico de influência no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e no TCU (Tribunal de Contas da União) com desvio de recursos públicos do Sistema S. A operação foi batizada de E$quema S.

Estão sendo cumpridos 50 mandados de busca e apreensão em endereços de pessoas, escritórios de advocacia e outras empresas investigadas pelo possível desvio, entre 2012 e 2018, de cerca de R$ 355 milhões das seções fluminenses do Sesc (Serviço Social do Comércio), do Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e da Fecomércio (Federação do Comércio). O objetivo dos desvios, segundo a Lava Jato, era montar uma blindagem que mantivesse o empresário Orlando Diniz no comando das entidades.

Entre os alvos estão os advogados do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin e Roberto Teixeira, acusados de liderar o esquema.

O advogado Frederick Wassef, ex-defensor da família do presidente Jair Bolsonaro, também é alvo de busca e apreensão. Ele é suspeito de peculato e lavagem de dinheiro numa outra frente de supostos desvios.

A advogada Ana Tereza Basilio, que defende o governador afastado do Rio Wilson Witzel, também está entre os alvos.

Agentes da PF também têm como alvos escritórios de parentes de ministros do STJ e do TCU no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Brasília. Entre eles firmas do ex-ministro César Asfor Rocha (STJ) e seu filho Caio Rocha, os advogados Eduardo Martins (filho do presidente do STJ, Humberto Martins) e Tiago Cedraz (filho do ministro do TCU Aroldo Cedraz).

Segundo a força-tarefa da Lava Jato, o esquema incluía “o uso de contratos falsos com escritórios daqueles acusados ou de terceiros por eles indicados, em que serviços advocatícios declarados não eram prestados, mas remunerados por elevados honorários”.

“As apurações comprovaram que Diniz era persuadido pelos integrantes da organização criminosa no sentido de que novos contratos (e honorários) eram necessários para ter facilidades em processos em curso no Conselho Fiscal do Sesc Nacional, no TCU e no Judiciário. Como os contratos eram feitos com a Fecomércio/RJ, entidade privada, o seu conteúdo e os seus pagamentos não eram auditados pelos conselhos fiscais do Sesc e do Senac Nacional, pelo TCU ou pela CGU, órgãos que controlam a adequação dos atos de gestão das entidades paraestatais com a sua finalidade institucional”, indicou o MPF em nota.

As investigações do MPF partiram da Operação Jabuti, de 2018, e reuniram dados compartilhados de apurações da Receita, TCU, MPF/DF (Operação Zelotes), quebras de sigilos telefônico, telemático, fiscal e bancário, além de informações do colaborador Orlando Santos Diniz, ex-gestor daquelas entidades.

Deltan Dallagnol anuncia saída da coordenação da Lava Jato
Política

Procurador diz que decisão foi tomada por razões familiares. Assume a função o procurador Alessandro Oliveira

O procurador da República Deltan Dallagnol decidiu deixar o comando da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba (PR). O anúncio foi feito por ele, nesta terça-feira 1º, nas redes sociais, e em nota pela equipe do MPF (Ministério Público Federal) do Paraná.

Apesar do momento conturbado da Lava Jato, Dallagnol garante que a decisão foi tomada por questão pessoal. Segundo ele, a saída de coordenador da equipe de investigadores ocorre para se dedicar ao tratamento da filha, que tem um ano e dez meses de idade.

“Sim, é verdade que estou de saída da coordenação da Lava Jato. É uma decisão difícil, mas o certo a fazer por minha família. Continuarei a lutar contra a corrupção como procurador e como cidadão. A Lava Jato tem muito a fazer e precisa do seu e meu apoio”, publicou no Twitter.

“Há algumas poucas semanas, eu e minha esposa identificamos alguns sinais que nos preocuparam em nossa bebezinha, de um ano e dez meses de idade”, disse. “Identificamos que ela passou a ter uma série de sinais de regressão em seu desenvolvimento. Por exemplo, parou de falar algumas palavras que já falava, parou de olhar para a gente quanto chamávamos e parou de olhar nos nossos olhos. Se você tem bebês na família, fique atento aos sinais. No nosso caso, os médicos já levantaram suspeitas, e a nossa filha está passando por uma série de exames para um diagnóstico que ainda vai demorar nove semanas”, explicou Dallagnol, em vídeo no Youtube.

Em substituição, assume a função o procurador da República no Paraná, Alessandro José Fernandes de Oliveira, que atualmente faz parte do grupo de trabalho da Lava Jato da PGR (Procuradoria Geral da República).

TRF-4 mantém condenação de Lula no caso do sítio de Atibaia
Política

Ex-presidente foi considerado culpado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Defesa ainda pode recorrer

A 8ª turma do TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região decidiu, por unanimidade, manter a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no processo do sítio de Atibaia, relacionado à Lava Jato.

O petista havia sido condenado a mais de 17 anos em regime fechado pelo próprio TRF-4, mas a defesa recorreu da sentença com embargos de declaração, que foram negados nesta quarta-feira 6.

Lula foi considerado culpado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo a denúncia do MPF (Ministério Público Federal), empreiteiras fizeram obras no sítio para usufruto do ex-presidente da República em troca de benefícios em contratos com a Petrobras.

Os advogados de Lula ainda podem recorrer com embargos de declaração dos embargos de declaração.

Dino critica ação da Lava Jato que liga filho de Lula à compra do sítio de Atibaia
Política

Governador do Maranhão insinuou que Justiça Federal de Curitiba estaria agindo em desrespeito às leis

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), como já de costume, voltou a usar o Twitter para fazer críticas à Lava Jato. Em publicação nesta terça-feira 10, ele atacou a 69ª fase da maior operação de combate à corrupção no país, denominada Mapa da Mina, que teve como um dos alvos Fábio Luis, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, empresas do grupo Gamecorp/Gol, controladas pelo filho de Lula e outros investigados, receberam repasses do grupo Oi/Telemar de 2004 a 2016. Em troca, o grupo teria sido beneficiado pelo governo petista, em pagamentos que somam R$ 132 milhões, que teriam sido usados na compra do sítio em Atibaia (SP), frequentado pelo ex-presidente.

Os investigadores também apuram possíveis irregularidades no relacionamento entre o grupo Gamecorp/Gol com a Vivo/Telefônica, especificamente no que diz respeito ao projeto que foi denominado como Nuvem de Livros.

Para Dino, que é ex-juiz federal, porém, não tem como haver qualquer relação entre as empresas e a Petrobras, alvo original da Lava Jato. Em tom irônico, questionou a falta de elo, segundo ele, entre a Oi, a Vivo e a petrolífera, e insinuou que a Justiça Federal de Curitiba estaria agindo em ilegalidade.

“Qual a relação entre Vivo, Oi e Petrobras? É que na Petrobras as pessoas usam telefones? Não há ‘direito excepcional’ que explique essa competência eterna de Curitiba para julgar o presidente Lula e família. Sou a favor de investigações, mas com respeito às LEIS”, escreveu, dando destaque final em letras garrafais.

Até o momento da publicação desta matéria, mas de 2 mil pessoas curtiram a publicação do comunista, e quase 500 compartilharam. Dos mais de 50 comentários, a maioria concorda com os questionamentos feitos por Flávio Dino.

TRF-4 mantém condenação e aumenta pena de Lula no caso do sítio de Atibaia
Política

Apesar da decisão, ex-presidente segue solto no aguardo dos términos de todos os recursos

A 8ª Turma do TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região manteve, nesta quarta-feira 27, por unanimidade, a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no processo referente ao Sítio de Atibaia (SP), pelos crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro, passando a pena de 12 anos e 11 meses para 17 anos, 1 mês e 10 dias de reclusão em regime inicial fechado e pagamento de 422 dias-multa (com valor unitário do dia-multa de 2 salários mínimos).

Segundo a sentença da 13ª Vara Federal de Curitiba, o líder petista teria participado do esquema criminoso deflagrado pela Lava Jato, inclusive tendo ciência de que os diretores da Petrobras utilizavam seus cargos para recebimento de vantagens indevidas em favor de partidos e de agentes políticos.

Como parte de acertos de propinas destinadas ao PT em contratos da estatal, os Grupos Odebrecht e OAS teriam pagado vantagem indevida à Lula na forma de custeio de reformas no Sítio de Atibaia utilizado por ele e por sua família.

De acordo com os autos, em seis contratos da petrolífera, três firmados com o Grupo Odebrecht e outros três com o OAS, teriam ocorrido acertos de corrupção que também beneficiaram o ex-presidente.

Parte dos valores acertados nos contratos teria sido destinada a agentes da Petrobras e parte a "caixas gerais de propinas" mantidas entre os grupos empresariais e membros do PT. Além disso, outra parte das propinas foi utilizada nas reformas do Sítio de Atibaia.

A denúncia foi recebida pelo juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba e, em fevereiro deste ano, Lula foi considerado culpado pela prática dos delitos de corrupção passiva e lavagem de dinheiro e sentenciado a uma pena de 12 anos e 11 meses de reclusão com pagamento de 212 dias-multa no valor de dois salários mínimos cada dia.

A defesa dele recorreu da decisão ao TRF-4. No julgamento da apelação criminal, a 8ª Turma, de forma unânime, manteve a condenação pelos mesmos crimes apenas aumentando o tempo de pena para 17 anos, 1 mês e 10 dias de reclusão em regime fechado, juntamente com o pagamento de 422 dias-multa.

A decisão do TRF-4, porém, em nada muda duas situações neste momento: Lula segue solto no aguardo dos términos de todos os recursos e continua impedido de disputar eleições, já que foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa quando foi condenado em segunda instância no caso do tríplex de Guarujá (SP).

Lava Jato oferece denúncia contra Lobão por corrupção em mais de R$ 1,5 bilhão
Política

Força-tarefa diz que propina decorre de contratos do Grupo Estre e NM Engenharia com a Transpetro. Marcio Lobão, filho do ex-senador, também foi denunciado

A força-tarefa da Lava Jato ofereceu, nessa terça-feira 29, denúncia contra o ex-senador Edison Lobão; seu filho Marcio Lobão; o ex-presidente do Grupo Estre, Wilson Quintella; o ex-funcionário da Estre Antônio Kanji;os executivos da NM Luiz Fernando Nave Maramaldo, Nelson Cortonesi Maramaldo; e o ex-presidente da Transpetro José Sérgio de Oliveira Machado, além de Carlos Dale Junior, proprietário da Galeria Almeida & Dale.

A acusação diz respeito ao cometimento de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro relacionados à celebração, entre 2008 e 2014, de 44 contratos, que somaram mais de R$ 1,528 bilhão, entre a Transpetro e as empresas Pollydutos, Estre Ambiental, Estaleiro Rio Tietê (todas integrantes do Grupo Estre), com o Consórcio NM Dutos - Osbra, composto pelas empresas NM Engenharia e Construções e Pollydutos Montagem e Construção.

Segundo as investigações, Edison Lobão, na condição de ministro de Minas e Energia, recebeu parte da propina negociada por Sérgio Machado nos contratos firmados pela Transpetro, empresa subsidiária da Petrobras. O valor solicitado e pago, via de regra, era de cerca de 3% na área de serviços e de 1% a 1,5% na parte dos navios, sendo que, em alguns casos, esse percentual poderia ser fixado em até 4%. Os repasses de parte da propina a Edison Lobão ocorreram em decorrência de serem o MDB e o próprio ministro de Minas e Energia responsáveis pela indicação e manutenção de Sérgio Machado no cargo de presidente da Transpetro.

Nesse esquema criminoso, parte da propina negociada foi destinada a Edison Lobão, que designou seu filho, Márcio Lobão, para receber em espécie os valores no Rio de Janeiro. O ex-ministro instruiu Sérgio Machado a tratar diretamente com seu filho a respeito dos detalhes das entregas. Segundo apurado nas investigações, foram efetivamente realizadas diversas reuniões entre Sérgio Machado e Márcio Lobão, conforme registrado tanto em registros de visita a Sérgio Machado na Transpetro quanto em anotações da agenda e registros de reunião de Márcio Lobão na Brasilcap. Restaram ainda comprovadas, por meio de ligações, registros de geoposicionamento e deslocamentos entre Rio e São Paulo, as entregas de propina no escritório advocatício da esposa de Márcio Lobão.

A existência de acertos de propina com Sérgio Machado envolvendo os contratos denunciados foi reconhecida tanto por Sérgio Machado quanto por Wilson Quintella, do Grupo Estre, e executivos da NM Engenharia. Além das propinas documentalmente rastreadas na denúncia, o valor global em subornos é estimado em até R$ 14 milhões.

Para a geração de valores em espécie para o pagamento de propina, o então presidente do Grupo Estre, Wilson Quintella, utilizou-se dos serviços de Mauro de Morais, sócio do escritório Mauro de Morais - Sociedade de Advogados. Foram identificadas 70 transferências bancárias efetuadas por empresas do Grupo Estre em favor da sociedade de advogados, que totalizaram, entre 20/07/2009 a 28/05/2012, R$ 29.324.335,16. Esses pagamentos, lastreados em contratos fictícios e notas fiscais "frias", foram sucedidos por saques em espécie periódicos e fracionados.

Com os recursos em espécie à disposição, o Grupo Estre, por meio de seu funcionário Antonio Kanji, recolheu, periodicamente, os valores junto ao escritório Mauro de Morais, e, na sequência, entregou no endereço do escritório no Rio de Janeiro relacionado à esposa de Márcio Lobão. Além dos relatos de colaboradores, trocas de mensagens de texto, contatos telefônicos e registros de geoposicionamento ao tempo dos fatos comprovaram as entregas de propina.

Após os recebimentos de propina em espécie, Márcio Lobão passou a realizar, por intermédio da aquisição de obras de arte, refinadas operações de lavagem de capitais, com o intuito de ocultar e dissimular a origem, a localização e a propriedade de valores ilícitos obtidos com os crimes praticados em prejuízo da Transpetro.

Com a evolução das investigações, foi possível identificar quatro operações de lavagem de dinheiro, totalizando aproximadamente R$ 1 milhão, relacionadas à propina recebida em razão dos contratos celebrados entre o Grupo Estre e a Transpetro. Tais operações consistiram na aquisição por Márcio Lobão de obras de arte de valor expressivo mediante a realização de pagamentos de valores em espécie “por fora”. Para não registrar o real custo das obras adquiridas com a propina, constaram de notas fiscais e recibos, assim como declarado perante a Receita Federal, valores manifestamente menores, repassando-se a diferença na forma de valores em espécie. Em alguns casos foi possível verificar que, para tentar conferir maior aparência de licitude à operação de lavagem de capitais, Márcio Lobão realizou transferências eletrônicas de sua conta para o vendedor da obra de arte no valor formalmente declarado da venda (manifestamente inferior ao valor efetivo da transação), ocultando a substancial diferença que foi por ele entregue em espécie ao vendedor.

Segundo identificado a partir de avaliação feita pela Polícia Federal e por documento apreendido na Galeria Almeida e Dale, a diferença entre o valor declarado e o valor real de cada obra chegou a atingir o patamar de 1.008%. Documento apreendido na sede da Almeida e Dale Galeria de Arte, em que constam dados sobre autor e dimensão das obras, e mês e valor de suas comercializações, indica ainda que várias transações ocorreram de modo subfaturado ou sem emissão de nota fiscal.

Conforme destacou o procurador da República Roberson Pozzobon, integrante da força-tarefa do Ministério Público Federal, “a lavagem por meio de obras de artes é difícil de ser identificada por duas razões. Primeiro, por sua iliquidez e dificuldade de avaliação. Segundo, porque infelizmente muitas galerias ainda não efetuam a comunicação de operações suspeitas. Neste caso, aliás, a galeria, além de não comunicar, contribuiu para a lavagem, subfaturando suas operações comerciais. A planilha de operações subfaturadas pode ocultar ainda lavagens vinculadas a diversas outras pessoas”.

STF decide que delatados têm direito a apresentar alegações finais depois de delatores
Política

Decisão é contrária à Lava Jato, e pode abrir precedente para anular sentenças e beneficiar condenados

Por maioria de votos, o plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu, nesta quarta-feira 2, que em ações penais com réus colaboradores e não colaboradores, é direito dos delatados apresentarem as alegações finais depois dos réus que firmaram acordo de colaboração.

Prevaleceu o entendimento de que, como os interesses são conflitantes, a concessão de prazos sucessivos, a fim de possibilitar que o delatado se manifeste por último, assegura o direito fundamental da ampla defesa e do contraditório. A decisão é contrária à Lava Jato, e pode abrir precedente para anular sentenças e beneficiar condenados — como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no processo do sítio de Atibaia (SP).

Os ministros, no entanto, não terminaram o julgamento. Como a decisão tem repercussão em diversos processos concluídos ou em tramitação, eles decidiram que, para garantir a segurança jurídica, deve ser fixada tese para orientar as outras instâncias judiciais.

Na sessão desta quinta-feira 3, se todos os ministros estiverem presente, será discutida uma proposta de tese formulada pelo presidente do STF, ministro Dias Toffoli.

O tema foi debatido no habeas corpus impetrado pelo ex-gerente de Empreendimentos da Petrobras, Márcio de Almeida Ferreira, condenado no âmbito da Operação Lava Jato. Ele alega que, mesmo tendo sido delatado, teve de apresentar suas alegações finais de forma concomitante com os réus que haviam firmado acordo de colaboração premiada. Com a decisão, foi anulada sua condenação e determinado que o processo retorne à fase de alegações finais para que o acusado possa se manifestar.

Votos

O julgamento foi concluído hoje com os votos dos ministros Marco Aurélio e Dias Toffoli. Em voto pelo indeferimento do pedido, o ministro Marco Aurélio, afirmou que a apresentação de alegações finais com prazo diferenciado para delator e delatado contraria as normas penais, que estabelecem prazo comum para todos os réus. Ele considera que o colaborador não pode figurar nos dois campos do processo penal, pois é vedada sua atuação como assistente da acusação.

Em seu voto, Toffoli ressaltou que, para se beneficiar do acordo de delação, o colaborador é obrigado a falar contra o delatado e se torna, na prática, uma testemunha de acusação. Para o presidente, o exercício do contraditório só será exercido plenamente se o delatado se manifestar por último. Caso contrário, não terá a possibilidade de contradizer todas as acusações que possam levar à sua condenação. No caso de ações penais já concluídas, o ministro considera ser necessária a comprovação de que houve prejuízo para a defesa para que o processo retorne à fase de alegações finais.

Desembargador manda soltar filho de Lobão preso na Lava Jato
Política

MPF aponta que Márcio Lobão teria recebido ao menos R$ 50 milhões dos grupos Estre e Odebrecht

O desembargador João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato no TRF (Tribunal Federal Regional) da 4ª Região, mandou soltar o empresário Marcio Lobão, filho do ex-senador e ex-ministro Edison Lobão (MDB-MA), preso na última terça 10, na 65ª fase da Lava Jato.

Na decisão, proferida na noite dessa sexta-feira 13, ele converteu a prisão em medidas cautelares, como a proibição de deixar o Brasil e de ter contato com outros investigados. Também determinou o pagamento de fiança de R$ 5 milhões.

Segundo o MPF (Ministério Público Federal), Márcio Lobão e seu pai foram beneficiados com propinas relacionadas à Transpetro, subsidiária da Petrobras, e à usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.

Os procuradores acusam Márcio e Edison Lobão de solicitarem e receberem vantagens indevidas das empresas Estre e Odebrecht na ordem de R$ 50 milhões.

O esquema de corrupção e lavagem de dinheiro, ainda conforme o MPF, teria ocorrido de 2008 a 2014, com indícios de que Márcio Lobão permanecia praticando o ato em 2019.

Lava Jato: PF faz busca e apreensão contra Lobão e prende seu filho
Política

Ex-ministro e Márcio Lobão já são réus por corrupção passiva e lavagem de dinheiro

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira 10, a 65ª Fase da Lava Jato, denominada Galeria, em cooperação com o Ministério Público Federal e com a Receita Federal. Entre os alvos está o ex-senador e ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão, que teve endereços ligados a ele alvo de mandados de busca e apreensão; e seu filho, Márcio Lobão, que foi preso no Rio.

De acordo com as investigações, entre 2008 e 2014, Lobão e seu filho solicitaram e receberam propinas dos Grupos Estre e Odebrecht da ordem de R$ 50 milhões. O mandado de prisão preventiva foi expedido contra Márcio Lobão porque, conforme o MPF, há indícios de que ele permanecia praticando o ato em 2019.

Em julho, Edison Lobão, Márcio Lobão e Marta Lobão, nora do ex-ministro, viraram réus na Lava Jato de Curitiba por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O trio é acusado acusado de envolvimento em esquema de corrupção na construção da Usina de Belo Monte.

Segundo a denúncia da força-tarefa do Paraná, foram praticados crimes de corrupção e pagamentos ilícitos que chegam a R$ 2, 8 milhões, entre 2011 e 2014, por meio do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, mais conhecido como departamento de propina.

Nas planilhas de propina da empreiteira, ainda de acordo com a Lava Jato, Lobão era conhecido como “esquálido”.

O nome da operação, Galeria, remete às transações com obras de arte que teriam sido utilizadas como forma de dar aparência lícita aos valores provenientes de vantagens indevidas, diz a PF.

Lava Jato denuncia Lula e irmão sob acusação de corrupção
Política

Frei Chico é acusado de receber R$ 1,1 milhão em mesadas para que a Odebrecht obtivesse benefícios junto ao governo petista

A força-tarefa da Lava Jato em São Paulo denunciou, nesta segunda-feira 9, o ex-presidente Lula e um dos irmãos dele, o sindicalista José Ferreira da Silva, o Frei Chico, sob acusação de corrupção passiva continuada.

Segundo a denúncia, Frei Chico recebeu R$ 1,1 milhão em mesadas para que a Odebrecht obtivesse benefícios junto ao governo petista.

Os repasses, diz a Lava Jato, teriam ocorrido de 2013 a 2015, entre R$ 3 mil a R$ 5 mil, sempre em espécie, ao longo do período.

Também são denunciados Alexandrino Alencar, delator e ex-executivo considerado elo da Odebrecht com Lula; Emílio Odebrecht, patriarca do grupo; e Marcelo Odebrecht, ex-presidente do conglomerado empresarial.

Além de depoimentos dos delatores, a denúncia cita, ainda, informações do sistema Drousys, usado pela empreiteira para organizar pagamentos de propina, no qual o codinome atribuído a Frei Chico é “Metralha”.

Ninguém solta a mão de ninguém – Um pacto das elites contra o Brasil
Artigo

Abdon Marinho*

NADA nos dias atuais tem sido mais desafiador do que identificarmos a verdade. Parece-me que cada um diz ou “vende” aquilo que lhe é conveniente à sua própria “guerra”. Ninguém mais parece preocupar-se com o que seja verdade ou o que seja apenas peça de propaganda eleitoral, partidária, ideológica ou de conveniência pessoal.

Em meio a toda essa nebulosa cortina de fumaça – e devo pedir desculpas pelo irresistível trocadilho infame –, uma coisa parece-me bastante clara e para ela pedimos muita atenção aos homens e mulheres lúcidos que restaram: um pacto das elites contra o Brasil.

Durante séculos, desde o início da nossa história como nação sempre tivemos uma certeza: a desigualdade.

Os “grandes”, felizes habitantes do “andar de cima”, além de usarem todos os recursos da nação em benefício próprio, jamais, em hipótese alguma, seriam alcançados pelo braço da lei.

Igualmente, durante os séculos, a luta da humanidade tem sido essa busca pela igualdade.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, inserta tal ideal logo no seu artigo primeiro: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade”.

Firme em tal propósito, quarenta anos depois, a Constituição Federal, de 1988, consagrou o mesmo princípio logo no seu artigo quinto: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:”.

Apesar de garantias tão fortes, sabíamos que a igualdade propalada, sempre esteve distante de ser uma realidade. Exceto para poucas democracia solidificadas, o Brasil seguia a onda do restante do mundo, onde, apesar da igualdade formal, sempre soubemos que uns “eram mais iguais do que outros”.

Apenas a partir de 2005, com o surgimento do escândalo do “mensalão” e, posteriormente, com o processamento, julgamento e condenação dos implicados – que depois foram levados a cumprir suas penas –, passamos a sentir uma certa mudança: a igualdade começou a se fazer presente e o braço da lei já era longo o suficiente para alcançar “os felizes habitantes do andar de cima”.

O sentimento de que a mudança de paradigma era mesmo para valer ganhou impulso com a deflagração da Operação Lava Jato, com suas dezenas de desdobramentos, operações, prisões, buscas e apreensões, recuperação de bilhões de dólares roubados, julgamentos e condenações a duras penas dos implicados, diversas autoridades, políticos, como ex-deputados, ex-governadores, empresários das maiores empresas do Brasil e, até mesmo, um ex-presidente da República, coincidentemente, o mais popular da história recente do país.

Aqui, ressalte-se, não se trata de júbilo pelo infortúnio pessoal de quem quer que seja, mas, apenas o registro da mudança ocorrida no país. Quem há poucas décadas iria imaginar um grande empresário, um político de primeira grandeza como hóspede do Estado?

Longe de querelas e sentimentos de cunho ideológico, o que se louva, portanto, é o regular funcionamento das instituições, para quem todos os cidadãos devem receber igual tratamento perante a lei.

Mas, como diz o ditado popular “alegria de pobre dura pouco”, de uns tempos para cá temos testemunhado diversas iniciativas e situações visando levar o país ao retrocesso institucional, aos tempos de “casa grande e senzala”, com os habitantes do “andar de cima”, mais uma vez, inimputáveis e inalcançáveis pelo braço lei.

E vão além, querem punir os ousarem desafiar tal “status quo”.
Trata-se do novo “pacto das elites”, escrito ou não, formalmente combinado ou não, mas que todos parecem saber o seu papel e o desempenha com abnegação.

Nas altas cúpulas da República “ninguém solta a mão de ninguém”, num vergonhoso esquema de proteção mútua a desafiar a conquista da igualdade entre os cidadãos.

A bandalha tem início com a participação do Supremo Tribunal Federal - STF, que, por imposição legal/constitucional é o guardião da Constituição, conforme estabelece o artigo 102: “Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:”.

Apesar da relevância do cargo – e do papel que desempenham –, os ministros da mais elevada corte do país são os primeiros a não se “darem o respeito” e agirem de forma indecorosa, pois sabem que estão acima da lei.
Como reles marginais, são capazes dos maiores absurdos.

Não faz muito tempo uma publicação trouxe ao conhecimento da patuleia que a Usina de Itaipu bancava (ou continua bancando) viagens dos ministros e de suas famílias pelos “quatro cantos do mundo”. Não se ouviu uma explicação, um esclarecimento.E, talvez seja o de menos.

Os últimos tempos tem sido prodigiosos na revelação dos malfeitos das excelências.

Para fugir às críticas, imaginem, a mais elevada Corte do país abriu um inquérito sigiloso sob o argumento que iria apurar fakes news assacadas contras as excelências. Antes já tinham determinado a censura prévia à revista eletrônica Crusoe e ao site O Antagonista.

Mas quem precisa se valer de fake news quando a realidade, à vista de todos, é ainda mais assustadora?

Quem não sabe que tem ministro que atua mais como empresário do que como juiz da corte?

Quem ignora que os escritórios das suas famílias, mesmo das esposas, remuneram algumas excelências? Isso não é fake news.

Mas os ministros se julgam acima da lei e por isso mesmo determinam a suspensão de investigações que possam chegar a eles, como bem recentemente fizeram com “finado” COAF e com a Receita Federal, impondo a esta última a suspensão administrativa dos seus fiscais.

O que faziam os fiscais? Fiscalizavam movimentação suspeitas de uma centena de CPF’s.

Qual a razão das contas dos ministros do Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça ou de qualquer outro tribunal do país não poderem ser devassadas? O que teriam a esconder da população que paga as suas contas.

Na verdade o Poder Judiciário deveria agir como a Mulher de César, além de ser honesto, deveria parecer honesto e dar exemplo.

Seus integrantes deveriam ser os primeiros a não recearem quaisquer devassas em suas contas.

Aliás, deveria ser de lei a proibição a qualquer sigilo quanto aos seus rendimentos pois deveriam viver só com aquilo que recebem dos cofres públicos legalmente, o que seria mais que o suficiente posto que ganham o teto do funcionalismo.

Se querem ser ricos abandonem as togas e virem empresários de fato é de direito.

Mas como dito no início deste texto, as excelências, todas elas, precisam se “defenderem”, ninguém larga a mão de ninguém. Faz parte do roteiro.

O princípio da igualdade perante a lei passou foi longe das autoridades brasileiras que não se constrangem com quaisquer absurdo que venha acontecer e estão dispostos a ir às últimas consequências para que o império da impunidade volte a reinar.

Agora mesmo têm como objetivo encontrar uma solução para o prisioneiro número um país, o ex-presidente Lula.

O Lula espirra e lá está um ministro pronto a julgar qualquer reclame.

Outro dia, para o espanto da nação, assistimos ao Supremo Tribunal Federal, a mais elevada Corte do país funcionando como juízo de execução penal.

Segundo alguns cálculos o ex-presidente já intentou cerca de duas centenas de recursos para sair da cadeia, anular seus processos e ficar impune, até agora nenhum surtiu o efeito necessário. E não foi por falta de interesse dos seus julgadores da Praça dos Três Poderes. É mesmo por falta de sustentação jurídica.

Se dependesse da vontade de certos ministros faz tempo que o ex-presidente estaria em casa contando lorotas aos incautos.

Vimos do que são capazes. Em questão de horas um decisão de juiz de primeira instância foi desfeita pelo órgão máximo da justiça do país, com direito a interrupção da sessão onde dezenas de outros feitos estavam sendo julgados para receber os partidários do ex-presidente.

O agachamento dos ministros ao senhor Lula já levou alguns articulistas a apelidarem o STF (Supremo Tribunal Federal) de STL (Supremo Tribunal do Lula).

É o que acontece quando se dá o respeito.

Mas, como dito, o que acontece no Supremo não é um fato isolado. Tudo faz parte do “pacto das elites” em curso.

Não devemos estranhar se muito em breve o Supremo julgar procedente uma ação proposta pelo Partido Comunista do Brasil - PCdoB, que visa proibir a prisão antes do trânsito em julgado. Aquele “saidão” que o ministro Marco Aurélio Melo tentou no final do ano passado, no último dia de expediente e que não vingou.

O PCdoB pretende a soltura de cerca de 180 mil deliquentes de todos os naipes para soltar junto com eles o ex-presidente Lula.

O Congresso Nacional nos brindou com a Lei do Abuso de Autoridades.
Claro que nenhuma pessoa de bom senso é contrário à uma lei que combata o abuso de autoridade. Como cansados de saber – e como demonstrado acima –, uma lei que vise coibir abusos é mais que necessária.
Quem não quer que todos os cidadãos, operadores do direitos sejam tratados com respeito e urbanidade?

Uma lei que combata abusos é boa para todos, inclusive para os bons juizes, os bons promotores, os bons delegados, os bons policiais, os bons cidadãos.

Acontece que a lei recém-aprovada, em que pese tenha alguns pontos voltados a isso, na verdade o que ela pretende é aniquilar os instrumentos de investigações sobre os poderosos, sobre os velhos “habitantes do anda de cima”, como sempre foi. Uma maçã envenenada.

A grande parte do Congresso Nacional está preocupada com o abuso ou a igualdade entre os cidadãos, eles já se sentem superiores a isso. O propósito de tais iniciativas é a “auto-preservação”, estão legislando, verdadeiramente, em causa própria.

Nesta mesma linha foi a iniciativa que vetou a incorporação do COAF no Ministério da Justiça e “desidrata” sempre que tem a oportunidade o “Pacote Anticrime” proposto pelo ministro Sérgio Moro.

Se demonstrado que seguimentos dos poderes judiciário legislativos estão comprometidos com o “pacto das elites”, existe a clara constatação que o Poder Executivo também a ele se encontra comprometido.

Os três poderes estão de mãos dadas na conquista da impunidade.

As provas materiais do que digo estão aí para qualquer um ver. O discurso do presidente deu um giro de 180 graus, indo do “dei carta branca ao ministro Sérgio Moro” a “quem manda sou eu”. Pior que o discurso são as várias desautorizações ao ministro, as intervenções na Receita Federal, na Polícia Federal e tantos outros órgãos, sem contar que nunca moveu uma “palha” para que pacote anticrime do ministro fosse aprovado, pelo contrário, muitos dos seus partidários fazem é trabalhar contra.

A aposta é que ainda não demitiu o ministro, que largou uma carreira sólida na magistratura para atender ao seu chamado de combater a corrupção com uma rede e não com uma vara de pesca, por covardia. As humilhações que impõe ao ministro é um recado para que ele saia por livre e espontânea vontade.

Resta saber quanto tempo Moro vai resistir.

O presidente age, infelizmente, como aquele menino pobre que sempre foi maltratado e agora foi admitido no time dos dos “bem-nascidos”, no clube dos ricos, na fraternidade da elite.

Assisto a tudo isso com aquela velha sensação de que a a vida copia a arte.
O que assistimos é a realidade de O Império Contra Ataca, com a liquidação de quase todas as forças da Resistência.

No Brasil de hoje, a “Resistência” às forças do “Império” está cada vez menor. Os homens de bem resistiremos?

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Abdon Marinho*
Advogado.

Eike Batista é preso em nova fase da Lava Jato
Cotidiano

Prisão foi determinada pelo juiz Marcelo Bretas após pedido do Ministério Público Federal

O empresário Eike Batista foi preso em mais uma fase da operação Lava Jato, deflagrada na manhã desta quinta-feira 8, denominada Segredo de Midas.

A prisão, temporária, foi determinada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª vara Criminal do Rio, após pedido do MPF (Ministério Público Federal), e tem relação com o depoimento em delação premiada do banqueiro Eduardo Plass.

Segundo a PF, a operação tem como objeto ‘a busca de provas relativas à manipulação do mercado de capitais e à lavagem de dinheiro’.

Também estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão nas casas dos filhos mais velhos de Eike, Thor e Olin.

Réu na Lava Jato, Lobão tem R$ 1,9 milhão bloqueado pelo Banco Central
Política

Emedebista é acusado de receber R$ 2,8 milhões de propinas da Odebrecht

O ex-senador Edison Lobão (MDB-MA) teve bloqueado de suas contas bancárias R$ 1,9 milhão pelo Banco Central. Réu na Lava Jato, ele é acusado de receber R$ 2,8 milhões de propinas da Odebrecht, envolvendo o contrato de construção da Usina de Belo Monte, no Pará.

O confisco cumpre decisão da juíza federal Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal do Paraná – onde o hoje ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) atuava –, no âmbito de ação penal em que também são réus o filho e a nora de Lobão, respectivamente, Márcio e Marta Lobão.

Segundo o MPF (Ministério Público Federal), autora da denúncia contra o ex-senador, à época dos supostos pagamentos, ele era ministro de Minas Energia, e, por isso, solicitou a propina de Belo Monte.

Nos sistemas de contabilidade paralela da Odebrecht, segundo as investigações da força-tarefa da Lava Jato, Edison Lobão era identificado como ‘Esquálido’.

Quando Lobão se tornou réu por corrupção e lavagem de dinheiro, o advogado do ex-senador, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou que a denúncia da Lava Jato era “mais uma, dentre tantas, que se lastreia unicamente nas palavras dos delatores”.

Lava Jato devolve mais R$ 420 milhões para a Petrobras
Cotidiano

Com repasse, total já transferido à estatal ao longo de cinco anos de operação atinge a quantia de R$ 3 bilhões

O MPF (Ministério Público Federal), por meio da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba (PR), nessa quinta-feira 24, realizou a devolução de exatos R$ 424.952.537,74 aos cofres da Petrobras, referentes a acordos de leniência com pessoas jurídicas no âmbito da operação, além da repatriação de valores decorrentes de renúncias voluntárias de três réus já condenados. Os valores já foram depositados diretamente para a estatal.

Do total devolvido ontem, R$ 313.079.412, 83 fazem parte de uma parcela do acordo de leniência do Grupo Technip; R$ 44.821.429,39 referem-se ao acordo de leniência da Camargo Corrêa e R$ 67.051.695,52 são provenientes das renúncias voluntárias.

Com mais esta devolução, o total de valores efetivamente devolvidos para a Petrobras no âmbito da Lava Jato atinge a quantia de R$ 3.023.990.764,92.

Além dos mais de R$ 3 bilhões oriundos da atuação da Lava Jato, a Petrobras também já recebeu outros R$ 985.519.786,48, que são valores decorrentes de acordos de colaboração e de leniência celebrados em investigações desenvolvidas em outras unidades do MPF. Com isso, chega a R$ 4.009.510.551,40 o valor já recebido pela estatal ao longo dos últimos anos em razão da atuação do MPF.