Fundação Sousândrade
SES homologa chamamento público R$ 1,9 milhão mais caro; Fundação pede suspensão no TCE
Cotidiano

Sousândrade foi classificada em primeiro lugar apesar de propor valor acima do apresentado pela segunda colocada

A Fundação Josué Montello encaminhou ao Tribunal de Contas do Maranhão denuncia solicitando a suspensão de um chamamento público homologado pela Secretaria de Estado da Saúde, no ano passado, em que a Fundação Sousândrade foi classificada em primeiro lugar apesar de haver proposto um valor R$ 1,9 milhão mais caro do que o apresentado pela segunda colocada, a denunciante. O termo de colaboração tem como objeto a seleção de organização da sociedade civil para celebrar parceria para execução de atividades contínuas de aprimoramento da atenção primária em saúde no Maranhão.

No documento, a Fundação Josué Montello aponta ato lesivo ao erário público praticado pelo titular da SES, Carlos Lula, e outras sete pessoas, incluindo membros da CLS (Comissão Setorial Permanente de Licitação). Segundo a denunciante, enquanto o valor apresentado por ela foi R$ 25,8 milhões, a Sousândrade apresentou o valor de R$ 27,7 milhões.

Dentre outros apontamentos como atos ilegais, a Fundação Josué Montello diz também as propostas não foram pontuadas considerando a média aritmética das notas lançadas por cada um dos membros da comissão de seleção, em relação a cada um dos critérios de julgamento definidos no edital, mas levando em conta relatório assinado por uma servidora da SES que sequer faz parte da comissão designada para atuar no chamamento público; e que somente cinco dos sete membros participaram do processo.

“Registre-se, que todos os atos foram convalidados pelo Secretário Estadual de Saúde, conforme se verifica nos documentos em anexo. É indubitável que, o ato do Secretário Estadual de Saúde tem capacidade de gerar grave lesão ao erário; viola o direito das organizações participantes da seleção; afronta os princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência; subverte os princípios da isonomia, da igualdade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório e do julgamento objetivo preconizados no inciso XII, art. 2º, da Lei nº 13.019/2014; impõe risco à ordem pública e é pautado sob a égide do abuso de poder”, diz a denúncia.

No mural de contratações públicas do TCE do Maranhão, até esta segunda-feira 23, o chamamento público encontra-se adjudicado e homologado, mas com pendência de envio de documentação. O relator do caso é o conselheiro João Jorge Jinkings Pavão, ex-presidente da corte.

Concurso para professor: Flávio Dino deve ser acionado por improbidade administrativa
Política

Governador pode ser condenado a perda da função pública. Como o certame já foi homologado, MP-MA deve pedir ainda a suspensão das nomeações dos candidatos aprovados

O governador Flávio Dino (PCdoB) deve ser acionado pelo Ministério Público do Maranhão por improbidade administrativa. Contrariando recomendação do órgão, para que reaplique, em até 30 dias, as provas do concurso público para os cargos de professor, o chefe do Executivo estadual antecipou-se ao prazo final de manifestação e homologou o certame, nessa terça-feira 23.

Embora o comunista não tivesse a obrigação de atender a recomendação, já que este tipo de mecanismo extrajudicial não tem caráter vinculante, mas didático, segundo o MP-MA, foram identificadas pelo menos 25 questões com fortes indícios de plágio nas provas elaboradas pela Fundação Sousândrade, comprometendo a lisura do concurso.

Como base neste princípio, no que prescreve o artigo 127 e o artigo 129, III, da Constituição Federal, e na Lei n.º 8.625/1993, a chamada Lei Orgânica Nacional do Ministério Público, cabe agora aos promotores Paulo Silvestre Avelar Silva, da 4ª Promotoria de Justiça Especializada na Defesa da Educação de São Luís, e João Leonardo Sousa Pires Leal, da 29ª Promotoria de Justiça Especializada na Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa, autores da recomendação, entrarem com uma Ação Civil Pública contra o governador do Maranhão por ato de improbidade administrativa, em razão da "falta de observância dos princípios constitucionais que devem nortear a ação da administração pública".

Como foi dado o prazo de 48 horas para o governo se manifestar, providenciar a imediata e adequada divulgação da recomendação, e apresentar contestação, a ação só poderá ser movida pelo MP-MA após a tarde dessa quarta-feira 24.

Denunciados

O pedido de condenação de Flávio Dino deve ser encaminhado para o Tribunal de Justiça do Maranhão, por questão de foro privilegiado do governador. Se condenado, o comunista poderá ainda recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). A ação deve atingir ainda a Fundação Sousândrade, por ser autora do plágio, e os secretários Marcelo Tavares (chefe da Casa Civil), Rodrigo Lago (Transparência e Controle) e Lilian Régia Gonçalves Guimarães (Gestão e Previdência).

Pela Lei de Improbidade Administrativa, Flávio Dino pode ser condenado a perda da função pública e, para todos os denunciados, poderá ocorrer a suspensão dos direitos políticos por até cinco anos, a proibição de contratar com o poder público, o pagamento de multa equivalente a cem vezes a remuneração dos réus e o ressarcimento aos cofres referente ao valor pago pelo Governo do Maranhão para a realização do concurso.

Suspensão das nomeações

Como o governador Flávio Dino já homologou o concurso, outro pedido que deve ser feito pelo MP-MA é para que o Judiciário determine imediatamente a suspensão das nomeações de candidatos aprovados.

MP-MA recomenda reaplicação de provas do concurso para professor do MA
Maranhão

Órgão afirma que as irregularidades comprometeram a lisura do concurso

Em reunião realizada na tarde dessa segunda-feira 22, na sede das Promotorias de Justiça da Capital, o Ministério Público do Maranhão entregou uma Recomendação ao Governo do Maranhão para que sejam reaplicadas, em até 30 dias, as provas do concurso público para os cargos de professores de diversas áreas, realizado em 2015.

O MP-MA, identificou 25 questões com fortes indícios de plágio nas provas elaboradas pela Fundação Sousândrade de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Federal do Maranhão (FSADU).

A reunião desta segunda foi a terceira realizada pelo MP-MA com a presença de representantes do Executivo Estadual e da Fundação Sousândrade. No encontro, o procurador-geral do Estado, Rodrigo Maia Rocha, apresentou o posicionamento oficial do governo de que não haveria motivação jurídica para a anulação das provas ou mesmo das questões denunciadas. O posicionamento foi ratificado pelos secretários Marcelo Tavares (chefe da Casa Civil), Rodrigo Lago (Transparência e Controle) e Lilian Régia Gonçalves Guimarães (Gestão e Previdência), também presentes.

O secretário Rodrigo Lago também afirmou que o Estado ainda não realizou uma análise técnica sobre as questões e que, se confirmado plágio, poderá acionar a Fundação Sousândrade. O secretário considerou que a reaplicação das provas traria prejuízos ao calendário escolar e aos próprios candidatos.

Os secretários se comprometeram a levar o documento ao conhecimento do governador Flávio Dino (PCdoB). A Recomendação prevê prazo de 48 horas para que o Estado do Maranhão se manifeste sobre o seu cumprimento.

Recomendação

Na Recomendação, assinada pelos promotores de justiça Paulo Silvestre Avelar Silva (4ª Promotoria de Justiça Especializada na Defesa da Educação de São Luís) e João Leonardo Sousa Pires Leal (29ª Promotoria de Justiça Especializada na Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa), o Ministério Público afirma que as irregularidades comprometeram a lisura do concurso, em razão da "falta de observância dos princípios constitucionais que devem nortear a ação da administração pública".

Para os promotores, "o expressivo número de questões reproduzidas coloca em patamares diferentes candidatos que tiveram acesso às referidas questões e aqueles que não utilizam do meio eletrônico em seus estudos, realidade ainda de alguns residentes de municípios do nosso estado, cujo acesso à rede mundial de informações ainda é precário".

Ao final da reunião, o promotor Paulo Avelar afirmou entender a diferença de posicionamentos jurídicos, ressaltando que o Ministério Público tem total interesse no sucesso do concurso, que é resultado de um acordo firmado entre as duas instituições. Ele pediu, no entanto, que os representantes do Poder Executivo fossem além da fundamentação jurídica e "analisassem a questão pelo aspecto da moralidade".

“Edital do concurso não previa questões inéditas”, diz Rodrigo Lago sobre plágios
Política

Declaração foi repercutida pelo governador Flávio Dino. Secretário de Transparência disse ainda que a comprovação do plágio não é motivo para anulação do certame

O secretário de Transparência e Controle do Maranhão, Rodrigo Lago, desdenhou, nesta sexta-feira 12, da denúncia de que houve plágio em dezenas de questões do concurso público para professor da rede estadual de ensino, realizado em dezembro do ano passado pela Fundação Sousândrade de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Federal do Maranhão (FSADU).

Por meio do Twitter, Lago informou que esteve mais cedo no Ministério Público estadual para tratar do certame, alvo de investigação por parte do órgão justamente pelas questões de plágio, já identificados pelo próprio MP-MA em total de 25, após levantamento minucioso. Além do secretário de Transparência, também estiveram presentes o secretário da chefe da Casa Civil, Marcelo Tavares; o procurador-geral do Estado, Rodrigo Maia Rocha; a secretária de Estado de Gestão e Previdência, Lilian Régia Gonçalves Guimarães; e membros da Sousândrade.

– Junto com os secretários da Casa Civil, SEGEP, PGE e fundação organizadora, estivemos no MP para tratar do concurso para professor do MA. Vários pontos que foram "denunciados" ao MP/MA sobre o concurso para professores do MA foram corretamente afastados pelos promotores. Agora, somente em análise pelo MP/MA a alegada similitude de questões do concurso para professor do MA com questões de outros concursos. Mas o edital do concurso não previa questões inéditas, não houve prejuízo à isonomia, nem há nulidade ou qualquer mácula ao resultado – disse.

De acordo com o secretário, ainda que fique comprovado que a Fundação Sousândrade tenha realmente plagiado as questões, isso não seria motivo para a anulação do concurso. Rodrigo Lago disse ainda que o certame, que teve mais de 80 mil inscritos para as 1.500 vagas, foi realizado com total lisura e impessoalidade.

– Ou seja, mesmo que houvesse alguma questão similar a aplicada em outro concurso, isso não seria motivo de nulidade da questão. O concurso para professor do Governo do Maranhão tem mais de 80 mil candidatos, realizado com a lisura e impessoalidade próprias da meritocracia – declarou.

As publicações foram repercutidas pelo secretário de Comunicação e Assuntos Políticos, Márcio Jerry Barroso, e, logo em seguida, prontamente pelo governador Flávio Dino (PCdoB), que até então não havia esboçado qualquer manifestação sobre a polêmica.

Abaixo, a sequência dos tweets de Rodrigo Lago:

MP identifica 25 questões plagiadas em concurso do Estado para professor
Política

Órgão não informou quais, mas afirmou que tomará as medidas cabíveis. Diversas outras irregularidades também foram detectadas

Levantamento minucioso do Ministério Público do Maranhão, realizado pela equipe de pedagogas e assessoria jurídica das Promotorias de Justiça de Defesa da Educação de São Luís, identificou pelo menos 25 questões com indícios de plágio no concurso público para professores da rede estadual de ensino, de aplicado pela Fundação Sousândrade de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Federal do Maranhão (FSADU), em dezembro do ano passado.

A informação foi divulgada nesta sexta-feira 5, pelo próprio MP-MA, em relato sobre reunião ocorrida da tarde de ontem na sede das Promotorias de Justiça da Capital, envolvendo os promotores de justiça que compõem o Centro de Apoio Operacional da Educação (CAOp Educação) e representantes de diversas pastas do Governo do Estado, onde foram apresentadas aos membros do Executivo as denúncias contra o certamente, em especial sobre os casos de plágio.

Ainda segundo o levantamento feito pelo órgão, na parte comum a todos os cargos, foram consideradas sob suspeita 8 das 30 questões, o que representa aproximadamente 26% da prova aplicada a todos os candidatos. Também foram identificados problemas nas provas de conhecimentos específicos nas áreas de Arte, Língua Inglesa, Física e Geografia. No caso da prova de Física, por exemplo, oito das quarenta questões (20%) têm indícios de plágio.

Todo o levantamento realizado foi entregue aos representantes do Estado e da Fundação Sousândrade, realizadora do concurso, para análise. O prazo para que seja apresentado um posicionamento ao Ministério Público encerra-se no dia 15 de fevereiro.

De acordo com o promotor Paulo Silvestre Avelar Silva, a existência de questões copiadas de outras provas fere os princípios da igualdade de condições entre os candidatos e da moralidade. A partir da resposta apresentada pelo Executivo Estadual e Fundação Sousândrade, o Ministério Público tomará as medidas cabíveis.

O chefe da Casa Civil, Marcelo Tavares, e o secretário de Transparência, Rodrigo Lago, pouco antes de receberem documento com identificação de 25 questões plagiadas no concurso da Sousândrade
Divulgação Desconforto O chefe da Casa Civil, Marcelo Tavares, e o secretário de Transparência, Rodrigo Lago, pouco antes de receberem documento com identificação de 25 questões plagiadas no concurso da Sousândrade

Também participaram da reunião os promotores de justiça Sandra Soares de Pontes, Érica Ellen Beckman da Silva (CAOP/Educação) e João Leonardo Pires Leal (Defesa da Probidade Administrativa). Representando o Estado, estiveram presentes o chefe da Casa Civil, Marcelo Tavares; o secretário estadual de Transparência e Controle, Rodrigo Lago; o procurador-geral do estado, Rodrigo Maia Rocha, acompanhado pela também procuradora Lorena Duailibe Carvalho; e a secretária de Estado de Gestão e Previdência, Lilian Régia Gonçalves Guimarães e Ima Fátima de Jesus, Secretária Adjunta de Ensino da Seduc.

Ainda da Secretaria de Estado de Gestão e Previdência (Segep), participaram Christiane Morais Ribeiro de Melo e Jorge Luís de C. Nina. Da Secretaria de Estado da Educação, estiveram presentes Ilma Fátima de Jesus (secretária adjunta de Ensino), Rosiléia da Silva Saraiva (superintendente de Recursos Humanos) e Orlanda de Barros Pessoa Helal (supervisora de Gestão de Pessoal Docente). Participaram ainda, representando a Fundação Sousândrade, a coordenadora Evangelina Noronha, Emílio César Ramos e Fernando Ribeiro.

Outras denúncias

Além da possibilidade de plágio de questões, o Ministério Público do Maranhão recebeu diversas outras denúncias relativas ao concurso público. Entre elas estão a violação de malotes de provas, ausência de cotas para pessoas que se autodeclaram negros, parentesco entre candidatos e membros da comissão de concurso, cobrança de conteúdos não especificados no edital, falta de energia em local de provas e ausência de prova prática para os cargos relacionados ao ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Para todas as denúncias recebidas foram abertos procedimentos internos para verificação, sendo que vários deles continuam em fase de investigação por parte das Promotorias de Justiça da Educação.

"O objetivo do Ministério Público e assegurar a transparência do concurso e evitar que qualquer irregularidade possa macular a seleção dos candidatos, garantindo a igualdade de condições a todos", ressaltou Paulo Avelar.

O promotor lembrou, ainda, que a realização do concurso é resultado de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre o MP-MA e o Estado do Maranhão.

Wellington aciona MP por erros em concurso para professor no MA
Política

Realizadora do certame, Fundação Sousândrade é acusada por candidatos de plagiar questões e divulgar gabarito com erro

O vice-presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Maranhão, deputado Wellington do Curso (PPS), protocolou ofício no Ministério Público estadual, na tarde desta quarta-feira 20, solicitando informações quanto às medidas adotadas pela Promotoria ante as inúmeras denúncias de irregularidades apontadas no concurso público para professor da rede estadual de educação, realizado pela Fundação Sousândrade de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Federal do Maranhão (FSADU).

Ofício protocolado pelo deputado Wellington do Curso junto ao Ministério Público do Maranhão
Divulgação Voz Ofício protocolado pelo deputado Wellington do Curso junto ao Ministério Público do Maranhão

Ao protocolar o ofício, o parlamentar ressaltou as inúmeras reclamações e denúncias recebidas de candidatos. Dentre elas, destacam-se os casos de questões plagiadas que prejudicaram alguns candidatos; casos de envelopes de provas abertos antes do início do certame, a exemplo do que aconteceu na Escola Pio XII. Além disso, inúmeras são as reclamações quanto à incerteza que caracterizou o gabarito oficial divulgado pela Fundação Sousândrade, já que no dia 14 de janeiro divulgou-se um gabarito e, no dia 18, outro.

"Desde o dia 20 de dezembro de 2015, inúmeros professores nos procuraram com reclamações referentes ao concurso para professor do Estado. As reclamações vão desde o plágio de mais de dez questões no concurso, passando pelo absurdo que é a abertura de envelopes de provas antes de chegarem à sala da aplicação da avaliação em si, chegando à incerteza do que seria o gabarito oficial, já que dois gabaritos 'oficiais' foram publicados. Segundo os professores, nem todas as questões plagiadas foram anuladas. Além disso, fomos notificados de que em São Luís, por exemplo, o pacote de provas chegou aberto ao local em que seria aplicado, o que fez com que alguns candidatos da Escola Pio XII, no bairro Vila Palmeira, fossem até à delegacia registrar ocorrência. Como se tais fatos não fossem o suficiente, há ainda a incerteza que caracterizou o gabarito que seria oficial, já que, no dia 14 de janeiro, publicou-se determinado gabarito com uma lista de convocados à apresentação de títulos e já no dia 18 do mesmo mês, publicou-se um outro gabarito com uma outra lista, evidenciando a incerteza naquilo que deveria ser oficial", relatou Wellington do Curso.

O deputado justificou, ainda, que protocolou o ofício com o objetivo de obter informações sobre as providências que foram tomadas pelo MP-MA, além de afirmar não estar apenas em defesa de meros profissionais, mas em defesa daqueles que transmitirão o bem mais precioso que se pode ter: o conhecimento.

Concurso para professor no Maranhão pula de avanço para engodo
Maranhão

Governador abriu apenas metade das vagas autorizadas, não explicou o que fez com restante do orçamento e silencia sobre erros da Fundação Sousândrade no certame

O que era pra ser o maior avanço na rede pública estadual de ensino começa a se transformar no maior engodo promovido por um governo eleito com a promessa de mudança e de libertação de velhas práticas politiqueiras.

De autoria da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), o concurso público para professor de educação básica no Maranhão, que deveria ter aberto 3001 vagas conforme projeto do Poder Executivo aprovado pela Assembleia Legislativa em maio de 2015, acabou ofertando apenas a metade das vagas, mesmo tendo orçamento em caixa para lançar o total das vagas. O governador Flávio Dino (PCdoB), que havia confirmando a abertura das 3001 vagas durante o ato de solenidade de posse, silencia.

Em novembro do ano passado, exatas 83.468 pessoas se inscreveram no concurso, mas um número incerto pode ter sido prejudicado por uma grave falha da Fundação Sousândrade de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Federal do Maranhão (FSADU), realizadora do certame, que divulgou a relação de candidatos aprovados para a prova de títulos com uma questão com gabarito errado. Apesar da chuvarada de denúncias de candidatos, o governador Flávio Dino, que em entrevistas à mídia nacional tem se arvorado como promovedor de melhorias no ensino público estadual, silencia novamente.

Além da divulgação do gabarito errado, a mesma FSADU, em resposta a recursos de candidatos, tem distorcido as solicitações sobre correção de questões, sendo a maioria da questão 30, cujo resposta correta é a letra B, conforme alertado pelos candidatos nos recursos, mas criminosamente distorcida pela Fundação Sousândrade para a letra C. O governador Flávio Dino, novamente, mantem-se em silêncio absoluto.

Se não bastasse a má fé da realizadora do concurso, que aliás vem faturando milhões de milhões no governo comunista, denúncias de candidatos, já comprovadas, mostram que Fundação Sousândrade plagiou pelo menos uma dezena de questões de outros concursos realizados pelo país, fraude suficiente para o cancelamento do certame. Ainda assim, o governador Flávio Dino, que jura de pés que vem se empenhando para melhorar os indicadores sociais e promover educação pública de qualidade, nada faz, nada diz.

E para completar o engodo, a FSADU segue no silêncio do governador, e a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), comandada pela professora Áurea Prazeres, fugiu de qualquer manifestação sobre as diversas denúncias contra o concurso, tática também seguida pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica das Redes Públicas Estadual e Municipais do Maranhão (Simproesemma), comandado pelo PCdoB.

Seduc e Sinproesemma evitam se posicionar sobre erros em concurso para professor
Maranhão

Realizadora do certame, Fundação Sousândrade plagiou questões de outros concursos e divulgou a relação de candidatos aprovados para a prova de títulos com uma questão com gabarito errado

A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) e o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica das Redes Públicas Estadual e Municipais do Maranhão (Simproesemma) evitaram dar qualquer posicionamento sobre a nova e grave denúncia contra o concurso para professores da rede estadual pública de ensino, realizado pelo Governo do Maranhão no ano passado, e que deveria ter ofertado 3 mil vagas, mas acabou ofertando apenas a metade.

Segundo os candidatos, a Fundação Sousândrade de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Federal do Maranhão (FSADU), responsável pelo certame, divulgou a relação de candidatos aprovados para a prova de títulos com uma questão com gabarito errado, o que pode ter provocado a eliminação de milhares de candidatos – já que, segundo a própria Seduc, exatas 83.468 pessoas se inscreveram no concurso.

Antes dessa falha, os candidatos já haviam relatado nas redes sociais que a FSADU havia plagiado diversas questões de vários outros concursos pelo país.

Questionada pelo Atual7 sobre as denúncias, a Seduc informou que "todo o processo de realização das provas do concurso (elaboração, aplicação, correção, publicação de gabaritos e lista final dos aprovados) é de responsabilidade da Fundação Sousândrade". Como porém, é de responsabilidade da pasta fiscalizar e acompanhar a prestação de serviço das contratadas, a Seduc informou ainda que "está entrando em contato com a Fundação para apurar tais fatos". Uma nova solicitação foi feita sobre os detalhes desse contato.

Já o Simproesemma, cujo presidente é o professor e pré-candidato a vereador Júlio Pinheiro, após ser insistentemente procurado a se manifestar, informou apenas que a direção da entidade "não se pronunciou formalmente sobre o assunto por entender que essa questão é da competência da Seduc e da Fundação Sousândrade".

"O Sindicato entende que se trata de uma decisão de caráter administrativo", disse ainda.

Procurada insistentemente por e-mail e por telefone, apesar de ter tomado conhecimento das denúncias, a FSADU ficou de enviar resposta até as 12 horas desta segunda-feira 18, mas até a publicação desta matéria não enviou qualquer esclarecimento.

Se provocado pelos candidatos, o Ministério Público do Maranhão deve entrar no caso.

Sousândrade divulga gabarito errado em resultado de concurso para professor do MA
Maranhão

Erro pode ter eliminado milhares de candidatos. Fundação, Seduc e sindicato foram solicitados a se manifestarem sobre o caso

A Fundação Sousândrade (FSADU), realizadora do concurso para professores da rede pública estadual de educação, divulgou a relação de candidatos aprovados para a prova de títulos do certame com uma questão com gabarito errado. A denúncia é do blog do professor de Geografia Hilton Franco, que afirma ainda que o erro pode ter eliminado milhares de candidatos – o que deve ser observado com atenção, já que, segundo a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), exatas 83.468 pessoas se inscreveram no concurso.

Na publicação, Franco toma como base para a afirmação o grave depoimento da candidata Camila Trajano Borges e Jorge, que se inscreveu para o cargo de professora de Língua Estrangeira - Inglês. Segundo ela, a Sousândrade distorceu seu recurso sobre uma das questões do certame.

"Consultem a resposta que a FSADU dá ao recurso de vocês. No meu caso, eles distorcem até o que eu pedi. Na questão 30, peço que a correta seja a letra B e eles dizem que pedi a C", relata Camila em uma fan page da rede social Facebook 'Concurso Professor do Estado do Maranhão 2015/2016'.

Após a publicação feita pela candidata, dezenas de outros candidatos também criticaram e denunciaram o mesmo erro pela Fundação Sousândrade no concurso público promovido pelo Governo do Maranhão para recomposição do quadro de professores da Seduc.

"Essa fundação é um circo. Palhaçada. Quanto mais eles tentam acertar, mais eles erram", apontou a professora Maria Aldenora Cena.

"Também aconteceu o mesmo comigo. Eles distorceram o que pedi. Disseram que eu pedi a letra C (tendo pedido a B como correta que nem os colegas aqui). E ainda confirmaram mesmo (admitiram) que o item II está errado! Como assim??", questionou o candidato Rafael Matos.

"Gente aquela questão 30 o gabarito continua errado, não é letra C, a resposta certa é letra B, pois a afirmativa II, está incorreta, não é duas horas semanais e sim mensais, entrei com recurso, no parecer deram deferindo, só que aleguei resposta B e no parecer eles, não sei como, dizem que requere resposta letra C. Não sei como proceder agora, por essa questão fiquei fora", denunciou a candidata Elanne Marinho Sá.

Vale lembrar que a Fundação Sousândrade, neste mesmo concurso da Seduc, é acusada ainda de ter plagiado diversas questões de vários concursos pelo país. Segundo o professor Hilton Franco, quase 10 questões das provas de conhecimentos gerais foram apontadas pelos candidatos como tendo sido plagiadas da internet. Em todas, a essência das perguntas é a mesma, mudando apenas algumas palavras ou cortando alguns trechos.

Como, segundo os candidatos, a FSADU e a Seduc não sem manifestaram sobre nenhuma das duas denuncias, o Atual7 entrou em contato com a entidade e a Secretaria, e aguarda respostas aos questionamentos feitos. Também foi solicitado o posicionamento da Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (SINPROESEMMA), comandado pelo professor Júlio Pinheiro, sobre os dois casos.

Abaixo, o trecho do recurso interposto pela candidata Camila Jorge, pedindo que seja considerada correta a letra B da questão 30, e a resposta dada pela Fundação Sousândrade, afirmando que a candidata pediu que a resposta correta da mesma questão fosse outra completamente diferente, a letra C:

fundacao-sousandrade-concurso-professor-maranhao

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Facam

For esse problema das questões, a Sousândrande ainda terá de realizar um novo teste com os 18.926 candidatos das áreas de Educação Física, Matemática e Química que tiveram suas provas anuladas por conta de uma pane elétrica nas dependências da Faculdade Facam, onde 2.385 candidatos realizariam suas provas no dia 20 de dezembro.

Um novo edital foi lançado remarcando a data da prova para este domingo 17 e, mesmo com esse acréscimo, o cronograma oficial do concurso, conforme foi previsto em edital, seguirá já nas datas marcadas, inclusive já tendo o Governo do Maranhão, alheio as denúncias de plágios e de gabarito errado pela FSADU, convocado os candidatos aprovados na 1ª fase do concurso, para a prova de títulos.

Mais uma contratada por Ricardo Murad tem contrato aditado pelo governo Dino
Política

Apesar de usar a Assembleia para a criação de uma CPI, comunista continua dividindo os cofres do Estado com suspeitas de corrupção

Alvo de denúncias por parte da antiga oposição - hoje situação - a Fundação Sousândrade de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Federal do Maranhão (FSADU) não precisou recorrer aos burocráticos mas transparentes e lícitos processos de licitação para continuar garfando somas milionárias dos cofres do governo estadual.

Na última segunda-feira (6), a instituição controlada pela ex-servidora da UFMA, Evangelina Maria Martins Noronha, foi presenteada pelo titular da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Marcos Pacheco, com um aditivo ao contrato de R$ 1.618.750,00 (um milhão, seiscentos e dezoito mil e setecentos e cinquenta reais) para continuar prestando serviços para a SES.

O contrato inicial havia sido assinado pelo ex-secretário de Saúde Ricardo Murad, em julho de 2013, também pela gestão de projetos para subsidiar a execução da programação de atividades da superintendência de Vigilância Sanitária - que, aliás, já deveria estar funcionando em um imóvel que vem recebendo em dia o pagamento pelo aluguel.

Pela nova fatia do bolo orçamentário, a Sousândrade deve permanecer como terceirizada do Estado por mais 12 meses, já que no aditivo, no que se refere à prorrogação de prazo, o término está previsto para o dia 2 de julho de 2016.

Além do governo Flávio Dino descumprir uma promessa de campanha e de posse, de que abriria concurso público para a Saúde para acabar ou pelo menos diminuir com a terceirização da mão de obra no setor, a manutenção de uma contratada por Ricardo Murad vai novamente de encontro à manipulação do comunista no Poder Legislativo estadual, que ensaia a mando do chefe instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a suspeita de desvio de verba pública por meio de contratadas por Murad, durante os anos de 2009 a 2014, inclusive a própria Fundação Sousândrade.

Mais contratos

No mesmo dia da assinatura do aditivo de R$ 1,6 milhão para prestação de serviços à Vigilância Sanitária, a Fundação Sousândrade levou mais R$ 151.037,46 (cento e cinquenta e um mil, trinta e sete reais e quarenta e seis centavos) por meio de outro aditivo, para prestação de serviços à "Força Estadual de Saúde".