Edson Lobão
Lava Jato: senha de Edison Lobão era ‘praia’ em esquema de Belo Monte
Política

Codinome do senador maranhense é ‘esquálido’. Planilha aponta que uma das propinas da Odebrecht foi de R$ 500 mil

A senha utilizada pelo senador Edison Lobão (PMDB-MA) em um dos supostos recebimentos de dinheiro no esquema de propina da Odebrecht, referentes às obras na usina hidrelétrica de Belo Monte, era 'praia'. É o que aponta planilha obtida pelo ATUAL7 relacionadas à Lava Lato, maior esquema de corrupção no país já desbaratado pela Política Federal.

A documentação foi apreendida pela PF na casa do executivo Benedicto Barbosa Silva Júnior, o BJ, ex-presidente da empresa, durante a deflagração da 23ª fase da Operação Lava Jato, batizada de “Acarajé”.

Pela planilha, Lobão, já identificado em outros documentos como o dono do codinome ‘esquálido’, está entre os beneficiados com o recebimento de propina ocorrida entre os dias 11 e 15 de agosto de 2014. No mesmo documento, segundo codinomes atribuídos por delatores, há o detalhamento de pagamentos feitos para o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco (Angorá); o ex-deputado federal e ex-chefe da Casa Civil do Governo da Paraíba, Inaldo Leitão (Cunhado e Todo Feio); e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (Belém e M&M), dentre outros.

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O pagamento ao senador maranhense, que ocupou o cargo de ministro de Minas e Energia nos governos Lula e Dilma, segundo o documento, teria ocorrido no penúltimo dia daquela “programação semanal” de repasses da Odebrecht para agentes públicos e políticos corrompidos pelo sistema. O valor embolsado pelo peemedebista, de acordo com a planilha, foi de meio milhão de reais.

Toda a operação foi registrada no célebre sistema Drousys, que controlava os repasses.

O impeachment e o Maranhão
Editorial

Editorial assinado por Robert Lobato, Yuri Almeida e Diego Emir

Amanhã, dia 29 de agosto de 2016, a presidente afastada Dilma Rousseff irá ao Senado Federal fazer sua defesa contra as acusações de que teria praticado crime de responsabilidade, o que poderá levá-la ao seu afastamento definitivo da Presidência da República.

Estes editorialistas não entram no mérito de que a presidente deve ou não sofrer impeachment, posto que esta é uma questão para os senadores resolverem. O que nos interessa é saber o que o Maranhão ganhará com a volta de Dilma ou a permanência do Michel Temer à frente do Palácio do Planalto.

Os três senadores do Maranhão, Edson Lobão e João Alberto, ambos do PMDB, e Roberto Rocha, do PSB, têm nas mãos talvez a maior responsabilidade da história das suas vidas enquanto políticos.

Até aqui, o que interessa não é saber o que os três representantes maranhenses estão negociando para votar contra ou a favor do impeachment, mas o que se espera é que eles estejam colocando os interesses do povo em primeiríssimo lugar.

O Maranhão foi o estado que deu a maior votação tanto para Lula quanto para Dilma, mas não estamos certos de que essas votações foram reconhecidas pelos governos petistas em forma de obras estruturantes para o estado.

Não obstante, programas sociais como o Bolsa Família, Mais Médicos, Minha Casa Minha Vida, Projovem, Pronatec, ProUni, Luz para Todos, Água para Todos e outros tenham beneficiados milhões de maranhenses, não podemos deixar de registrar nossa indignação pelo fato do Maranhão ser passado para trás no caso da Refinaria Premium, por exemplo. Isso sem falar no “encolhe-estica” da duplicação da BR-135, que na prática encontra-se paralisada.

Temos a clara compreensão de que o três senadores do Maranhão devem colocar na mesa de negociação com um e outro lado, ou seja, com Temer e com Dilma, um conjunto de demandas que possam fazer deste pedaço de chão brasileiro um lugar melhor de viver.

Edson Lobão, João Alberto e Roberto Rocha estão na condição de fies da balança no processo de impeachment. Se votarem unidos, como anda anunciando a imprensa local e nacional, poderão “eleger” o presidente ou a presidente.

Exatamente por esta condição de juízes que podem mudar os rumos da história do Brasil, e por conseguinte do Maranhão, é que a bancada maranhense no Senado Federal tem a condição real e concreta de imprimir uma outra realidade local.

Nunca o Maranhão esteve numa situação tão importante na República quanto agora.

Nunca os senadores maranhenses tiveram tanta chance de honrar cada voto que conquistaram nas urnas.

Enfim, não se trata apenas de uma questão de escolha de Edson Lobão, João Alberto, ambos do PMDB, e Roberto Rocha.

Trata-se de uma questão estratégica histórica que não pode ser desperdiçada.

Trata-se, por fim, de colocar o Maranhão em primeiro lugar.

Ao menos dessa vez!