Congep
Bolsa Boquinha: Flávio Dino vai gastar R$ 18,2 milhões com Conselhão
Política

Integrantes garfam verba mensal para participarem de apenas uma reunião. Falta pode ser justificada

Apesar de vender o discurso de terra arrasada desde que sentou na cadeira do Palácio dos Leões, o governador Flávio Dino (PCdoB) vai retirar dos cofres do estado, até 2018, o total de R$ 18,2 milhões para sustentar o novo Conselho de Gestão Estratégica das Políticas Públicas do Governo (Congep), composto com 65 integrantes do primeiro escalão do governo e cargos equivalentes, e reativado em seu primeiro mês de governo.

O casal Lene Rodrigues e Márcio Jerry, empregados e engordados em suas contas bancárias pelo governador-cupido, Flávio Dino
Arquivo Pessoal/Facebook Tem mais é de comemorar O casal Lene Rodrigues e Márcio Jerry, empregados e engordados em suas contas bancárias pelo governador-cupido, Flávio Dino

Criado oficialmente em 2004 pelo ex-governador e deputado federal José Reinaldo Tavares (PSB), mantido em 2007 pelo ex-governador Jackson Lago (PDT), e alvo de ferrenhas críticas da ex-oposição durante o governo da peemedebista Roseana Sarney, o chamado Conselhão é uma espécie de bolsa boquinha paga a título de jetons a secretários, aliados políticos do interior do estado e ao próprio governador e seu vice, que recebem R$ 5.850 por mês para dar as caras em uma única reunião mensal.

A verba serve apenas para engordar os já gordos salários dos participantes das reuniões do Congep, já que não conta como salário e por isso não entra no limite salarial previsto na Constituição, o teto do servidor, hoje na casa de R$ 29 mil, e não pode sofrer descontos de impostos.

É o caso, por exemplo, do casal Márcio Jerry e Joslene Rodrigues,  respectivamente, secretário de Articulação Política de Assuntos Federativos e chefe de Gabinete do governador.

Membros indispensáveis do Congep, Jerry e Lene, como é mais conhecida, deverão receber mais de meio milhão de reais pela participação no conselho até o final do mandato de Dino, mesmo se faltarem em uma das reuniões que lhes o dá direito à verba.

É que o benefício, que vale para todos os integrantes, pode ser abocanhado de forma bem simples: além de justificar a impossibilidade de comparecimento às reuniões por motivo de doença, o gazeteiro pode ainda usar a desculpa de que estava trabalhando a serviço do Estado.