Citação de Flávio Dino na Lava Jato dorme na PGR há 127 dias
Política

Citação de Flávio Dino na Lava Jato dorme na PGR há 127 dias

Processo aguarda por instrução do vice-procurador da República, Bonifácio de Andrada. Força-tarefa pode pedir o arquivamento do caso

A Procuradoria-Geral da República (PGR) completa, nesta quarta-feira 9, exatos 127 dias em que recebeu autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para ingressar com requerimento no Superior Tribunal de Justiça (STJ) pela investigação do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), no esquema bilionário de desvio, lavagem de dinheiro público e corrupção envolvendo a Petrobras, empreiteiras, políticos e empresários.

A autorização foi dada ao chefe da PRG, Rodrigo Janot, pelo relator da Lava Jato do STF, ministro Edison Fachin, desde o dia 4 de abril. O PGR se baseou no depoimento e documentos entregues à força-tarefa da Lava Jato pelo delator José de Carvalho Filho, ex-funcionário da Odebrecht. O governador nega qualquer ilícito.

Segundo Filho, Dino pediu e recebeu R$ 400 mil da construtora para utilizar nas eleições, metade em 2010 e a outra parte em 2014. O primeiro desses repasses, detalha o delator, foi feito por fora, com a anuência do comunista — identificado na planilha de propina da Odebrecht como o “Cuba”.

De posse da autorização, Janot encaminhou o processo, para ser instruído antes da remessa, ao vice-procurador-geral José Bonifácio Borges de Andrada, onde dorme desde então.

Questionada pelo ATUAL7, a assessoria de comunicação da PGR justificou que “o caso não foi enviado ao STJ, porque ainda está em apuração interna na PGR, assim como ocorre com outros governadores”.

Se o pedido for feito e as investigações autorizadas, os procuradores da República devem apurar, dentre outras coisas, se Flávio Dino cometeu crise de caixa dois ou de propina. Ou mesmo os dois. Pedidos de afastamento de Dino ou de batidas da Polícia Federal no Palácio dos Leões podem, inclusive, ser solicitadas.

Contudo, a PGR pode, também, mudar o entendimento anterior, da necessidade de abertura de inquérito contra o governador do Maranhão, e solicitar ao STJ o arquivamento do caso — como aconteceu recentemente em relação ao governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), citado na delegação do ex-executivo da Odebrecht Benedicto Júnior, o BJ, como beneficiário de R$ 1,08 milhão da empreiteira.



Comentários 7

  1. José Jorge Bastos Vidigal

    O mais engraçado, para não chamar de irônico, é que estes postulantes a administradores da nação, estados e municípios posam de 'honestos' e outras coisas mais e no entanto, depois de 'sentarem nas poltronas', assumem inexoravelmente a sua postura. "UMA VEZ LADRÕES, SEMPRE LADRÕES!!!"

  2. "O CUBA"

    Sarney vai cuidar disto em Brasília. Se não tocar pessoalmente, vai botar um serviçal seu - como Chiquinho Escórcio - pra esta finalidade!

  3. JOSEANE

    Realmente já faz muito tempo que ele teve seu nome citado na Lava Jato e não se deu seguimento. Se fosse o nome de alguém ligado ao grupo Sarney, o Flávio Dino e os seus asseclas estariam tocando bombo até hoje. Mas há quem diga que tudo é uma questão de tempo pra ele virar réu na Lava Jato. Quanto mais tempo passar chegaremos mais perto das eleições de 2018 e aí os reflexos da inclusão do seu nome serão maiores no cenário político.

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