Uso da máquina para promoção pessoal de Dino passa despercebido por Gonzaga
Política

Uso da máquina para promoção pessoal de Dino passa despercebido por Gonzaga

Levantamento aponta pelo menos duas irregularidades do governador às custas do erário. Em tese, ato caracteriza improbidade administrativa e crime de responsabilidade

Se no plano federal o chefe da Procuradoria-Geral da República (PGJ), Rodrigo Janot, tem cumprido seu papel de fiscalizar o governo Michel Temer com dever, consciência e independência, no plano estadual, o chefe da Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ), Luiz Gonzaga, tem se furtado de agir e deixado o governador Flávio Dino (PCdoB) usar a máquina para fazer até mesmo promoção pessoal com o dinheiro público.

Levantamento feito pelo ATUAL7 aponta que o comunista usou ações e bens públicos pelo menos duas vezes para divulgar o próprio nome acompanhado da logomarca do Governo do Maranhão. Em tese, esse tipo de aproveitamento marginal é considerado ato de improbidade administrativa e crime de responsabilidade, ambos tendo como punição o afastamento do agente público do cargo e suspensão de seus direitos políticos, por até cinco anos.

De acordo com a investigação, um dos usos da máquina pública para promoção pessoal do governador ocorreu por meio do programa Escola Digna, considerado pelo próprio Palácio como carro-chefe do governo comunista. Numa placa fixada no município de Marajá do Sena, um dos mais pobres do Maranhão, o nome de Flávio Dino ganhou destaque na peça, o que é terminantemente proibido por lei.

Ainda segundo o levantamento, o outro uso da máquina pública por Flávio Dino para promoção pessoal aconteceu durante evento com prefeitos eleitos e reeleições em 2016, realizado no Rio Poty Hotel, em São Luís.

Embora em ambiente fechado, o nome do governador do Maranhão voltou a ganhar destaque, desta vez em slides apresentados aos gestores durante o encontro, nas laterais de um painel.

Diante da omissão da PGJ, o próprio Palácio dos Leões não se rogou e fez questão de divulgar no site institucional do governo estadual que o nome do evento era ‘Governando Juntos: Encontro de Prefeitos e Prefeitas com o Governador Flávio Dino’ — confira antes de ser editado.

Segundo números confirmados pela Secretaria de Estado da Comunicação Social e Assuntos Políticos, mais de 90% dos gestores municipais compareceram ao evento — público, mas tratado como privado. Tudo bancado com o dinheiro do contribuinte maranhense.

Apesar de vender uma gestão de forte combate à corrupção e uso irregular do dinheiro público, pelo menos publicamente, não há qualquer notícia dando conta de que o chefe da PGJ tenha instaurado algum procedimento no Parquet para tentar coibir a ação marginal e fazer valer o princípio constitucional da impessoalidade dos atos da administração pública. Um e-mail foi enviado para a assessoria de comunicação do Ministério Público, a fim de que Luiz Gonzaga possa finalmente se manifestar sobre o uso do erário para bancar a promoção pessoal do governador.



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