Weverton pede anulação de delação da JBS sobre propina a 1.829 políticos
Política

Weverton pede anulação de delação da JBS sobre propina a 1.829 políticos

Pedetista recebeu R$ 100 mil de doação oriunda da empresa. Proposta é defendida por 17 partidos do governo e da oposição

O deputado federal Weverton Rocha (PDT-MA) é um dos líderes da oposição que apresentaram, nessa terça-feira 23, na Mesa da Câmara dos Deputados, proposta que tem o objetivo de criar uma pressão a favor da anulação da delação firmada pelo empresário Joesley Batista e por outros executivos da JBS com a Procuradoria-Geral da República (PGR).

“Não podemos permitir que tal ‘crime perfeito’ se concretize. (...) Há que se rever a colaboração premiada negociada junto à Procuradoria-Geral da República e homologada pelo Supremo Tribunal Federal, além das bases do acordo de leniência ainda em andamento”, diz o ofício.

A delação que Rocha, líderes do governo Michel Temer e de 16 partidos tentam anular diz respeito a relação de 1.829 políticos que os executivos da JBS afirmam ter pago propina, do governo e da oposição, em um total de quase R$ 600 milhões.

“Mesmo após confessarem o pagamento de propinas pagas durante anos a fio, para diversos políticos, funcionários públicos e partidos (...) os delatores foram beneficiados com o perdão judicial, sem qualquer condenação ou pena privativa de liberdade, e com a possibilidade de seguirem tocando seus negócios criminosos. Mais: saíram com seus respectivos passaportes, o que os possibilita usufruir de suas fortunas em qualquer parte do mundo”, diz outro trecho do documento.

Além das siglas de oposição PDT, PT e PSB, assinam a proposta líderes das bancadas do PMDB, PSDB, DEM, PR, PTB, PP, PRB, PV, Podemos, PEN, PTdoB, PSD, PSL e PHS.

No caso específico de Weverton, até agora, não há informações de que ele tenha sido beneficiado com dinheiro por fora. Segundo o sistema de prestação de contas da Justiça Eleitoral, o deputado federal maranhense chegou a receber R$ 100 mil do PDT em 2014, tendo como doador originário a JBS, porém por meio oficial — quando é devidamente declarada ao Tribunal Superior Eleitoral.

Outro lado

Procurado pelo ATUAL7, Weverton Rocha disse que a doação foi legal e que não atendeu a nenhum interesse da empresa em troca do dinheiro.

“Não se deve criminalizar a doação lícita de campanha. A doação eleitoral era ato legal da democracia e minha atuação parlamentar mostra que nunca atendi a interesses em razão disso”, declarou.

Sobre a proposta que força a anulação de delação da JBS, o pedetista garantiu que a proposta se trata apenas de fiscalização e controle para investigar irregularidades praticadas pelo Grupo J&F e suas empresas, incluindo a JBS, no mercado financeiro e de capitais.

“Não se trata de cancelar o acordo de delação de Joesley Batista, mas de fazer com que os crimes cometidos e confessados por ele tenham consequência. Os objetos das delações devem continuar a serem investigados, e onde houver comprovadamente ilegalidade, os culpados devem ser punidos, todos eles”, defendeu.

No ano passado, o Congresso tentou sem sucesso aprovar uma anistia aos alvos da Lava Jato em meio às notícias sobre a delação da Odebrecht, que também atingiu em cheio o mundo político.



Comentários 2

  1. Pingback: Atual7

  2. Pingback: Atual7

Comente esta reportagem