PGR vê dificuldades em investigações contra Waldir Maranhão
Política

PGR vê dificuldades em investigações contra Waldir Maranhão

Até o momento, investigadores não conseguiram encontrar o nexo causal entre o suposto pagamento de propina ao parlamentar maranhense

Integrantes da Procuradoria-Geral da República (PGR) já admitem nos bastidores que são frágeis as provas obtidas até o momento contra o vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), acusado de ter recebido dinheiro do esquema de corrupção da Petrobras.

As investigações, entretanto, não foram interrompidas. A esperança de integrantes da PGR está em novas revelações do ex-presidente do partido, Pedro Corrêa, que firmou acordo de delação premiada.

Waldir Maranhão entrou entrou na mira da Operação Lava Jato a partir dos depoimentos do doleiro Alberto Youssef, operador financeiro do esquema de desvios de recursos da Petrobras, segundo os quais o vice-presidente da Câmara fazia parte da ala de “menor expressão” do PP em 2010 e recebia repasses mensais por meio da empresa GFD, usada pelo doleiro para distribuir propina a políticos, que variavam de R$ 30 mil a R$ 50 mil.

Os investigadores, contudo, até o momento, não conseguiram encontrar o nexo causal entre o suposto pagamento de propina a Waldir e algum ato de ofício que tenha favorecido Youssef. A PGR também tem encontrado dificuldades para obter informações sobre os indícios do rastro de pagamento da suposta propina ao vice-presidente da Câmara.

O parlamentar maranhense sempre negou qualquer envolvimento com o doleiro.

Transferências bancárias

A suspeita contra Waldir Maranhão aumentou pelo fato de que, no ano citado por Alberto Youssef, foram registradas incongruências na prestação de contas eleitorais do parlamentar. As prestações de Waldir referentes às eleições de 2010 mostram que ele efetuou transferências bancárias para sua própria campanha que totalizaram R$ 557 mil, sendo que, para a Justiça Eleitoral, ele alegou que mantinha uma reserva financeira de R$ 16 mil na época.

Pelas informações do TSE, o deputado federal maranhense fez dez depósitos em suas contas: quatro em setembro e seis em outubro. As transferências realizadas em setembro ocorreram no mesmo dia. Houve, no dia 20 de setembro, um repasse de R$ 10,3 mil, outro de R$ 60 mil e mais dois de R$ 86 mil cada. Em outubro, as seis transferências ocorreram no dia 15 (dois repasses no valor de R$ 86 mil cada), dia 21 (R$ 33,2 mil) e no dia 29 (três transferências: uma de R$ 10 mil, outra de R$ 46,5 mil e a última de R$ 53,4 mil).

Efetuar depósitos para a própria conta não se configura crime eleitoral. Porém, a força-tarefa da Lava Jato suspeita de que Waldir Maranhão tenha se beneficiado de um esquema de caixa 2.



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