Integrantes da Operação Lava Jato têm intensificado as investigações contra o senador e ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA Atualmente, pelas informações da PGR, já existem elementos suficientes para o pedido de abertura de ação penal contra o ex-ministro.

Apesar disso, está em estudo a realização de uma operação específica para levantar documentos e provas contra o parlamentar peemedebista. A intenção é pedir abertura de ação contra Lobão no próximo mês ou no máximo em junho.

Até então um personagem periférico no esquema de desvios de recursos da Petrobras, Lobão tornou-se um elemento essencial no escândalo, conforme a PGR, depois das delações premiadas do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) e do ex-diretor da área internacional da Estatal, Nestor Cerveró.

Antes das delações, Lobão era apontado apenas como beneficiário de pagamentos da ordem de R$ 1 milhão pelo empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC. Mas, com o aprofundamento das investigações, os investigadores apontaram indícios de que o ex-ministro pode ter recebido repasses também por parte de outras empreiteiras coma Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e a Odebrecht.

Outro aspecto que tem pesado contra o ex-ministro são informações prestadas por Cerveró de que ele, na época como ministro de Minas e Energia, influenciou no processo de assinatura de um contrato entre o Banco BVA e o fundo de pensão da Petrobras, Petros. De acordo com Cerveró, o dono do banco, José Augusto Ferreira dos Santos, amigo de Lobão, foi diretamente influenciado.

Na prática, existem pelo menos três grandes linhas de investigação contra Lobão: a primeira, a obtenção de recursos por meio de obras da usina Angra 3; uma outra, o levantamento de recursos para o PMDB por meio de obras como a Refinaria de Abreu e Lima e até de Bacabeira. E uma relacionada à indicação de Nestor Cerveró à BR Distribuidora.

Também existe uma suspeita de que o programa de ampliação de refinarias, defendido por Lobão, teria sido uma articulação proposital para a obtenção de recursos ilegais para o PT e o PMDB. Mas esse tipo de indicativo ainda está em fase inicial de apuração.