MP-MA aciona João Castelo por ilegalidades na compra dos VLTs
Política

MP-MA aciona João Castelo por ilegalidades na compra dos VLTs

Órgão questiona ainda a emissão das quatro ordens bancárias pelo Prefeitura de São Luís para pagar os serviços executados pela Serveng Civilsan S.A.

Ilegalidades em processos licitatórios abertos, em 2012, pelo ex-prefeito de São Luís, deputado federal João Castelo (PSDB), para aquisição de Veículos Leve sobre Trilhos (VLTs), implantação de trilhos e construção de estações de passageiros motivaram o Ministério Público do Maranhão a ajuizar, em 11 de março, Ação Civil Pública por ato de improbidade administrativa contra o ex-gestor.

A ação, de autoria do titular da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio e da Probidade Administrativa de São Luís, João Leonardo Leal, é baseada nas irregularidades verificadas no Pregão Presencial n.º 190/2012-CPL e na Concorrência de mesmo número.

Pregão

O Pregão Presencial, de 28 de junho de 2012, objetivava a compra de seis VLTs para o Município de São Luís. Durante a fase de preparação do procedimento, somente uma das empresas consultadas, Bom Sinal Indústria e Comércio Ltda, apresentou proposta, com valor individual de R$ 7,84 milhões.

O contrato para aquisição de um veículo (atualmente ainda sem uso) foi assinado em julho daquele ano. Duas semanas após a assinatura, o Município celebrou o 1º termo aditivo, reduzindo o valor da contratação para R$ 6,4 milhões, dos quais foram pagos 97,5%.

No processo licitatório, o MP-MA constatou que não foi prevista dotação orçamentária para a aquisição do veículo, o que resultou na insuficiência dos recursos para custear a despesa, levando o ex-prefeito João Castelo a emitir dois decretos de abertura de crédito no valor de R$ 6,5 milhões.

Os recursos foram remanejados das secretarias Extraordinária de Projetos Especiais (Sempe), de Informação e Tecnologia (Semit) e Urbanismo e Habitação (Semurh), sem autorização prévia da Câmara de Vereadores.

Outro ponto destacado na ação é a inexistência de estudo sobre o impacto orçamentário-financeiro da implantação do sistema de VLTs aos cofres do Município.

Para o promotor, a implantação do projeto obrigaria o Município de São Luís a arcar com custos não previstos anteriormente, referentes a limpeza, combustível, lubrificação e manutenção de trilhos, uma vez que "não houve nenhum planejamento nesse sentido, colocando em risco os cofres públicos, devido à provável demanda por novas despesas".

Concorrência

Paralelamente ao pregão, o Município realizou uma concorrência prevendo "contratação de empresa especializada em serviços de engenharia para implantação de projeto executivo, do Sistema de Veículos Sobre Trilhos".

O objetivo era a construção de uma via permanente e construção de estações de passageiros no trecho Terminal de Integração da Praia Grande-Bairro de Fátima.

Nesse processo, não houve detalhamento do orçamento da obra. Somente foi demonstrada de forma reduzida a composição do custo total estimado para os serviços, sem apresentação de custos unitários relativos à mão de obra, materiais, além de taxas e tributos.

"A falta de detalhamento do orçamento estimado não somente prejudica a avaliação correta dos custos dos serviços ofertados como também facilita a ocorrência de sobrepreço", explica João Leonardo Leal, na manifestação.

De fato, o valor estimado para a obra sofreu aumento significativo, mesmo sem nenhuma justificativa no processo licitatório. O valor inicial da licitação estimado para a contratação dos serviços (R$ 14.980.365,37) foi acrescido em 27,7%, chegando a R$ 19.096.142,63.

Ordens Bancárias

Na ação, o Ministério Público questiona, ainda, a emissão das quatro ordens bancárias pelo Município para pagar os serviços de engenharia executados pela empresa Serveng Civilsan S.A.

As apurações demonstraram que, de acordo com o Portal de Transparência do Município, as ordens de pagamento constam como não pagas.

Segundo o promotor, a falta de planejamento orçamentário, impondo remanejamento de recursos para implantação a poucos dias das eleições municipais de 2012, a ausência de pagamento pelos serviços executados e o abandono da obra logo após a derrota do ex-gestor nas eleições revelam a intenção eleitoreira na realização da obra.

"A paralisação da obra da linha férrea, o material que já havia sido comprado e pago sem utilidade, estando sujeito à deterioração ao longo do tempo, demonstram total desprezo com os recursos públicos", resume o representante do MP-MA.

Pedidos

Na ação, o Ministério Público requer que o Poder Judiciário condene o ex-prefeito João Castelo ao ressarcimento integral do dano; perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano.

As sanções solicitadas incluem, ainda, o pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração recebida à época dos fatos e a proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente.



Comentários 2

  1. Julia B. Reis

    O Governo Flavio Dino, o Governo focado na perseguição dos seus não aliados ou os que ousam discordar da postura dele. Em Lago da Pedra, o Governador deu ordem expressas ao seu Secretario Marcio Jerry à declarar em discurso que a eleição da opositor de Maura Jorge terá todo o respaldo do Palácio dos Leões e assim o Secretario o fez. O candidato do Governador, inimigo ferrenho de Maura Jorge, entrega trator a Lago da Pedra anunciando a entrega associado à sua candidatura a Prefeito ( CRIME ELEITORAL), assim como faz abastecimento de motos e veículos em sua convenção, sem preocupar-se com nada, alegando que tem a proteção do Governador, em suma, está usando o aparato do INTERMA, para fazer sua campanha apoiada por Flavio Dino. Em contra partida, nenhum benefício, toda melhoria, até mesmo o que estava prestes a ser liberado por Neto Evangelista para o município, foi vetado, tudo para penalizar a Prefeita Maura Jorge e seu candidato a Prefeito. E um exemplo bem próximo é no município bem menor, ao lado, Lagoa Grande, onde todo benefício chega , em torno no Prefeito aliado do Gov. Governador de todos? Não..governador de poucos, exclusivamente do PCDOB.

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