Sem pistas do paradeiro da prefeita de Bom Jardim, Lidiane Leite da Silva, que na Justiça Eleitoral é Lidiane Rocha (PP), a Polícia Federal lançou um duro alerta no fim de semana: quem estiver ajudando a prefeita a se esconder vai ser tratado como integrante da quadrilha suspeita de desviar dinheiro público da educação no município.
“Pelo tempo que ela está desaparecida, é muito provável que ela esteja recebendo o auxílio de outras pessoas. Isso pode causar a essas pessoas que elas sejam incluídas na organização criminosa que se investiga”, alerta o superintendente da PF no Maranhão, Alexandre Saraiva.
Lidiane Rocha está foragida há quatro dias, desde que foi iniciada a Operação Éden, da PF. A investigação foi iniciada após denúncia do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público do Maranhão (MP-MA) e Ministério Público Federal (MPF).
Desde a sexta-feira 21, um dia após efetuar a prisão do ex-secretário de Agricultura, Antônio Gomes da Silva, conhecido como "Antônio Cesarino", e de Assuntos Políticos, Humberto Dantas dos Santos, conhecido como Beto Rocha, ex-marido da prefeita, a PF reforçou a vigilância em rodoviárias, aeroportos e rodovias do Estado, além de fazendas de amigos de Lidiane, que poderiam servir de refúgio. Investigada por suspeita de escamotear dinheiro público após reportagem do Atual7, a repercussão nacional do caso acelerou a operação.
Com o sumiço da prefeita de Bom Jardim, o município vive um clima é de incerteza. Vereadores estão impedidos de realizar votação para afastar a prefeita do comando da cidade e dar posse imediata a vice-prefeita Malrinete Gralhadas (PPS), por causa de uma medida cautelar obtida por Lidiane Rocha na Justiça. Ela já havia sido afastada três vezes do cargo: na primeira vez, em abril de 2014, pelo prazo de 30 dias após denúncias de improbidade administrativa, retornando ao cargo em 72 horas, depois de obter liminar na Justiça; na segunda, pelo período de 180 dias, em dezembro de 2014, com liminar suspensa pelo Tribunal de Justiça do Maranhão em 48 horas; e terceira em maio de 2015, retornando em 72 horas.