Polícia também é abandonada num nos municípios mais pobres do Brasil
Maranhão

Polícia também é abandonada num nos municípios mais pobres do Brasil

Em Marajá do Sena, prédio do destacamento da PM está caindo aos pedaços e as conduções são feitas de moto

A transferência do soldado Diego Silva Paixão, um dos lideres da Associação dos Policiais Militares do Médio Mearim (ASPOMMEM), para Marajá do Sena, quarta cidade mais pobre do Brasil e segundo mais pobre do Maranhão, de acordo com dados do IBGE, expôs as irregularidades e deficiências no tratamento do Comando Geral da Polícia Militar do Maranhão - e, principalmente, do Comando dos Batalhões - com a tropa.

Imagens que circularam nas redes sociais desde a transferência de Diego, que teria sido motivada por perseguição, mostram a estrutura do destacamento caindo aos pedaços e completamente insalubre, obrigando os policiais que para lá são enviados a sobreviverem em condições abaixo das mínimas de dignidade humana.

De acordo com relatos de policiais ouvidos pelo Atual7, entre os principais problemas que já poderiam ter sido facilmente resolvidos pelo Poder Público estão uma fossa com tampa quebrada exalando forte odor durante todo o dia, falta de água encanada, esgoto a céu aberto nos fundos do destacamento, o único banheiro quebrado e a falta de colchões para dormir. Os poucos que existem, já com caruncho devido a insalubridade do local, foram comprados pelos próprios PMs enviados para Marajá do Sena antes do soldado Diego Paixão.

O prédio, que fica ao lado de uma delegacia abandonada, foi cedido pela Prefeitura de Marajá do Sena, mas enfrenta uma ordem de reintegração de posse há pouco mais de dois meses. Na necessidade de condução, a delegacia mais próxima fica em Paulo Ramos, a 43 quilômetros da cidade. Não bastasse, as conduções são feitas de moto, já que a única viatura da unidade está quebrada e se encontra esquecida na garagem da prefeitura há cerca de três meses.

Além da negligência do Estado do Maranhão em relação a estrutura física do destacamento e de trabalho dos policiais, uma vez que a manutenção do prédio público e bem estar dos PMs é dever exclusivo do Estado, a alimentação e o combustível do alojamento ficam por conta exclusiva do prefeito, fato que se repete em quase todos os 217 municípios do Maranhão, apesar do governador Flávio Dino (PCdoB) prometer acabar com essa ilegalidade via decreto, como se uma assinatura numa folha de papel transformasse a terra batida das estradas do Maranhão em melhores condições de trabalho e sobrevivência para a polícia.



Comentários 2

  1. Pingback: Atual7

  2. NANCY

    Acho q realmente isto acontece em todos os municipios.Aqui no itinga do maranhao,só os salarios sao pagos pelo Estado,o resto é tudo com a prefeitura.

Comente esta reportagem